quarta-feira, 30 de julho de 2014

Quando você espera uma coisa e lê outra (Renata Lima)


Nossa Avaliação - 7.0
"O Céu é de Verdade" é narrado em primeira pessoa pelo pai de Colton Burpo, Todd Burpo, pastor protestante, depois de Colton passar por uma cirurgia de emergência.

Todd, que já passou por muitos problemas de saúde, como uma perna fraturada em um jogo e um câncer de mama - sim, homens também podem ter câncer de mama -, entra em desespero e passa a questionar o Divino, tendo inclusive uma discussão com Deus enquanto seu filho está na mesa de operações.

Colton sobrevive, é claro, e nos próximos dias e meses, como qualquer criança, vai deixando escapar frases que não são comuns, como por exemplo dizer que o pai estava chorando em uma sala do hospital e a mãe estava no corredor falando ao telefone, o que realmente aconteceu enquanto ele estava na sala de cirurgia.

Ao ser indagado pelos pais como ele sabe de coisas que não deveria saber, Todd conta que deixou o corpo acompanhado por anjos e que visitou o céu, interagiu com pessoas já falecidas, caminhou nos jardins e sentou no colo de Jesus Cristo, dando detalhes sobre que aparência teria, em descrições muito vívidas.

O problema é que quando comecei a ler "O Céu é de Verdade", acreditei na frase que ilustra a capa do livro, achando que seria um "impressionante relato do menino que foi ao céu e voltou para contar", mas me decepcionei, e muito, ao ler uma história sob o ponto de vista do pai do menino, um pastor protestante, como eu já disse, que não deixou qualquer margem para interpretação dos relatos do filho e já foi logo lançando um monte de versículo bíblico para dar tom de pregação às histórias simples de um garoto de quatro anos. 

Achei forçado e tendencioso. 

Por outro lado, o livro tem seus méritos e nos coloca a todos nessa condição humana que nos torna céticos e cínicos na hora da dificuldade. Quantos momentos não barganhamos com Deus acreditando que Ele fará o que é melhor para nós e não o que deve ser feito para que se cumpra a missão daquela pessoa pela qual sofremos de forma tão pungente, nesse caso, um menino de quatro para cinco anos. 

Até mesmo um homem de Deus tem seus momentos de incerteza e suas crises de fé quando o inimaginável acontece dentro de casa.

Instigada pela história, procurei no You Tube sobre Colton e Todd Burpo e tem muita coisa por lá, inclusive legendada, que remetem também à uma menina prodígio chamada Akiane Kramarik que pinta o céu que vê em visões e sonhos desde os quatro anos de idade e aos oito (PASMEM!) pintou o quadro Prince of Peace (Príncipe da Paz) que é considerado o mais próximo da imagem de Jesus Cristo sendo comparado com as impressões deixadas no Santo Sudário.

Entendam, eu não estou dizendo que eu acredito piamente em tudo que leio e vejo, mas sempre deixo a mente aberta para novos conhecimentos e não duvido que as crianças tenham um contato maior com o mundo invisível, com o que chamamos de pós-morte.

Quer você leia como ficção ou como biografia, o relato de Colton deixa uma mensagem a todos nós: a morte não é o fim. É apenas um novo começo. 

Em 3 de julho de 2014, estreou o filme baseado no livro e obviamente muitas coisas foram mudadas, omitidas e outras dramatizadas ao extremo para a adaptação.

No elenco Greg Kinnear (de "Melhor é Impossível") como o pai e Thomas Haden (de "Homem Aranha 3") em um papel sem expressão.

É um filme bem Sessão da Tarde que, como o livro, acaba destacando mais as experiências do pai e da família do que o relato do filho, mas é interessante e como entretenimento vale a pena!

4 comentários:

  1. Gostei de sua avaliação e vou procurar ler o livro e ver o filme.

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  2. Oi Re, adorei a sua resenha. Descobri sobre este livro no momento em que vi o trailer do filme no cinema. Adorei o trailer e estou louca para ver o filme. De igual modo, estava muito a fim de ler o livro, imaginando que talvez fosse melhor que o longa, como geralmente é.. mas agora não tenho tanta certeza. Não sou religiosa, e não curti esse negócio da história ser meio tendenciosa e ter muitos versículos bíblicos. Achei que fosse mais um livro de memórias e experiências, rico e cheio de inspirações. Mas concordo, a premissa é interessante. É como se Deus tivesse testado a fé dele por meio dos relatos da criança. A mensagem final também é linda, de que a morte não é o fim, assim como acredito. Só acho que agora o livro vai ir mais para o fim da minha listinha :( Beijos, Mi

    www.recantodami.com

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    1. Ai, Mi, lê sim. É bom que tem mais uma opinião. Conheço poucas pessoas que leram! Lê logo, vai!!!
      Beijos enormes e obrigada pela visita!!!

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