segunda-feira, 31 de março de 2014

As Decepções no Desafio do Skoob de Março (Renata Lima)


Chegou aquele dia do mês de falar sobre os livros lidos para o Desafio Literário Skoob 2014! Em março, o tema era suspense (englobando mistério/assassinato/policial). Por ser meu tema favorito, eu achei que ia consegui ler bastante coisa, mas não foi bem assim!

Consegui ler mais de dez livros do tema, mas hoje eu só vou falar de alguns deles porque uns foram tão bons que mereceram resenhas separadas (como "A Lista do Nunca" e "Verão do Medo"). Como eu também não quero fazer uma resenha gigante com todos os outros livros, eu resolvi falar apenas de dois deles: "Impasse" e "A Noite do Massacre", as duas decepções do mês.

Em "Impasse", publicado pela Editora Rocco, Sandra Brown conta a história de Tiel McCoy, uma repórter famosa, que recebe uma chamada inusitada no início de suas férias no Novo México: seu chefe pede que ela descubra o paradeiro da filha de um milionário que havia sido sequestrada pelo namorado adolescente.

Nossa Avaliação - 6.0
Como coincidência pouca é bobagem, Tiel está em uma loja de conveniência com outras pessoas quando de repente o jovem casal desaparecido entra e anuncia um assalto. Grávida, a menina na verdade tinha fugido com o namorado por conta das ameaças do pai de que ela não ficaria nem com o jovem, muito menos com o bebê.

Depois de um acontecimento, todos ficam presos dentro da loja e a polícia está do lado de fora pronta para agir. Tiel, o misterioso homem com conhecimentos médicos, a funcionária do posto, um casal de idosos e dois homens que não falam inglês precisam agora lidar com os fatos que se desenrolam ali dentro e evitar a todo custo a invasão policial que poderia resultar em um massacre.

O livro é bom, mas abusa das coincidências e da máxima de "estar no lugar certo na hora certa" e de "estar no lugar errado na hora errada" e acaba deixando a gente com a sensação de que coisas desse tipo não acontecem na vida real. Ainda tem a história batida do mocinho com um trauma no passado que se isolou de todos e se fechou para o mundo exterior e agora, confrontado pela situação, precisa sair de sua concha para ajudar outra pessoa.

Se fosse categorizar esse livro, eu o categorizaria como um suspense bem leve que só não pode ser considerado um romance de banca porque o romance mesmo só rola nas partes finais e aí tem umas cinco ou seis páginas de uma transa, talvez pra compensar a falta de sexo no livro todo. 

Bonzinho, mas nada além disso.

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Nossa Avaliação - 4.0
Considerado um thriller, "A Noite do Massacre" de Carlos Heitor Cony, republicado pela Alfaguara, é um livro muito bem escrito que infelizmente não me conquistou. O livro narra a história de um casal de classe alta, Marcelo e Sílvia Caseli, lidando com problemas conjugais que terão a vida modificada por um evento traumático quando a quadrilha desestruturada de João Sereno invade a casa em uma tentativa de assalto, envolvendo vizinhos, empregados e os filhos do casal em uma espiral de medo e instabilidade.

Como o livro foi escrito em 1975, eu acredito (ou quero acreditar) que ele tenha um fundo político ou mesmo social porque o que se vê é um monte de gente hipócrita, passando pelo casal, indo pelos vizinhos e parando no líder dos bandidos, que se acha tão esperto e inteligente que se junta com bandidos de péssima laia, estupradores de crianças.

Apesar de bem escrito, como eu disse acima, o livro não tem um personagem que preste, salvo as crianças e a empregada, diria eu, que são realmente vitimizadas e traumatizadas para a vida inteira, o que me deixou bem abalada. Os personagens são o cúmulo da passividade, da aceitação mediante a violência sofrida por eles e pelos outros personagens, sejam eles seus filhos, seus amigos ou seus empregados. Era como se eles estivessem assistindo um filme ou lendo a própria história com certo distanciamento que chega a irritar.

Cony explicou que foi procurado pela Hawaí Filmes "para fazer o roteiro de uma produção sobre a onda de violência que, naquela época, inquietava, sobretudo, os moradores dos bairros mais nobres de São Paulo. Ao lançar mais uma edição do original, voltei ao título primitivo, uma vez que a violência urbana continuou produzindo episódios iguais ou piores". O filme em questão é "Paranoia", dirigido por Antonio Calmon, lançado em 1976 que, depois de ler o livro, eu não faço a menor questão de assistir.

2 comentários:

  1. Mas você não acredita em coincidências?...rs.
    Te entendo. Tem histórias que subestimam mesmo o leitor.
    O bom é que você leu bastante coisa ;)
    bjo

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    1. Oi, Mi, olha, eu acredito em coincidência sim, mas 200 no mesmo livro é um pouco estranho! kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
      Beijo enorme!!!

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