segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Um título e nada mais que um título (Renata Lima)


Quando eu li sobre o lançamento desse livro, fiquei muito interessada, principalmente porque Sasha Grey, hoje com apenas 25 anos, ex atriz pornô, é uma mulher extremamente inteligente e articulada. Atriz, modelo, DJ e cantora, Sasha Grey contribuiu com inúmeros artistas e fez parte da banda aTelecine até julho deste ano.

Nossa Avaliação - 6.0
O livro "Juliette Society" promete na sinopse revelar um clube secreto formado por membros do mais alto escalão – banqueiros, milionários, magnatas da mídia, CEO’s, advogados, autoridades, traficantes de armas, militares condecorados, políticos, oficiais do governo e até mesmo o alto clero da Igreja Católica – que usam as festas do clube como "uma válvula de escape do cansativo e estressante negócio de estragar ainda mais o mundo e criar novas maneiras sádicas e diabólicas de torturar, escravizar e empobrecer a população. E o que eles fazem em seu tempo livre, quando querem relaxar? Deveria ser óbvio. Eles fazem sexo."

O livro seria muito interessante se fosse realmente sobre isso, mas não é. 

Narrado em primeira pessoa, "Juliette Society" conta, na verdade, a vida de Catherine, estudante de Cinema, e seu chato namorado Jack, assessor de um político em ascensão, praticamente viciado no trabalho, que só quer saber de chegar em casa e dormir, negligenciando assim os desejos sexuais da namorada com quem mora junto.

Quase na mesma proporção do vício de Jack em trabalho, Catharine é viciada em sexo. Ela se imagina em cenas picantes o tempo todo, seja nos filmes que assiste ou fantasiando com seu professor da faculdade, Marcus, por quem ela fica ainda mais interessada depois que Anna, uma colega de turma, revela as fantasias sexuais do professor a quem ela atende em casa como garota de programa que é.

Aos poucos, Catherine é incluída, através de Anna, em um círculo sexual restrito, onde há sexo puro e simples e perversões inimagináveis em festas privadas e exclusivas onde tudo pode acontecer. Cada vez mais excitada, Catharine exige mais do namorado e é repelida várias vezes, mergulhando fundo no mundo do sexo que mesmo pago não deixa de ser prazeroso. 

É claro que, entendida do assunto como é, Sasha Grey escreve cenas de sexo como ninguém, mas à medida que o livro vai chegando perto do fim, eu esperava que ela realmente esmiuçasse mais a tal Juliette Society e não apenas as fantasias e as práticas sexuais de Catherine e Anna, ou ainda de outros personagens tão desinteressantes que às vezes me faziam pular algumas páginas.

O livro tem pontos altos e baixos que praticamente se equivalem e eu daria uma nota 5.0 se não fosse o trabalho editorial quase perfeito da Leya. A capa é muito bonita, a tradução é muito bem feita, dando a ideia das coisas mais cruas, menos enfeitadas, exatamente como a personagem quer transmitir, e quase não há erros de revisão!

Eu esperava mais do livros, esperava mais da Juliette Society, esperava mais de uma personagem que se libera sexualmente (mas ainda ama o namorado babaca), mas como eu já vi algumas pessoas dando nota 100 para o livro, pode ser que eu esteja errada, então leia outras resenhas para comparar. Aqui tem uma do O Globo.

Há rumores de que o livro vai virar filme, então, fiquem ligados, porque eu acho que como filme vale mais a pena, desde que explorem a Juliette Society e não a personagem principal ao extremo, como foi feito no livro.

2 comentários:

  1. Pois é, Re, um monte bom pra caramba, uma excelente oportunidade de criar um livro ótimo e, blergh!!!
    Mas enfim, distraiu... rs E a sua resenha ficou ótima, bate exatamente com o que eu pensei do livro!

    Xerinhos

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    1. Ai, nem me fala, Pati. Imaginei um livro muuuuuito interessante e me decepcionei. É um livro bom, mas com potencial para ser ótimo.

      Beijos grandes!!!!!!!

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