quarta-feira, 4 de junho de 2014

E o Sr. King destrói o mundo novamente... (Kelly Santos)

Nossa avaliação - 9.0
Em 1º de outubro Clay Riddell, um artista de quadrinhos que vai a Boston fechar um contrato para uma série de gibis que pode lhe trazer segurança financeira, quando de repente acontece o que vem a ser conhecido posteriormente como "o pulso": todos que receberam ou tentaram fazer uma ligação através de seus telefones celulares nesse momento viram uma espécie de zumbi, agindo de forma violenta e falando de um jeito incoerente.

Vendo o inferno se desenvolver diante de seus olhos e sem saber ao certo o que esta acontecendo, Clay teme por sua vida e pela vida de seu filho e de sua ex-esposa que ficaram no Maine e em meio a explosões, atropelamentos, mordidas e todo tipo de violência, Clay conhece Tom McCourt e Alice Maxwell e os três decidem deixar Boston e partir em busca de Johnny, filho de Clay, tentando ficar fora do caminho dos "fonáticos", como eles começam a chamar esses "zumbis".

Durante essa busca, eles se deparam com outros sobreviventes e um deles, Jordan, desenvolve a teoria de que o efeito do pulso nas pessoas  é como uma metáfora computacional – as pessoas tiveram seus hard-drives (a mente) apagados, e isso despertou faculdades paranormais dormentes nos cérebros normais, como por exemplo a telepatia. E é nesse meio perturbador que a historia se desenrola.

Como já visto em outras obras de King, ele é o mestre da histeria, e os primeiros capítulos de celular retratam bem isso: intensidade, sangue, violência, o caos que se instala e nos deixa aterrorizados. Ao longo do livro as coisas vão se acalmando, mas a tenção nunca abandona o leitor e mesmo diante de um cenário tão aterrorizante, King consegue introduzir suas tiradas irônicas e seu humor peculiar e o livro se torna mais leve e divertido em alguns momentos.

O que eu achei mais interessante mesmo foi a construção dos fonáticos, a forma como suas mentes funciona e como a evolução de sua loucura é incrível. Li algumas criticas por aí, e percebi que alguns leitores tiveram uma birra justamente com esses zumbis diferentes que King criou, mas para mim foi brilhante, não sei se sou tão louca quanto ele, mas eu achei realmente incrível essa ideia. E outro alvo das criticas foi o final, bem, realmente não foi o que se espera para o final de um livro, mas eu penso que se ele tivesse enveredado pelo caminho do "felizes para sempre" sairia muito forçado e sem graça, acho que essa foi uma boa maneira de finalizar o livro.

Outro ponto que é marca registrada de King é a forma que ele descreve o que o ser humano é capaz de fazer quando posto sobre pressão. Ao contrário de seus outros livros, que são extremamente descritivos, nesse livro em particular, notei que ele não se demora em descrições de lugares, objetos e situações, ele é direto e só se demora em algo se for de extrema necessidade para o desenrolar da historia. 

O que faz com que eu me apaixone cada vez mais pela escrita de King é que seus personagens são seres humanos comuns, que choram, que não são os senhores perfeitos e altruístas como vemos em várias obras hoje em dia. Não são homens lindos de morrer com inteligência sem precedentes e perfeitos, mas sim humanos com falhas e defeitos como os humanos tem que ser.

O livro que foi lançado aqui no Brasil em 2007 pela Editora Objetiva, já esta sendo adaptado para o cinema e tem como personagens principais Isabelle Fuhrman (A Órfã), Samuel L. Jackson (RoboCop) e John Cusack (O Corvo). A estreia de "Celular" (ou "Cell" nos EUA) está prevista para o final desse ano ou início de 2015.

Imagem do filme "Cell".

2 comentários:

  1. Ultra animada por saber do filme, ainda por cima por ter John Cusack e Samuel L. Jackson no elenco!!!
    Como eu já comentei anteriormente, eu adoro Stephen King, mas o fim desse livro me decepcionou um pouco!
    Bjs

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    Respostas
    1. Eu ouvi muitas criticas sobre o final, mas eu realmente gostei. Acho bem a cara do King.
      E quanto ao filme, eu tbm to ansiosa pra assistir!!

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