segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Rizzoli - uma heroína secundária (Carla Cristina Ferreira)



Tess Gerritsen já é uma figura conhecida aqui do blog. Já falamos de “Jardim de Ossos”, “Chamada à Meia-Noite” e “Suporte Vital”, mas infelizmente nenhum desses livros é o carro chefe da autora. Levou alguns meses, mas finalmente chegou às minhas mãos “O Cirurgião” (2005)*, o primeiro livro que traz a personagem Jane Rizzoli, a única detetive feminina do departamento de homicídios da polícia de Boston.

Nossa avaliação - 8.0
Para quem curte um bom suspense policial vai devorar esse livro. Por incrível que pareça Rizzoli não é a peça central do livro até chegarmos aos últimos capítulos. A trama tem foco em capturar um serial killer que ataca mulheres “impuras” e as “purifica” extirpando o útero.

O assassino é esperto; não deixa rastros sobre a sua identidade, mas seus atos criminosos não são inéditos: há alguns anos atrás outros crimes foram cometidos com o mesmo modus operandi, mas o assassino está morto, abatido pela sua última vítima.

Começa uma caçada dos detetives Thomas Moore e Jane Rizzoli para impedir que o Cirurgião, como é denominado o assassino, seja capturado antes de coletar seu último troféu: o útero da vítima que escapou do seu destino.

A trama é bem construída, com alguns momentos que não parecem ter relevância para a história, mas que depois acabam mostrando sua importância. O livro prende bastante a atenção, deixando-nos curiosos para descobrir quem é o assassino.

Particularmente, gostei de algumas referencias que o serial killer faz sobre a guerra de Tróia, mas especificamente sobre o sacrifício de Ifigênia, filha de Agamêmnon; sobre os sacrifícios praticados pelos maias e até pelos vikings.
  
Há alguns erros de português na versão pocket da BestBolso Vira-Vira, mas também pelo preço de R$ 12 vai ser difícil encontrar um trabalho de revisão de primeira.

O engraçado é que toda vez que Rizzoli aparece em cena, lembro-me logo da personagem na série de TV Rizzoli & Isles, baseada na obra de Tess e que tem como protagonista a detetive e uma médica forense, a Dra. Maura Isle, que infelizmente não aparece em “O Cirurgião”. O problema é que a Rizzoli da série não tem quase nada haver com a personagem do livro: séria, carrancuda às vezes, solitária, egoísta e fria. A única semelhança é de ambas não serem lá muito vaidosas e femininas.

O livro fez tanto sucesso que Tess já escreveu mais seis livros com Rizzoli. São eles: “O Dominador” (2005)*, “O Pecador” (2006)*, “Dublê de Corpo” (2007)*, “Desaparecidas” (2008)*, “Clube Mefisto” (2010)* e o mais recente “Relíquias” (2012)*.

Para quem ainda não sabe, esbarramos com a obra da Tess em um sebo e levemos todos os livros disponíveis, mas alguns ficaram faltando. Tanto que cheguei a ler “Clube Mefisto” e só depois percebi que era o 6º livro da série. Apesar de todos serem livros independentes, deu para notar algumas evoluções dos personagens, por isso sugiro que sejam lidos na ordem.

Agora que a nossa coleção já está quase completa, faltando apenas o último livro, já dá para irmos resenhando os outros livros aqui para vocês. \o/

*Datas de publicação no Brasil, pela editora Record.



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