sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Desaparecidas, mas não esquecidas (Carla Cristina Ferreira)

Nossa avaliação - 9.0

Impossível ler um livro de Tess Gerritsen e não se impressionar com a forma simples e direta como a autora nos envolve em suas tramas. Não é diferente em “Desaparecidas”, quinto livro da série Rizzoli & Isles, que nos traz a detetive Jane Rizzoli e a Dra. Maura Isles como protagonistas.

Neste thriller conhecemos Mila, uma jovem russa de 17 anos que é convencida a ir para os Estados Unidos em busca do velho sonho americano juntamente com outras garotas. O sonho começa a tomar tons de realidade quando cruzam a fronteira do país e se veem em uma situação indesejada. As coisas se complicam quando inesperadamente Mila e outra garota testemunham um massacre e passam a fugir desesperadamente de seus perseguidores.

Meses depois, a Dra. Maura Isles, médica legista do Departamento de Polícia de Boston, encontra-se em uma situação inusitada: ouve um barulho vindo da sala refrigerada aonde os corpos aguardam para serem necropsiados ou levados para funerárias. Verificando cada um dos sacos mortuários, depara-se com uma bela jovem de pele pálida e lábios azulados, ainda não necropsiada, vítima de um afogamento, quando de repente ela abre os olhos e entra em parada respiratória.

Paralelamente, a detetive Jane Rizzoli é levada as pressas para o hospital após a sua bolsa d’água estourar em pleno testemunho ao tribunal.

Eis que o destino une duas mulheres em um mesmo local, transformando a vida das duas permanentemente.

Gerritsen surpreende novamente com uma história com um timing e clímax completamente diferente dos demais livros da série. Foi um choque descobrir nos primeiros capítulos uma ação tão eletrizante, de deixar o coração na boca, na aflição de saber o que vai acontecer; como isso vai se desenrolar. É, claro, que a surpresa foi gratificante, mas, ao mesmo tempo, senti alguns detalhes da trama bem previsíveis, tirando um pouco da emoção final nos últimos capítulos. Provavelmente por causa dessa mudança no ritmo na trama logo inicialmente.

Foi interessante ver como uma mulher como Jane encara a sua nova vida agora com um bebê em seus braços e todo o questionamento que ela faz sobre esta grande mudança. A frustração quanto ao ser melhor policial do que mãe e o desejo quase incontrolável de voltar à ação antes mesmo do bebê completar 1 mês de vida. Reflexões que são comuns às mulheres que possuem uma vida profissional ativa e que fazem de tudo para mostrar ao mundo que podem executar seu trabalho tão bem e até mesmo muitas vezes melhor do que os homens.

O medo e a insegurança de Gabriel, que teve muito mais destaque neste livro, também é um dos pontos altos do livro; principalmente as discussões que ele tem com Jane sobre o comportamento e atitudes da esposa, colocando sempre sua vida em risco sem pensar que agora além de um marido ela possui um bebê.

Foi um pouco decepcionante ver que Maura teve uma pequena participação no início do livro, mesmo esta sendo primordial para todo o desenrolar da trama. Fiquei na expectativa de ver como seria seu desdobramento com a impressa e sua declaração após o “despertar da morta” e mais ainda de um possível relacionamento com Lukas, que infelizmente, apesar de alguns flertes entre eles, não aconteceu.

Como sempre, a autora não perde a mão ao narrar a história de mulheres fortes e assim, vamos adiante com o sexto livro “O Clube Mefisto”, que, devo confessar, foi o primeiro livro que li da série, pois não sabia que se tratava de uma série. Então, resenha em breve, pessoal!

Se você ainda não leu os demais livros da série Rizzoli & Isles, confira abaixo a resenha dos volumes anteriores:

“O Cirurgião” – livro 01
“O Dominador” – livro 02
“O Pecador” – livro 03
“Dublê de Corpo” – livro 04



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