sexta-feira, 26 de outubro de 2018

Um menino sob as asas do nazista (Renata Lima)


Se você ainda não leu "O Menino do Pijama Listrado" do John Boyne, corre que ainda dá tempo! É um dos meus favoritos da vida! Por esse motivo e alguns outros, John Boyne se tornou um dos meus autores preferidos dos últimos tempos e nesse livro que vou resenhar hoje "O Menino no Alto da Montanha" só fez deixar ainda mais claro para mim porque adoro o autor.

Nossa avaliação - 90
Publicado no Brasil pela Editora Seguinte, "O Menino no Alto da Montanha" conta a história de Pierrot, que ainda muito novo perdeu os pais (a mãe francesa e o pai alemão) e foi enviado para um orfanato, perdendo contato com seu amigo judeu Anrshel. A amizade dos dois é tão bonita que eles criaram uma linguagem de sinais cheia de símbolos para se comunicarem (já que Anrshel é surdo).

Depois de passar algumas dificuldades no orfanato, Pierrot descobre que tem uma tia ainda viva e essa tia decide levá-lo do orfanato para a mansão onde trabalha como governanta, no alto de uma montanha na Alemanha e, como eu não tinha lido a sinopse, não fazia a menor ideia de que a casa em questão era a casa de campo do próprio Adolf Hitler!

No começo, Pierrot não entende muito o que está acontecendo na Alemanha e em outros locais, afinal de contas ele é apenas uma criança de 7 anos, mas ele nota comportamentos estranhos e conversas sussurradas. Ao ter seu nome francês mudado para um nome mais neutro, Pieter, e conhecendo pela primeira vez o ditador, o menino acaba caindo nas graças do homem mais temido do mundo na época. Ao se encantar com Hitler, notamos que, aos poucos, a personalidade de Pierrot realmente vai se tornando cada vez mais agressiva e ditatorial a ponto de não querer mais receber as cartas de seu grande amigo por ele ser judeu.

Ao receber seu uniforme da Juventude Hitlerista das mãos do próprio Hitler, Pierrot se torna um mini-monstro, dedurando pessoas, tratando os empregados da casa como lixo e se achando de tal forma superior que chega a ver outros amigos de Hitler como ameaça.

Ficamos divididos entre amar e odiar o pequeno Pierrot, porque, se por um lado ele chegou ali ainda uma criança e portanto foi manipulado e influenciado pelas ideias e atitudes de Hitler, por outro ele, que já havia sido humilhado pelo exército nazista, se torna uma pessoa genuinamente cruel, ainda que não tenha muita noção das consequências de suas ações.

O livro é bem curtinho (272 páginas) e traz uma mensagem bem interessante no final (que não vou contar para não dar spoiler), mas que nos faz crer que ainda que a Humanidade tenha passado por esses momentos tão sombrios, há uma luz no fim do túnel!

Vocês já leram? Deixem suas opiniões nos comentários!

Abraços!
 

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