quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Do jogo ao livro (Carla Cristina Ferreira)


Uma febre no mundo dos gamemaníacos é o jogo Assassin’s Creed, que fez tanto sucesso que em 2009 foi publicado um livro baseado completa e literalmente no universo do jogo. Como muita gente estava elogiando o livro, acabei me interessando em lê-lo, mas só se o achasse por um preço bem baratinho. E foi novamente visitando um sebo que o livro foi parar na minha lista, saindo pela pechincha de R$ 18,00.

Nossa avaliação - 6.0
O primeiro volume, “Renascença” parece ser a transcrição literal do jogo escrito por Oliver Bowden, pseudônimo do historiador e escritor Anton Gill. Essa mistura de ficção e história nos leva para a Itália do século XV, como diz o título, na Renascença. Em uma época onde os grandes mestres das artes como Da Vince e Botticelli começam a ser reverenciados, encontramos o jovem Ezio Auditore na cidade-estado de Florença, vivendo uma vida pacata e feliz até sua família ser executada.

Pensando apenas em vingar a sua família, Ezio descobre que seu pai fazia parte de uma antiga seita, chamada Ordem dos Assassinos, que tem como objetivo primordial impedir que os Cavaleiros Templários decifrem um antigo documento e dominem o mundo.

O que no início começa como uma busca para limpar o nome da família e honrar a memória do pai, acaba tomando proporções maiores ao perceber que o que está em jogo é o futuro da Itália e quem sabe do mundo.

Se você gosta de ação e aventura esse livro é uma ótima pedida, principalmente se você for fã do jogo, mas sendo apenas uma mera leitora achei a história fraca e com diálogos pobres. Toda a ação é transcorrida com uma rapidez tão impressionante que nem dá para perceber que se passaram dois anos, muito menos oito ou vinte.

Apesar de a história trazer fatos e personagens históricos, como Rodrigo Bórgia e Nicolau Maquiavel, que poderiam ajudar a enriquecer a trama, algumas coisas parecem são se encaixarem. Em primeiro lugar, não existe uma justificativa para nos fazer acreditar que aqui os Templários são os bandidos e os Assassinos os mocinhos; em segundo lugar, Ezio ao assumir o papel de assassino acaba tomando para si problemas que não lhe dizem respeito e que muito menos têm relação com sua vingança.

Faria muito mais sentido para mim se logo deixassem claro que o objetivo dos assassinos é encontrar todas as páginas de um antigo códex que revela uma antiga profecia e a localização de uma cripta misteriosa.

A participação de Leonardo Da Vince, da irmã Teodora e de outros personagens é meramente decorativa, pois toda a ação é exclusivamente de Ezio e acredito que seja por isso que os diálogos são tão pobres, principalmente quando há algum confronto com seus inimigos.

No geral, uma aventurinha para distrair um pouco de uma leitura mais pesada, mas fora isso nada de mais. Ficou abaixo das minhas expectativas; mas o Flavio adorou e já comprou o segundo volume  Irmandade” por R$ 12,00 nas Americanas. O terceiro volume “A Cruzada Secreta” já está disponível nas grandes livrarias.

Como eu sou uma leitora compulsiva, provavelmente eu encare os outros livros, mas já sabendo que não posso esperar algo no mesmo nível de Bernard Cornwell, infelizmente.


Um comentário:

  1. Que pena que o livro é ruim. Mas sei que vc não desistirá da leitura.
    Pela história tinha tudo para ser ótimo!

    ResponderExcluir