segunda-feira, 7 de abril de 2014

Decepção com o tão aguardado "Entre o Agora e o Sempre" (Carla Cristina Ferreira)


Quase um ano se passou desde que a Renata resenhou “Entre o Agora e o Nunca” de J. A. Redmerski, publicado pela Suma das Letras; um romance new-adult que fez muita gente suspirar por Andrew e torcer para que ele e Camryn conseguissem superar as sequelas que ambos levavam escondidas dentro de cada um.

Após o final – MARAVILHOSO – com que a autora nos presenteou, fazendo com que milhares de leitoras chorassem e vibrassem, nos deparamos agora com o casal de pombinhos nos preparativos para trazer ao mundo seu precioso bebê, após os eventos conturbados pelo quais passaram.

Tudo parece bem, a felicidade perfeita, apesar de Cam achar que, se não estivesse grávida, eles poderiam aproveitar mais a vida juntos antes de assumirem a responsabilidade de terem um filho.

Ela também tem medo que a vida deles caia na rotina, como acontece com muitos casais que só pensam em trabalhar, pagar as contas no final do mês e mal têm tempo para curtirem as coisas boas da vida. Mas Andrew está ao seu lado, ele a ama; do que mais ela precisa?

Andrew está que nem pinto no lixo, feliz por ter encontrado sua Eurídice, com um bebê a caminho - ele pode apostar que será uma menina - e por ter vencido uma grande batalha, uma que poucos podem se vangloriar que venceram. Ele sabe que nada pode dar errado; que ele e Cam terão uma vida perfeita juntos... Até algo inesperado estremece essa perfeita harmonia.

Agora Andrew e Camryn precisarão ser mais fortes do que nunca para superarem esta banda que levaram do destino; cada um a sua maneira lidará com seu sofrimento, um deles não tem bem como o outro e é exatamente nesse ponto que o livro me perde. Até os 30% devoro o livro e fico na maior expectativa, mas o que tinha para dar um ótimo drama e nos mostrar como os personagens podem crescer com as adversidades, se transforma em uma completa encheção de linguiça, permeada com algumas cenas de sexo.

Tudo bem, sei que se trata de uma ficção, mas como a autora tinha por objetivo escrever algo para um público mais adulto, sem fantasia, achei que ela teria um pouco de bom senso. A coisa toda não é verossímil para mim; é impossível um casal passar pelo que passou e “viver” da maneira como eles vivem. Inclusive há situações absurdas como um luau: quando alguém em sã consciência vai para uma praia afastada com pessoas estranhas e fica bebendo numa boa, sem achar que algo pode acontecer?

O andamento da história se torna previsível e a expectativa do início se transforma em aflição, querendo que se chegue logo ao final. Inclusive há um capítulo com narração de Camryn que é tão, mais tão, cópia do primeiro livro, que logo no primeiro parágrafo já matamos o que ela está narrando verdadeiramente.

Há ainda uma insinuação de que as mulheres brasileiras, especialmente as cariocas, fazem topless nas praias, mas a autora tenta consertar a situação, desmentindo a informação. A única parte positiva do livro foi uma pequena menção ao meu lindo, maravilhoso e eterno Patrick Swayze, mais especificamente sobre os filmes Dirty Dancing – Ritmo Quente e Ghost – Do outro lado da vida. 

A narração continua, alternando entre Andrew e Camryn, um retomando do ponto onde o outro parou. Agora se você está esperando aquela “overdose” do bom e velho classic rock, esqueça; há pequenas menções, mas pouco significativas.

No geral, fiquei decepcionada; fui esperando um bom drama, equilibrado com uma boa dose de romance, mas só encontrei o romance bobinho adolescente. Espero sinceramente que não haja mais nenhuma continuação, até porque para mim a história se fechou. Um dos poucos romances que se destacou e que me envolveu, acabou indo para debaixo do tapete.

6 comentários:

  1. Oi, Carla.
    Gostei do primeiro livro (não amei, mas foi uma boa surpresa), então acho que nem lerei a continuação para não me frustar com o rumo que a autora deu para a história - que terminou tão bem.

    Beijos!

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    1. Oi Maura! Pois é, quando li o primeiro livro tb não fui lá com muita expectativa, mas foi uma grata surpresa e achei o final surpreendente. Já a continuação... sinto um misto de tristeza e raiva quando vou com muita vontade ler um livro, que a gente espera que seja tão bom quanto o anterior, e dou com os burros n'água...
      Disse pra Renata ontem mesmo q é melhor não ler e ficar só com a lembrança do 1o livro.
      Bjs

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  2. Gente, sabe o que me choca: o livro ter tantas avaliações positivas!
    A Agnes já tinha me dito que o livro era ruim, aí você leu e se decepcionou também, estou pensando seriamente se eu leio isso, juro...
    Ótima resenha, senti sua angústia, amiga!
    Beijos

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  3. Eu realmente esperava muito mais desse livro, eu não diria que foi de todo ruim, tem coisas legais e tal, mas realmente acho que a autora deveria ter deixado a historia só com o primeiro livro mesmo.
    Fiquei bem triste.

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  4. Concordo com a sua avaliação, Carla: este livro não fez a menor diferença em relação ao primeiro, nem precisaria desta continuação. E Cam, que no primeiro livro era um pouco mais segura e aventureira (ajudando ao Andrew com o seu real problema), se mostra muito apegada à questões que, a meu ver, não justificam tamanha paranóia! Achei meio infantil algumas de suas ações e reações, seus medos não me convenceram muito não... O cara SEMPRE ao lado dela incentivando e ela querendo andar para trás. Ah, enfim, decepção define! :'(

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    1. Acabei agora e a minha impressão era de que o livro não acabava nunca quando a história já tinha acabado. No fim acho que eu gostei por causa do Andrew, mas tb fiquei decepcionada.

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