segunda-feira, 28 de maio de 2012

A Grécia Antiga de Homero (Carla Cristina Ferreira)


Alguns Clássicos não podem ficar de fora, já tivemos a ilustre presença de Machado de Assis, José de Alencar, Shakespeare e agora é a vez de Homero. Poeta grego ao qual se atribui a autoria dos poemas épicos “Ilíada” e “Odisseia”. 

Sua existência é questionada pela maioria dos historiadores, mas ninguém pode negar a importância do seu trabalhado por ter moldado e influenciado o desenvolvimento da cultura grega. Sua obra, principalmente a “Ilíada”, era estudada e discutida na Grécia Antiga como parte da educação básica e são consideradas como obras fundadoras da literatura ocidental e uma das mais importantes da literatura mundial. 

Homero era conhecido como um homem já idoso e cego que era aceito nos palácios gregos para narrar as histórias da guerra entre gregos e troianos, e as peripécias de Ulisses em troca de uma cama macia e uma refeição quente. Somente depois de muitos anos, seus poemas foram transcritos para as páginas dos livros e muito depois surgiu a versão em prosa. 

Nossa Avaliação - 8.5
A “Ilíada” narra a famosa Guerra de Tróia (que durou 10 anos), mas foca precisamente nos últimos meses do confronto entre gregos e troianos, e na frustração e fúria de Aquiles. Não vou enganar, é um poema extenso (eu pelo menos li a versão em prosa) que possui uma grande quantidade de personagens que fazem parte da mitologia grega. Então já vou dizendo que para entender o contexto da história tem que saber um pouquinho de mitologia, sim, porque Homero assume que seus ouvintes já estejam familiarizados com os deuses e seus caprichos. 

Para começar, alguém sabe como a guerra realmente começou? Tudo começou antes do rapto em si: ainda em Tróia quando a rainha Hécuba grávida de Páris (também conhecido como Alexandre) sonhou que dava à luz um imenso incêndio que destruiria toda a cidade. Ao contar o sonho ao marido e ao sacerdote, acredita-se que a criança será a destruidora do reino e decide-se enviar o menino para ser criado como pastor nas montanhas, sem conhecer sua verdadeira identidade. 

Alguns anos depois esse mesmo pastor é convocado ao casamento de Peleu (um mortal) e Tétis (uma ninfa) onde todos os deuses foram convocados com exceção de Éris (a Discórdia) que para se vingar deixa uma maçã de ouro com a inscrição “à mais bela”. A briga começa quando Hera, Atena e Afrodite se candidatam ao posto e pedem a decisão de Zeus (que sendo muito esperto) se abstém e convoca Páris para resolver a questão. 

As deusas oferecem suas dádivas: riqueza, sabedoria ou a mulher mais linda do mundo. O que você escolheria? É claro que Páris escolheu a última dádiva, agraciando assim Afrodite e enfurecendo Hera e Atena (razão pela qual elas ficam do lado dos gregos na guerra, pois juram destruir Páris e sua cidade). 

A mulher mais bela? Helena (na verdade filha de Zeus e Leta - uma mortal) seu padrasto, rei de Esparta, com medo de enfurecer os pretendentes da enteada, aceita a ideia de Ulisses de os pretendentes prestarem o juramento de proteger Helena, independente de sua escolha. Assim, o escolhido é Menelau, irmão do rei de Micenas Agamêmnon, passado assim a ser o rei de Esparta. 

Nesse meio tempo, Páris foi recebido de volta à corte do pai como príncipe de Tróia e posteriormente foi enviado à Esparta em uma missão diplomática, apaixonando-se por Helena e fugindo para Tróia. Menelau enfurecido resolve convocar os pretendentes juramentados à esposa para ir resgatá-la. 

Odisséia
Nossa avaliação - 9.0
Acho que o único detalhe faltante para podermos entrar de cabeça na “Ilíada” é o quesito Aquiles... Primeiro, seus pais são Peleu e Tétis, e a ninfa querendo tornar seu filho invencível, mergulha-o nas águas do rio Estige, mas como o segurou pelo calcanhar, este foi o único local que ficou desprotegido, passando a ser seu ponto fraco. Segundo, foi profetizado que os gregos só venceriam a guerra com a participação de Aquiles e é aqui que chegamos ao impasse da guerra e o foco de a “Ilíada”. 

Agora que já estamos familiarizados com o pré-guerra, basta saber que Homero aproxima os deuses dos homens, tentando racionalizar as divindades; fazendo com que os deuses tomem parte da guerra, escolhendo ora os gregos ora os troianos. 

Daqui em diante, todos conhecem a história: um desentendimento na divisão dos espólios faz com Aquiles e Agamêmnon rompam a aliança entre aqueus e os mirmidões (gregos de facções diferentes), fazendo com que Aquiles se retire da batalha e proibindo a participação de seus guerreiros. Consequentemente os troianos ficam mais confiantes, pois sabem da rixa entre os dois líderes gregos, e atacam furiosamente o acampamento inimigo. 

O problema começa quando o primo de Aquiles, Pátroclo, resolve enfrentar os gregos usando a armadura do primo, fingindo ser o líder dos mirmidões, mas durante a fúria da batalha é morto por Heitor. Aquiles desesperado resolve voltar ao campo de batalha, conseguindo vingar a morte do primo. É basicamente assim que terminar a “Ilíada”.

No fim, acaba que o sonho da rainha Hécula se concretiza e Páris é realmente o destruidor da cidade de Tróia, incdendiando-a indiretamente, após ser tomada pelos gregos.

Os detalhes da queda da cidade são apenas brevemente mencionados na “Odisseia”, que foca em Ulisses e seu regresso a sua terra natal - a ilha de Ítaca -, depois de mais de 20 anos ausentes e os caminhos que percorreu, os povos que conheceu e os problemas que solucionou com sua astúcia. 

Querido de Atena, deusa da sabedoria, Ulisses é o mais inteligente dos homens, tão inteligente que foi ele a bolar o estratagema do famoso cavalo de Tróia. De todas as suas peripécias a mais interessante refere-se à sua fuga da caverna do ciclope Polifemo: após cegar o monstro de um olho só, Ulisses informa que quem o cegou foi “Ninguém” e o ciclope sempre repetia que “Ninguém” o cegou. 

Não dá para entrar em detalhes, mas é fascinante conhecer as serias, a ninfa Calipso, os monstros marinhos Cila e Caribde (na verdade um grande redemoinho), da bruxa do mar Circe, dos lestrigões e muitos outros personagens mitológicos. Todo esse sofrimento para chegar em casa e descobrir que seus conterrâneos cobiçam seu trono, suas riquezas e sua esposa, e que precisará da ajuda de Atena para derrotar seu inimigos. 

Se eu tiver que escolher entre a “Ilíada” e a “Odisseia” escolho a segunda talvez porque me identifique mais com os estratagemas de Ulisses e as suas aventuras, apesar de amar a narração da guerra de Tróia, mesmo achando maçante os capítulos que descrevem toda a frota grega (quais povos, com quantos guerreiros, quantos cavalos e armas e etc. tintin por tintin) e a descrição da nova armadura de Aquiles e seu escudo. 

É uma leitura muito interessante para quem gosta do tema, mas se você está com receio de encarrar esse desafio, sugiro que veja antes aos filmes Tróia (2004) ou Helena de Tróia - Paixão e Guerra (2003) e A Odisseia (1997). 


5 comentários:

  1. Só li A Ilíada em Cultura Greco Latina! kkkkk Mas sempre tive vontade de ler Odisséia. Fui ver o link e não tem mais o vídeo, Carlinha!
    Beijos

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  2. Acho que teve uma série que passou não sei se foi no GNT chamada Helena de Tróia, mas vou verificar pra não falar abobrinha!

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  3. Eh essa serie mesmo... Eu vi alguns eps. Mas no filmow tah como filme e nao serie... Vai entender...

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  4. Para não perder o costume de comentar os posts...
    Li alguns desses livros na escola e nem me lembrava muito das histórias e dos personagens.
    Essas meninas são uma enciclopédia dos livros.
    Amo vocês !!!! Parabéns pelo trabalho maravilhoso

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