sexta-feira, 5 de outubro de 2012

O insucesso de Tess Gerritsen (Carla Cristina Ferreira)



Engraçado como um autor maravilhoso às vezes pode acabar nos decepcionando. Foi o que aconteceu comigo ao ler “Suporte Vital” da Tess Gerritsen. 

Nossa avaliação - 5.5
Como já tinha lido “Jardim de Ossos”, “Chamada à Meia-Noite” e “Clube Mefisto” esperava encontrar algo com pelo menos o mesmo ritmo, mas encontrei um livro com andamento lento, com muito termo técnico; um jargão complexo demais que só atrasa a leitura e não facilita em nada a compreensão do texto. 

Basicamente a trama gira em torno da Dra. Toby Harper que vê sua vida ir por água abaixo ao “perder” um paciente durante o seu plantão. Quando digo perder, digo literalmente; simplesmente desapareceu e ninguém sabe para onde ele foi. 

Daí em diante outros acontecimentos vão minando mais e mais a sua vida, principalmente com relação à situação de sua mãe que sofre de Alzheimer e precisa de cuidados 24h por dia. Paralelamente acaba se envolvendo em uma briga com a administração do hospital onde trabalha e com uma poderosa “empresa” do ramo de geriatria, enquanto idosos começam a morrer um após outro, inexplicavelmente. 

A questão central discutida é: até que ponto somos capazes de ir para não envelhecermos, para voltarmos a ser jovens? Outra questão, até mais complexa, é o cuidado com idosos. O que fazer: deixar a mãe em casa com um babá ou colocá-la em uma casa de repouso? Isso quando, apesar de ter uma irmã, toda a responsabilidade pelo cuidado desse ser humano, cai sobre você. 

Particularmente, posso dar minha opinião sobre o assunto, já que minha avó teve Alzheimer e presenciei o degradante efeito dessa doença sobre ela, enquanto minha mãe observava impotente. No meu caso, vi minha mãe abandonar o emprego para cuidar pessoalmente de minha avó, mesmo tendo mais dois irmãos mais velhos. Então tenho uma ideia de como é duro, para os dois lados. 

Mas voltando ao livro, alguns assuntos ficam em aberto enquanto a solução do mistério das mortes é tão cheia de detalhes técnicos que dá vontade de pular duas páginas e mesmo não pulando, ainda não consegui engolir a explicação científica. Sem contar que o final do livro é um tanto abrupto, não deixando claro como o mocinho descobre o segredo dos bandidos e consegue salvar a mocinha a tempo. 

Sinceramente, decepcionante; e olha que a Tess costuma mandar muito bem.


4 comentários:

  1. Que pena que esse livro é chato. O assunto me soou bem interessante. O livro me remete também à minha realidade quando trata de Alzheimer. Irônico talvez, né?!

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    1. Se não fosse tão chato eu recomendaria, principalmente no seu caso, mas realmente não vale nem a pena tentar. :-(

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  2. Infelizmente acontece, né? Também, publicando um livro atrás do outro a qualidade acaba caindo...

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    1. Pois é, fiquei chocada. Me lembrou um pouco Vianco... Manda tão bem e uns livros e em outros...

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