sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Os livros de The Walking Dead: Do ótimo ao mediano (Renata Lima)


Para quem ainda não me conhece, eu sou fã de literatura de terror e suspense, por isso sou apaixonada pelas séries de TV The Walking Dead e American Horror Story (entre outras que já não são mais exibidas). Nunca fui muito fã de histórias em quadrinhos, então eu desconhecia a febre The Walking Dead até que os quadrinhos foram adaptados na série e, mais recentemente, nos livros de Robert Kirkman (o criados das HQs) e Jay Bonansinga.

Mesmo já tendo visto as duas primeiras temporadas da série, fiquei meio pé atrás de ler o livro, até que assisti ao vídeo da lindeza que é a Gabi do Viver pra Ler (apesar de discordar profundamente dela sobre o livro do Zafón que também está no vídeo) e decidir mergulhar de cabeça essa distopia e engatar um livro atrás do outro, então seguem meus singelos apontamentos sobres os dois primeiros livros da série:

Nossa Avaliação - 9.0
Neste primeiro livro, "A Ascensão do Governador" nós conhecemos a verdadeira história do temido Governador Philip Blake (o terror de Woodbury) antes de se tornar o Governador e o melhor é que o livro pode ser lido tanto por fãs quanto por pessoas que nunca viram a série ou leram as HQ. Não há exatamente uma explicação para o apocalipse zumbi que se segue porque o mundo virou uma confusão sem fim e o livro é todo escrito sob a perspectiva de um grupo de sobreviventes que estão isolados do mundo: não há TV, não há rádio, não há luz elétrica, água e principalmente comida.

Philip, dois amigos - Bobby e Nick, sua filha Penny e seu irmão Brian podem parecer um grupo coeso, mas todos têm personalidades muito distintas e um único objetivo: a sobrevivência. Phillip é raivoso e explosivo e faz de tudo para proteger Penny, uma criança inocente e aterrorizada, e Brian, seu irmão covarde. Nick é religioso e Bobby é um gordo bêbado praticamente impelido pelos próprios instintos.

Em meio a fugas desesperadas, quando hordas de zumbis cercam os carros e as casas que eles invadem para passar a noite, o que mais chama a atenção no livro, é como o ser-humano pode mudar mediante ao desastre iminente, quão individualista pode-se ficar quando só há duas escolhas: viver ou morrer, mesmo que o conceito de vida seja um tanto distorcido.

Como em tantos outros livros - assim me ensinou o mestre Stephen King - nem sempre o inimigo é a peste contra a qual se combate, mas os outros humanos que se aproveitam de momentos como esses para colocar para fora o monstro que há dentro de si, justificando que para a sobrevivência vale tudo, inclusive matar um semelhante por causa de uma lata de comida.

O interessante do livro é que gostamos de pensar que em uma situação dessas todos estaremos preparados para sair por aí atirando e zumbis, partindo seus crânios com machadadas, atropelando esse monte de carne putrefata, mas não é bem por aí. Atire a primeira pedra quem não se identifica com o personagem principal, Brian, que está sempre se escondendo com a sobrinha e deixado de lado quando o circo pega fogo para só depois reaparecer para ajudar a limpar a bagunça.

A sequência final do livro é eletrizante e me deixou absolutamente sem fôlego! Seguir esses sobreviventes vai dar em um caminho sem volta que acaba na cidade de Woodbury, onde o maior monstro de todos os que conhecemos nesse livro erguerá seu império de medo e terror e montará um circo de horrores que nenhum de nós irá esquecer!

Nossa Avaliação - 7.5
Lembra do que dizia o filósofo Thomas Hobbes (1588/1679):  "Homem é o lobo do Homem"? Quando ele falava em "Estado de Natureza", que os homens são perfeitamente iguais, desejam as mesmas coisas e têm as mesmas necessidades, o mesmo instinto de auto-preservação? Isso se confirma nesse segundo livro "O Caminho para Woodbury" quando somos apresentados a outro grupo de sobreviventes que se unem em um  acampamento para tentarem permanecer vivos.

Quase sem água e sem comida, com as defesas baixas e uma constante tensão, o acampamento onde estão Lilly Caul, nossa heroína, Josh, Bob, Megan e Scott é um barril de pólvora prestes a explodir, o que acontece logo depois de uma invasão em massa em que Lily não consegue proteger Sarah, a filha de um dos bambambãs do acampamento e o pai, em um ataque de fúria, quando mata Lily de pancada. Josh, o salvador de Lily, mata o valentão e é expulso do acampamento. Com ele vão Lily, muito machucada e precisando de cuidados médicos, o que leva Bob a se voluntariar para segui-los por ser o único com conhecimentos médicos, a periguete Megan e o chapadão Scott.

Nesse momento tudo que pode dar errado para o grupo de protagonistas dá: o inverno está chegando, os zumbis aparecem do nada, a gasolina acaba, não tem água para beber e de repente outro grupo de sobreviventes aparece e os convida para habitar a linda e bela Woodburry, chefiada pelo já estabelecido (do jeito que vimos no livro anterior) Governador e suas mãos de ferro.

O livro é bom, mas não atinge o nível dramático do primeiro, nem quando o pai de Sarah está descendo a mão em Lily. As mortes de zumbis são mais descritivas do que receitas da Ana Maria, e para mim o momento de maior tensão é quando Lily e Josh são cercados e precisam colocar fogo na casa para voltar a Woodbury e uma tragédia pior ainda se desenrolar. 

O final também decepciona um pouco porque depois do final alucinante do primeiro livro você espera um gancho fenomenal para engatar o terceiro livro "A Queda do Governador Parte 1" e o gancho não vem. Você vai segurando o fôlego, segurando o fôlego e de repente morre na praia porque o "Oh meu Deus!" não vem. Talvez tenha ficado para o próximo livro, porque depois de tudo que o Governador faz, é complicado aturar a passividade dos habitantes de Woodbury. A Gabi também achou esse livro pior do que o primeiro, você pode conferir a opinião dela nesse vídeo aqui no minuto 9:48.

Editorialmente falando, eu gosto muito das capas dos livros e não percebi muitos erros de revisão e tradução, o que é um ponto positivo enorme em relação a outros livros publicados recentemente. Aqui no Brasil, os livros são publicados pela Galera Record, um selo juvenil da Editora Record.

Independente da leve decepção com esse segundo livro da série, fico aguardando ansiosamente o lançamento do terceiro livro em português. "A Queda do Governador Parte 1". Ele será lançado em janeiro de 2014 e a parte 2 (em inglês) já está em pré-venda na Amazon.com com lançamento dia 4 de março de 2014. Aqui no Brasil, a previsão de lançamento é junho ou julho.

Vocês assistem à série? Já leram as HQs? Se interessaram pelos livros? Não esqueçam de deixar seus comentários aqui embaixo!

2 comentários:

  1. Eu concordo com vc em gênero, numero e grau. O primeiro livro é incrível e já um dos meus favoritos, e o final é maravilhoso e Surpreendente. Já o segundo eu também não gostei, achei bem sem o mesmo ritmo do primeiro e a Lilly me matou de raiva. A primeira parte do final da serie é ótimo (pelo que eu consegui entender com o meu inglês de meia pataca né ) e eu espero que ele mantenha a pegada rápida e eletrizante. Sua resenha, como sempre, está excelente, parabéns.

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    1. Obrigada pelo carinho de sempre, Kelly.
      É isso mesmo que eu senti, o segundo livro é mais lendo, a personagem principal é irritante, aquele acontecimento que ela provoca na casa é ridículo, mas enfim... eu estou ouvindo o audiobook do terceiro, mas como ele já está em pré-venda, acho que vou parar e esperar mais um pouquinho!
      Beijos

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