A perda de um amigo deixa tudo sem sentido. (Renata Lima)

Antes de mais nada queria confessar que esse não seria um livro que eu escolheria para ler nessa altura da minha vida, mas como o Desafio das Estrelas de maio tinha como tema sick-lit e eu não queria ler nada sobre câncer ou doenças parecidas, escolhi esse livro que fala sobre bullying e suicídio de uma forma muito interessante.

Nossa Avaliação - 8.0

No "A Playlist de Hayden", livro de estreia da autora Michelle Falkoff, publicado aqui no Brasil pela Editora Novo Conceito, Sam e seu melhor amigo Hayden discutem depois de uma festa que já tinha terminado de uma forma bem catastrófica. No dia seguinte, Sam vai à casa de Hayden para pedir desculpas - porque de acordo com ele mesmo, ele é sempre o primeiro a dar o braço a torcer -, mas em vez de encontrar Hayden roncando como sempre, ele encontra o amigo morto por uma overdose suicida de remédios e bebida. Ao derrubar uns itens da mesa de Hayden, Sam encontra um bilhete: "Para Sam. Ouça. Você vai entender." E é então que Sam tem o primeiro contato com a playlist de Hayden que dá título ao livro.

Inconformado com a decisão de Hayden e se culpando a todo instante pelo que houve, Sam vê na playlist uma forma de tentar entender, através das músicas selecionadas, os motivos por trás do suicídio do amigo ou qualquer mensagem subliminar que explique desde quando Hayden pensava em se matar e como ele, seu melhor amigo, nunca tinha notado esses sinais. Mas a playlist é tão aleatória quanto às sensações de Sam, sozinho, revoltado e deprimido.

Durante o enterro de Hayden, Sam não consegue se controlar ao ver o irmão de Hayden, Ryan, e seus amigos Trent e Jason na fila para falar sobre Hayden. Conhecidos como "a trifeta do bullying", os três jovens infernizavam a vida de Hayden tanto no colégio quanto fora dele, sendo seu irmão o mais cruel. Ao encarar o jovem pela primeira vez em defesa do amigo morto, Sam é praticamente agredido e decide deixar o funeral hipócrita.

Surge então Astrid, uma amiga de Hayden que Sam nunca soube que existia, e passa a dar atenção a Sam ao mesmo tempo em que uma pessoa usando o apelido de Hayden em um jogo de videogame passa a fazer contato com Sam através de um chat alertando que os culpados pela morte de Hayden serão devidamente punidos. Seria uma brincadeira macabra da trifeta do bullying ou algum outro amigo de Hayden que Sam nunca conheceu? Quem sabe até uma alucinação depois de tanto tempo sem dormir? Mas as coisas começam a ficar cada vez mais estranhas, principalmente depois que acontece um incidente com um dos amigos de Ryan!

Em meio aos questionamentos e acontecimentos, vamos aos poucos sendo apresentados aos dois amigos desde o princípio dessa amizade, passando pelas divergências de opiniões, pela diferença de personalidades, pelos pais (ausentes e ao mesmo tempo exigentes de Hayden e a mãe presente e carinhosa de Sam, mesmo que ausente fisicamente por conta do trabalho como enfermeira). Notamos a força dessa amizade e sentimos a tristeza dessa perda ao mesmo tempo em que descobrimos que todos nós temos segredos que não dividimos nem com nossos melhores amigos, medos, receios, dúvidas, rejeições.

Cada capítulo do livro começa com uma música da playlist e as músicas realmente são muito boas, mas não sei porque eu não consegui vincular muito bem as músicas aos acontecimentos dos capítulos. De certa forma, eu achei que a playlist seria fundamental no livro, mas no fim não achei que fosse algo assim tão marcante.

O livro é ótimo, comovente, bem escrito, mas por algum motivo não me arrebatou completamente!

Quem já leu pode me dizer se teve uma percepção diferente?

Até a próxima!