domingo, 29 de dezembro de 2013

A História é contada pelos vencedores (Renata Lima)


Nossa Avaliação - 7.0
Kyla teve suas lembranças apagadas no primeiro livro da trilogia distópica Slated de Teri Terry chamado "Reiniciados". Ela agora é uma reiniciada com um passado esquecido e uma vida zerada para recomeçar ao ganhar uma segunda chance do Governo. Porém há uma série de regras e a primeira delas é que ela tem que conviver com uma família escolhida aleatoriamente e chamá-los de pai, mãe e irmã. A segunda delas é que ela vai ser monitorada 24h por dia por um relógio de pulso impossível de remover chamado Nilvo que mede seu grau de felicidade. Se os números caem demais, Kyla pode desmaiar e até morrer.

Aparentemente a reinicialização de Kyla dá problema e memórias do passado começam a voltar, até que ela conhece Mac, um rapaz que tem um computador clandestino que mostra que Kyla tem uma família verdadeira à procura dela e que seu nome na verdade não é Kyla e sim Lucy, mas se ela é Lucy, quem é Chuva (Rain) e quem é o homem que aparece em seus sonhos em uma praia? Tudo é muito misterioso e Kyla não pode confiar em ninguém, nem em Ben, outro reiniciado, nem em Tori, amiga de Ben, também reiniciada, nem na irmã e muito menos nos pais.

Esse é basicamente o enredo do primeiro livro que eu gostei bastante porque o tempo todo nós nos perguntamos quem é quem, a mãe de Kyla é do bem? Ou ela está envolvida com os Lordeiros (soldados que mantém a ordem nas cidades) por ser filha do homem que acabou com a Revolução? A irmã de Kyla está sempre feliz e sorridente ou isso é apenas uma fachada?

No primeiro livro há várias pistas sobre Kyle e o seu passado, e às vezes a gente se sente como João e Maria seguindo as migalhas de pão no meio da floresta, mas isso é proposital. Nos sentimos como Kyla, confusos, perdidos, sem saber onde tudo vai dar, tentando sobreviver dia após dia em um mundo pós-revolucionário onde criminosos são mortos ou reiniciados sem qualquer preocupação com o que é "legal" ou "moral" ou "correto", onde pessoas são levadas sem aviso prévio e desaparecem sem deixar rastros.

Nossa Avaliação - 8.0
Mas o problema é que o segundo livro, apesar de ter mais ação e emoção do que o primeiro, não responde muitas perguntas. O que acontece é que Kyle começa a se lembrar de coisas que ela não sabe se são reais ao mesmo tempo em que pessoas do seu passado reaparecem trazendo mais escuridão do que luz.

Tori desapareceu, Ben foi levado pelos Lordeiros, o professor do colégio não é quem diz ser e a mente embaralhada de Kyle fica ainda pior no meio de tantas siglas como TAG (Terroristas Anti-Governistas) e R.U. Livre (Reino Unido Livre). Para completar, um novo vizinho, Cam, se muda e está disposto a se tornar seu melhor amigo.

O bom é que no meio de tudo isso alguma coisa dá um clique no cérebro de Kyla e várias peças começam a se encaixar como em um quebra cabeças difícil de peças bem pequeninas. Com o pouco que ela tem ainda não dá para montar um quadro completo, mas por instinto ela vai encaixando as peças até formar um rosto, uma paisagem, uma voz, e começa a acreditar que nem todas as pessoas são o que parecem. Nem a mãe, nem a médica que a reiniciou, doutora Lysander, nem o pai que parecia tão amável, nem a pessoa que ela achava que traria todas as respostas.

Para quem gosta de distopia, eu colocaria esses livros no mesmo patamar de "Divergente" e "Insurgente". Não são livros ótimos, mas trazem reflexões interessantes, principalmente sobre o massacre da liberdade de expressão por um regime governamental totalitário que não admite questionamento (como todos os governos nessas sociedades distópicas). Mas esse livro em si fala de revoltas estudantis, de proibição de celulares, de recolhimento de notebooks e limitações de banda de internet, o que tornou a história mais interessante.

Capa da versão impressa.
Capa do e-book.
O próximo livro "Shattered" ("Estilhaçada" ou "Estilhaçados" em tradução livre) será lançado no dia 1o de maio de 2014 nos Estados Unidos e ainda não tem data de lançamento no Brasil, provavelmente só sai no final do ano, depois de setembro.

Sinceramente espero que a autora consiga fechar todos os pontos ainda em aberto (e são muitos) em um livro tão cheio de ação e suspense quanto esse segundo, mas acima de tudo, espero que ela consiga dar destino a todos os personagens importantes da série, porque isso é o mínimo que nós, leitores, merecemos!

4 comentários:

  1. apenas, nao sabendo lidar, em prantos, confusa e meu... q final de Fragmentada, nem sei o q falar.

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  2. TAG (Terroristas Anti-Governistas) e R.U. Livre (Reino Unido Livre) ela nao fica confusa... sao a mesma coisa.... E desculpe discordar, mas essa distopia supera de longe muitas outras...

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    1. Sim, são a mesma coisa, mas usadas por pessoas diferentes. Eu não disse que ela fica confusa com as siglas, eu disse que ela fica confusa com a quantidade de coisas que acontecem na vida dela ao mesmo tempo.
      Que bom que você acha que supera muitas distopias, eu também acho que supera muitas, só não acho que seja A MELHOR. Mas uma nota 80 tá legal, não?
      Beijos

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