quinta-feira, 14 de março de 2013

A "Morte" de Rowling (Carla Cristina Ferreira)


Nossa avaliação - 3.0
Nunca chegamos a falar da série Harry Potter, mas é indiscutível que J. K. Rowling acertou em cheio ao criar o mundo do bruxinho e seus amigos. O sucesso foi tanto que a autora se sentiu pressionada, talvez por ela mesma, talvez pela própria editora, a continuar produzindo. Foi então que Rowling começou a trabalhar em novo projeto para o público adulto, deixando os baixinhos fora dessa vez. “Morte Súbita” foi lançado pela Nova Fronteira no final de 2012. Apesar de todo o estardalhaço o livro não foi lá muito bem recebido pelos críticos e eu partilho da opinião deles.

“Morte Súbita” narra logo de cara a morte inesperada do conselheiro da cidade de Pagford, Barry Fairbrother, e a disputa pelo cargo que subitamente encontra-se vago. Aos poucos vamos conhecendo as famílias interessadas nos mexericos e na antiga rixa de dividir a cidade.

Um livro que lembra Dickens (na opinião do Flavio), mas sem a maestria do autor. Tudo não passa de uma grande novela que explora o comportamento, o segredo, o orgulho, a inveja e o medo das famílias. Aqui encontramos uma guerra declarada entre ricos e pobres, uma preocupação com o MEU e não com o SEU, onde cada um olha apenas para o seu umbigo. A guerra não declarada é aquela que acontece dentro de cada indivíduo.

São páginas e mais páginas retratando a vida de pessoas comuns, na qual a vacância é apenas um meio de exteriorizar os sentimentos de cada um. Assuntos como dependência química, automutilação, estupro e violência doméstica etc. Mal comparando, me lembrou muito “Inferno” de Patrícia Melo: uma linguagem “pesada”, situações reais e um final realista.

O problema: muita publicidade para um livro, sem melhor palavra para expressar, chinfrim. Tudo isso porque se trata da autora de Harry Potter. Caso este fosse o primeiro livro de Rowling com certeza passaria despercebido. Uma história que poderia ser contada em 300 páginas ou não ser contada...


2 comentários:

  1. Engraçado que além da capa com a textura diferenciada, parece mais borracha, esse livro não me interessou em NADA, a começar pela imagem de capa que achei HORROROSA, a sinopse também é muito maçante. Nem vou me arriscar!
    Bjs

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  2. Em muitas críticas que li sobre a saga HP, eles diziam basicamente que "história se contava sozinha, que a autora não se aprofundava em nenhum personagem - limitando-se ao que interessava a aventura". Concordo que ela foi de certa forma, pressionada pra mostrar que ela era capaz de escrever alguma coisa fora do "Mundo de HP" - e se pensar por esse angulo ela mandou muito bem! Escreveu uma história medíocre, sem nenhum tipo de atrativo, nenhum chamariz pra "prender" vc a leitura, mas com uma riqueza de personagens, sentimentos, vulnerabilidade, medo e máscaras, muitas máscaras! impossível ao ler vc não se identificar com um ou outro, ou identificar uma ou outra pessoa ali!
    Histórias ricas obscurecidas pela história pobre!

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