segunda-feira, 30 de junho de 2014

DESAFIOS DO MÊS e As Mulheres do Nazismo (Renata Lima)


Hoje é o último dia do mês e como sempre eu volto pra fazer uma retrospectiva do mês de junho, o que eu li fora dos desafios e o que li para os desafios. Então vamos lá:

Lidos no mês para Desafio das Estrelas (tema principal GUERRA e tema extra LIVRO ESCRITO EM DUPLA)

Estrela Amarela e Depois de Auschwitz

As Mulheres do Nazismo (resenha de hoje)

Lone Survivor - Resenha quando sair o livro em português, mas já tem o filme, chamado "O Grande Herói" com Mark Wahlberg.

Colin Fisher - terminei ontem, resenha logo.

Lidos no mês para o Desafio do Skoob

Um Mundo Perfeito - Leonardo Bum

Lidos aleatoriamente

Coisas Frágeis Vol. II - ainda farei resenha dos dois volumes

Hoje eu vou falar do livro que mais me marcou esse mês, principalmente porque eu nunca tinha parado para pensar no papel das mulheres alemãs no Holocausto, a não ser nas vítimas dele.

Nossa Avaliação - 9.0
"As Mulheres do Nazismo" de Wendy Lower, consultora do Museu do Holocausto, mostra como as mulheres alemãs se deixaram levar pelo fervor da propaganda nazista de Hitler e como elas aceitaram a ideia de superioridade masculina e colaboraram, muitas delas de forma ativa, para o Holocausto que viria a seguir e ainda acreditavam na ideia de que o nazismo veio para “emancipar a mulher da emancipação feminina” com medo de que a igualdade entre os sexos levasse ao bolchevismo e objetivando devolver a mulher às suas funções originais: cuidar das crianças, da cozinha e da igreja, sendo que a maior contribuição feminina ao Reich era a maternidade. 

Hitler chegou a declarar que a mãe de seis filhos era mais importante do que uma advogada e mães de mais de quatro filhos recebiam a Cruz de Honra, uma das condecorações do país. Mas havia um porém, claro, as mulheres não podiam se casar com judeus, nem criar filhos com alguma doença considerada genética. Neste caso, eram pressionadas a entregar os filhos a supostas clínicas pediátricas, onde eram mortos. Este foi o destino de pelo menos 8 mil crianças na Alemanha e na Áustria deduradas por parteiras sempre a serviço do Reich. Caso a mulher insistisse em namorar um judeu ou um cigano, era encaminhada para um programa de doutrinação.

Além desse panorama mais abrangente, Wendy Lower pesquisou a vida de mulheres como Liesel Wilhaus que, depois que o marido assumiu o comando do campo de concentração na Polônia, passou a testar sua pontaria matando os judeus que cruzavam seu quintal, tendo a filha como testemunha. Ou Johanna Altvaver, de 22 anos, que trabalhou em um gueto na fronteira da Ucrânia com a Polônia e atraia crianças com doces para em seguida atirar na boca das crianças com uma pistola de prata. Ainda sobre Johanna, contam que, em um surto de raiva, ela invadiu o prédio que servia de hospital e atirou diversas crianças da sacada da enfermaria infantil do terceiro andar. 

O que nos estarrece é que os tribunais de desnazificação — que investigavam os crimes cometidos durante a ditadura de Hitler — concluíram que as mulheres, por ocuparem cargos de baixo escalão na burocracia estatal, não eram uma ameaça à sociedade alemã e muitas escaparam porque mesmo o Judiciário estava repleto de ex-nazistas.

Ou seja, muitas dessas mulheres estão vivas até hoje e ficaram impunes de seus crimes hediondos. 

Um livro impressionante e ao mesmo tempo revoltante!

3 comentários:

  1. Uma pena a autora "ter esquecido" de mencionar as mulheres que lutaram contra estes crimes cometidos na Alemanha e na Austria. Sei que existiram muitas, pois morei(moro) nos paises citados. Uma pesquisa incompleta, infelizmente semeando a revolta, sem mostrar o outro lado da moeda.

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    1. Acho que o objetivo dela foi justamente mostrar o que nunca foi mostrado, Anônimo. Não sei se "semeia a revolta" não...
      O outro lado foi mostrado algumas vezes, principalmente durante a reconstrução dos países devastados pela guerra.
      Bjs

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  2. Tenho interesse em ler livros que contam a história do holocausto. Já li algumas resenhas de livros sobre o assunto, mas ainda não cheguei a ler nenhum.

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