segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Mais um mistério para os pupilos do Abrigo Abeona! (Renata Lima)


Mickey Bolitar está de volta e apesar de ter esperado tanto tempo pelo terceiro livro da série, confesso que não me empolgou muito, uma vez que a história em si não me prendeu muito, principalmente do meio para o final quando as histórias paralelas se entrelaçam dando aquele clima Sherlock Holmes no livro. Mas vamos à resenha!

Se vocês lembram bem, nos livros anteriores (SE VOCÊ NÃO LEU "REFÚGIO" E "UMA QUESTÃO DE SEGUNDOS" PODE PARAR POR AQUI, VAI TER SPOILER DOS LIVROS ANTERIORES!) Dona Morcega, ou Lizzy Sobbek, uma sobrevivente do Holocausto, diz a Mickey que o pai dele, Brad Bolitar não morreu. Ela também conta que Brad ajudava a resgatar jovens em situações de risco e levava-os para o Abrigo Abeona, que tem como símbolo uma borboleta abeona.

Nossa Avaliação - 8.5
Em "A Toda Prova", publicado esse ano pela Arqueiro, com a ajuda do tio, o ex-esportista e agora agente de atletas/super herói/ detetive particular Myron Bolitar, Mickey pede a exumação do corpo do pai, mas por fim descobrem que Brad não foi enterrado e sim cremado, o que impossibilitaria um exame mais completo de DNA. A assinatura de ordem de cremação foi assinada pela mãe de Mickey, que agora está isolada e inacessível em um tratamento para se livrar das drogas.

Além dessa história que já é mencionada nos últimos livros, temos também o fato de que o grupo de Mickey - ou os pupilos do Abrigo Abeona, como eu gosto de chamá-los - está um tanto afastado, principalmente depois da última aventura, quando Colherada levou um tiro e agora está internado em um hospital sem saber se poderá voltar a andar. Os pais de Colherada culpam Mickey pelas confusões em que o filho vem se metendo desde que Mickey apareceu e não permitem que os pupilos, muito menos Mickey, visitem o jovem.

Rachel se afastou de Mickey depois de saber a verdade sobre a morte de sua mãe e Ema está enfrentando um sério problema: ela se apaixonou por um rapaz depois de muitas conversas pela internet, marcou de encontrá-lo, mas o garoto simplesmente desapareceu e a última publicação dele no Facebook foi justamente o símbolo do Abrigo Abeona, a borboleta. O que isso queria dizer?

Para piorar ainda mais a situação, ao voltar para a escola e para os treinos de basquete, sempre muito hostilizado pelos colegas de time por ser um único rapaz do segundo ano admitido no grupo, Mickey recebe uma notícia que tem seu lado bom e seu lado ruim: Buck, um de seus rivais mais ferrenhos, deixou o colégio (no último ano) para morar com a mãe e Troy, seu outro rival, talvez o manda-chuva de tudo, também está fora do time, pego no exame antidoping. Sem saber a quem recorrer, Troy pede a ajuda de Mickey afirmando que jamais usou qualquer esteroide ou anabolizante.

São muitas histórias paralelas, certo? A gente fica meio confuso! Mas no meio de todas elas ainda temos outra que chama mais atenção: o paramédico que resgatou o pai de Brad, aquele mesmo homem que colocou fogo na casa de Dona Morcega e que tentou, mais de uma vez, matar Mickey, quem é ele afinal? E o que pretende? Qual a conexão entre ele, Mickey, o pai de Mickey e o Abrigo Abeona?

Sinceramente achei que nada disso seria resolvido nesse livro e estava preparada pra ficar com cara de tacho quando nos 25% finais do livro, o senhor Coben, com sua narrativa absurdamente viciante, dá aquela reviravolta no livro e revela por fim o que você achava que não ia ser revelado! Além do mais, o Mickey ficou muito mais humano, muito mais sensível e eu diria até que ele aprendeu a força que tem a amizade, algo que ele nunca teve antes porque vivia viajando com os pais!

Alguns dizem que esse é o fim da série Mickey Bolitar, mas acho que pelas pistas deixadas por Harlan Coben, ainda existe muita história para contar. Colherada realmente vai ficar paraplégico? Ema e Mickey um dia ficarão juntos apesar de todas as diferenças? E Rachel, qual é o papel dela nesse triângulo amoroso? O que significa a borboleta Abeona tatuada permanentemente - sendo então sua única tatuagem de verdade - nas costas de Ema?

De que o Coben era o mestre das reviravoltas, eu não tinha dúvida. Agora só me resta torcer para que ele consiga manter o ritmo e escrever outro livro fantástico com esse protagonista fofo e tão irônico quanto o tio que é Mickey Bolitar!

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