quarta-feira, 19 de junho de 2013

Despertando para a vida (Renata Lima)


Se você está esperando um livro de romance de menininha, é melhor desistir de ler esse livro porque ele não é um romance comum, é um romance dramático, então embarque nessa história preparado para derramar algumas lágrimas e até sentir raiva de algumas circunstâncias da vida.

Nossa Avaliação - 9.0
Louisa Clark tem 26 anos e dizer que ela não tem ambições chega a ser uma visão otimista. Ela tem uma vida pacata, um relacionamento estável, uma família como qualquer outra que enfrenta problemas financeiros. Ela divide a casa com os pais, o avô (vítima de um derrame), a irmã e o sobrinho, e é garçonete na única cafeteria local.

Lou, seu apelido, tem uma vida simples e descomplicada, até que o dono do café avisa que não pretende mantê-lo por mais uma temporada já que o Castelo (a atração turística do local) decidiu abrir uma lanchonete interna, o que acabaria com a clientela da pequena cafeteria. E é assim, do dia para a noite, com três meses de salário (quase um seguro-desemprego por consideração, já que ela nunca teve a carteira assinada),  que Louisa começa uma pequena peregrinação em busca de um novo trabalho.

Com suas qualificações duvidosas, Louisa só encontra subempregos (como trabalhar de madrugada em uma fábrica de frangos) e, já desanimada, ela consegue uma entrevista como cuidadora auxiliar (porque o fisioterapeura e enfermeiro Nathan é o "cuidador oficial") de um tetraplégico rico, irônico e que logo de cara parece não gostar dela chamado Will Traynor.

Will tem 35 anos e encara com amargura e negação o atropelamento que sofreu há dois anos que o deixou permanentemente preso à uma cadeira de rodas. Antes adepto de esportes radicais, homem bonito, altivo e desejado, o Will de hoje é um homem rancoroso e sarcástico, que tem uma resposta para tudo na ponta da língua.

Inicialmente assustada com a tarefa de ajudar a cuidar de uma pessoa com necessidades especiais, Louisa quase desiste, mas aos poucos os dois desenvolvem uma relação de amizade e ela percebe como é difícil para ele estar naquela situação de dependência, sem poder fazer absolutamente nada sozinho. Aos poucos, Will começa a expandir os horizontes de Louisa, seja por meio da leitura, de filmes legendados, da música, mostrando a ela o potencial que tem e a grandiosidade do mundo em que ela habita. Louisa, em contrapartida, devolve a cor e a luz ao mundo de Will.

Mas como nada na vida é assim tão fácil, Louisa também precisa lidar com seu relacionamento com Patrick (e descobrir até que ponto ela realmente o ama e até que ponto eles estão acomodados naquela relação), com a irmã, com os pais e até mesmo com a difícil mãe de Will, partindo assim em uma jornada de auto descobrimento. Já Will precisa lidar com o fato de que sua condição é permanente e se perguntar se está disposto a encarar o que o futuro lhe reserva: ser dependente pelo resto de seus dias e ver seus órgãos falharem um por um rumo ao fim de tudo.

Apesar de não ser o meu gênero literário preferido (como se eu realmente tivesse um gênero preferido!), confesso que gostei demais do livro! Ao contrário dos últimos livros que li do Nicholas Sparks, que é um dos autores que seguem essa linha de romance-dramático, achei que a história foi contada com o primor delicado de quem vivenciou tudo em primeira pessoa e, ao contrário do que imaginei inicialmente, o livro não é over, não é exagerado, não é caricato; é singelo, é sutil e muito delicado, apesar da polêmica levantada.

Algumas coisas, achei desnecessárias, como os capítulos narrados por outros personagens (o pai do Will, a mãe do Will, o fisioterapeuta Nathan e a irmã de Louisa). Acho que se fosse para alternar a narração, a autora poderia ter alternado entre Louisa e Will, e só. Mas isso não tira o mérito do livro ser lindo e muito bem escrito.

Muita gente reclamou do final, mas eu gostei, então deixo aqui a pergunta para quem já leu o livro. Aprovam ou não aprovam o final? (Cuidado na hora de colocar Spoiler, não deixem de marcar SPOILER bem grandão pra quem ainda não leu identificar logo de cara!)

Na minha opinião, um dos melhores do ano!


2 comentários:

  1. Eu adorei o final!

    SPOILER!!!

    Adorei porque não é romântico e perfeito, é romântico e real. Quando o amor é tão forte que respeita a decisão do outro, por mais que ela te faça triste.

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    1. SPOILER!!!
      Exatamente, Gabi. Não quis colocar nada sobre a questão da escolha na resenha por medo das pessoas acharem que é spoiler, mas respeitar a decisão dos outros é fundamental. Quem ama, respeita, mesmo que não concorde!

      Beijoooooo

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