segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Girl Power em Estranho Irresistível (Renata Lima)


Semana passada, a Aline resenhou "Cretino Irresistível" dizendo que tinha amado o livro. Eu sinceramente não gostei. Achei Bennett, o personagem principal, extremamente caricato, e muito rude com as pessoas em geral. No começo a mocinha tem verdadeira aversão a ele e, fora o fato dele ser lindo, ela praticamente o odeia e uma passagem é muito reveladora:
“Atraso” era uma palavra que não existia no Dicionário para cretinos de Bennett Ryan. Também não havia “coração”, “bondade”, “compaixão”, “pausa para almoço” ou “obrigado”.

E eis que, um belo dia, quando ela está fazendo uma apresentação de trabalho, ele passa a mão na bunda dela, simples assim. E Bennett Ryan fica apaixonado pela secretária que não fez o que ele queria no escritório (o que ele queria, vocês já imaginam).

Alternando a narração com Chloe, ele revela que já a desejava há muito tempo, mas que o que aconteceu (ou não aconteceu) no escritório só serviu para tentá-lo ainda mais, então começa o chove-não-molha do bem-me-quer, mal-me-quer de Bennett e Chloe que, em certo ponto, me lembra Bella e Edward de Crepúsculo ou Ana e Christian Grey de Cinquenta Tons. É só rolar um toque entre os dois que o mundo deixa de existir e o fato de ele ser um cretino (na verdade eu acho que ele é um escroto, mas tudo bem) cai por terra.

Mas enfim, como a Aline já falou do livro, eu só queria dizer que não achei ele muito interessante, apesar de Chloe revidar à altura mesmo, como ela colocou na resenha, o que pelo menos não deixa o livro cair na monotonia. É quase um A Gata e o Rato para quem é dessa época (uma série de TV dos anos 80 com Bruce Willis e Cybyll Shepherd) sem as tiradas espirituosas do personagem de Bruce Willis. É bom, daria nota 6.0, não mais do que isso.

Nossa Avaliação - 8.0
Já a história do segundo livro, "Estranho Irresistível", foi uma surpresa muito bem-vinda! É uma pena que editorialmente o livro tenha erros tão básicos, mas vou falar deles mais tarde.

Sara é uma jovem que deixou sua cidade natal para trás fugindo de um relacionamento fracassado. Ela era constantemente traída pelo noivo, Andy, um aspirante a senador, e descobre que ele só tinha se aproximado dela porque achava que sua família era influente e poderia ajudá-lo em sua ascensão política. 

Inicialmente devastada, Sara liga para a amiga Chloe (sim, a Chloe do primeiro livro) e aceita um emprego na empresa de Bennett Ryan (vulgo Cretino Irresistível), o agora noivo de Chloe.

Na primeira noite em Nova York, Sara sai com as amigas disposta a se divertir e esquecer o passado e topa com um estranho irresistível em uma boate, para quem faz uma dança sensual e logo depois os dois transam. 

Mas Sara não quer saber de nomes, ela está disposta a ficar solteira o máximo possível, a se redescobrir depois de tanto tempo vivendo praticamente em função de outra pessoa. Mal sabe ela que o britânico misterioso é na verdade Max Stella, um amigo de faculdade de Bennett Ryan e que os dois praticamente frequentarão os mesmos círculos.

Com a mesma narrativa do primeiro livro, alternando capítulos narrados por Max e com capítulos narrados por Sara, somos transportados para o mundo de uma mulher que só quer recuperar sua feminilidade e auto-estima e de um homem que sempre tem tudo muito fácil, mas de repente se vê em uma situação inversa: não é ele que manda, é ela. E Sara só está disposta a se relacionar com ele se concordarem com uma pequena regra: ela será dele apenas uma noite por semana, às sextas-feiras, e ele não poderá ter outras mulheres.

E é claro que os dois vão se apaixonar e se envolver, mas o mais legal do livro é que Max é um cara tão fofo, tão preocupado, tão sincero, que chega a irritar o fato de Sara manter o pé atrás e não ceder todas as vezes que ele dá a entender que quer um relacionamento de verdade. É claro, todo mundo já sofreu um dia por causa de alguém e ser traído não deve ser nada fácil, mas o homem está caído aos pés dela e ela tem a capacidade de virar as costas e ir embora para depois ficar se remoendo sozinha em seu mini apartamento.

O ponto positivo do livro, além da história e da narrativa, é que, embora essa seja uma série, esse livro e o terceiro podem ser lidos fora de ordem. Claro, Chloe e Bennett voltam nesse livro, mas aqui eles são coadjuvantes e pouco (quase nada na verdade) interferem em termos de enredo.

Eu daria nota 9.0 para o livro se não fosse a infinita quantidade de erros editoriais, como "tinha pago", vários "se" no lugar de "que" e frases como "Que você já está atrasado nessa moda, seu idiota" que não fez o menor sentido no contexto do que estava sendo dito. Outro erro constante é começar a chamar o Max de senhor e terminar com você por causa do pronome "you", em inglês. Mas nada é pior do que o pleonasmo vicioso e irritante de "entrar para dentro", "sair para fora" e "subir para cima". 

Exemplos:
enquanto eu entrava lá dentro do elevador
ele subiu por cima de mim e me beijou profundamente.
ela disse, subindo em cima de mim.
ela entrou dentro do apartamento.

Absolutamente imperdoável!

Quanto às capas, eu achei o carinha da segunda capa meio magrelinho, meio sem gracinha, mas os "modelos" da capa do primeiro e do terceiro livro realmente são inspiradores. As capas são as mesmas capas americanas, então acho que só escalaram o modelo errado...

Vou ler o terceiro livro? Claro. Como vocês já devem saber, eu sofro do "mal das séries", uma doença que não permite que eu abandone a série até estar absolutamente de saco cheio dela (como foi o caso da série House of Night, que eu abandonei no 7o livro "Queimada").

Então, que venha "Beautiful Player"! O livro já está em pré-venda nos EUA (com lançamento previsto para 29/10), mas ainda não foi divulgada a data de lançamento no Brasil.

6 comentários:

  1. Somos 2 que sofrem do mal das séries, trilogias e afins...
    Lerei.

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    1. Pois é, Sheila! Não consigo abandonar nada, a não ser que realmente me torre a paciência!!!

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  2. Gente, cada hora mais surgem séries e mais séries, é um desespero :)
    Erros editorais são imperdoáveis, confesso que me incomoda e me distrai na leitura, eu me concentro no erro e perco o foco, é uma droga ...
    bjos

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    1. O problema, Melissa é que QUANTIDADE não é QUALIDADE, né? Esses livros não trazem nenhuma inovação a não ser uma linguagem mais clara das coisas, o que é terminantemente proibido em um romance de banca. Mas fora isso, tem muito romance de banca muito melhor do que o primeiro livro dessa série - na minha humilde opinião, tá gente?

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  3. Olha, eu não gosto de series, ainda mais as que tem mais de 3 livros, mas ultimamente tenho lido umas bem legais, so que nada nessa linha . Eu não sou muito fã de romance nem apimentado e nem dos agua com açucar, mas acho que esse tipo de livro tem atraido muitos novos leitores e acho muito valido. Só que não me atraem nem um pouco.

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    1. Pois é, Kelly, uns são muuuuito bons, outros nem tanto. Mas eu gosto sim, desde que a história seja boa e o livro bem escrito!
      Bjs

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