sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

Uma segunda chance para ser feliz! (Lucyclenia Santana)


“Pela primeira vez questionei por que estava tão motivada a demolir um mundo que podia ser muito melhor do que aquele no qual eu vivia.”


Nossa avaliação: 9.0
No livro "Uma Curva no Tempo" de Dani Atkins, publicado no Brasil pela editora Arqueiro, jovens amigos de colégio e de infância se reune para uma despedida. Eles estão prestes a irem para a faculdade e cada um seguirá seu caminho, em busca do desconhecido, de novas experiências. Eles sentem que têm a vida toda frente.

Acontece que a vida é um caixinha de surpresas e uma grande tragédia se abate sobre eles, despedaçando seus sonhos, destruindo amores e ceifando, prematuramente, uma vida.

Rachel tinha tudo o que sempre quis e sonhava com o futuro, mas ao perder seu melhor amigo, Jimmy, lhe dá a sensação de não ter mais nada além de uma enorme cicatriz no rosto e um coração partido pelo pela perda do amigo, o fim de um relacionamento e o afastamento dos amigos.  

Rachel passa a ser uma pessoa solitária e deprimida. Sua vida passa de uma forma entorpecida. Seus sonhos foram deixados para trás, seu pai está com câncer, sua carreira está na pior e, como se tudo isso já não fosse ruim o suficiente, Rachel está fugindo dos médicos para não realizar o tratamento de suas dores de cabeças constantes, ocasionadas pelo grande impacto no acidente.

Mas agora uma das suas amigas daquela turma de amigos que foi destruída está prestes a se casar e Rachel terá que reunir forças para enfrentar sua antiga cidade e rever antigos amigos. Tudo é tão difícil e dolorido, que o estresse emocional está lhe causando dores de cabeça que estão a cada dia pior, o que resulta em um apagão. A partir daqui a história toma um rumo completamente diferente e voltamos a um passado diferente.

Rachel sente que recebeu uma segunda chance: ela acorda em um leito de hospital, noiva, com uma vida bem-sucedida e de repente, Jimmy está ali do seu lado. VIVO. Seus amigos estão bem, seu pai não está com câncer e sua carreira vai muito bem. Só que Rachel insiste que nada disso faz sentindo, ela não se lembra de nada do que aconteceu após o acidente, ou melhor, ela até se lembra, mas não do jeito que realmente aconteceu.

O que vocês acham que podem ter acontecido? Como ela pode ser uma lembrança distorcida da realidade?

 “Quando é que um sonho se torna pesadelo? Sempre achei que fosse no momento em que o que é familiar de súbito se torna estranho e ameaçador; ou quando você se perde em algum lugar que pensou conhecer bem; ou ao ser invadido por um sentimento de impotência – quando sabe que está falando com clareza, mas ninguém parece ouvir. Mas meu verdadeiro pesadelo começou com o entendimento de que eu não ia acordar: que, de alguma forma, impossível e inacreditavelmente, aquilo estava mesmo acontecendo.” 

Li este livro totalmente às escuras e a primeira coisa que me chamou atenção foi a capa (como de costume), mas venhamos e convenhamos que capa linda essa, né? O livro é bem fluído, a autora conseguiu construir uma história ótima, mas o final não me surpreendeu, muito pelo contrário, me decepcionou pela obviedade.

Claro que me senti na pele da personagem, tudo o que ela passou, perder seu melhor amigo, enfrentar a doença do pai, a confusão ao acordar e todos acharem que ela estava louca. O fato é que a vida anterior de Rachel era uma vida sem propósito, que gerou uma depressão profunda, tema esse que me doeu muito, principalmente por perceber que a depressão é algo sorrateiro e que todos estamos passiveis a ela. Infelizmente tem muitas Rachel pelo mundo e muitas Rachel dentro de nós. Triste realidade.

Uma curva no tempo é narrado em primeira pessoa pela Raquel. Com uma narrativa envolvente e emocionante, a obra é bem reflexiva e que deve ser lido minunciosamente a fim de se absorver todos os detalhes e a mensagem que ele quer nos passar. O livro é recheado de detalhes, daqueles que temos que descobrir sozinhos e mexe  muito com  o emocional, o que me faz acreditar que cada um de nós terá sua experiencia particular ao se entregar à essa leitura.

Na nova realidade, onde ela é bem sucedida, Rachel é uma mulher bem diferente, que vai em busca dos seus sonhos e confesso que isso me fez torcer muito pela protagonista. Desejei com todas as forças que esta realidade fosse a "real". Foi muito boa a sensação de que a esperança ressurgia, de que o amor iria curar toda a dor que ela passou e de que o final feliz, embora sem surpresas e já revelado a mim, estava tão próximo, ou melhor, bem ao lado dela.

Não esperem um simples romance, chick-lit, até tem um pouco, mas a autora não romantizou muito os fatos, nem os dramatizou demais. Para mim, o foco principal do livro foi a realidade paralela que resgatou o sentido da vida em Rachel. E, apesar do livro não ser de cunho espiritual, ao resenhá-lo me veio a seguinte reflexão: às vezes passamos por muitas coisas nessa vida e é incrível como, por maior que seja a nossa dor, Deus tem um futuro lindo reservado para cada um de nós. Muitas vezes o final de uma história, seja, na verdade, a segunda chance que Deus nos proporciona de buscarmos nossos sonhos e objetivos, de sermos felizes. O final de uma história pode ser o começo de novas oportunidades.

Pensem nisso.

Leiam e voltem para contar suas experiencias.

Até a próxima.



5 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Hehehehe velho, é velho assim , escreve publica, relê e apaga. Desculpa.
    Foi o seguinte, eu li sua resenha, fiquei encantada com o livro, mas fiquei com a sensação de já ter visto algo parecido.
    Pois é, eu já li esse livro.
    Deu até vergonha.
    Parabéns pela resenha.
    Bjoo

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    1. Culpa da revisora aqui!
      Vou corrigir!
      Obrigada, amore.

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    2. Olá, Janice.

      Realmente o livro dá mesmo a impressão de Déjà vu. Mas depende também muito do ponto de vista de cada um.
      Obrigada por sempre nos dá seus feedbacks.
      São pessoas como você que nos faz continuar.

      Obrigada.
      Beijos.

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  3. Lu, li esse livro no inicio de 2018. Foi um chororô só. Não consegui resenhá-lo. Cada vez que sentava para escrever sobre ele, só conseguia chorar. Resolvi deixar de lado e não listá-lo no meu álbum de leitura, por queria reler antes de finalizar o ano para entender algumas questões que ficaram nebulosas. Adorei sua resenha, mas meu ponto de vista sobre o livro é totalmente diferente do seu, mais um motivo para eu reler!
    Bjos e sucesso!
    http://colecionandoromances.blogspot.com/

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