Os Kane e os deuses do Egito (Carla Cristina Ferreira)

Rick Riordan já é uma figura ilustre aqui no blog. Já falamos da série “Percy Jackson e os Olimpianos” e da série “Os Heróis do Olimpo”. Agora chegou a vez de sairmos um pouco da mitologia grega e desbravarmos os mistérios da mitologia egípcia com a trilogia “As Crônicas dos Kane”.

Publicados também pela editora Intrínseca, a série já tem os dois primeiros volumes disponíveis nas livrarias em português. São eles “A Pirâmide Vermelha” e “O Trono de Fogo”.

Nossa avaliação - 8.0

As crônicas, como o nome diz, contam a história dos irmãos adolescentes Carter e Sadie Kane, criados separadamente após a morte da mãe. Carter vive uma vida nômade com o pai, um famoso egiptólogo, ministrando palestras pelo mundo afora, enquanto Sadie vive com os avós maternos em Londres.

“A Pirâmide Vermelha” nos situa rapidamente na história desses hilários personagens: enquanto Carter gostaria de ter a vida normal da irmã (casa, escola, amigos), Sadie sonha em ter mais contato com o pai. Durante uma misteriosa visita à Londres, em especial ao Museu Britânico, o pai dos nossos heróis promete que tudo voltará a ser como antes, mas algo dá errado. Fosse qual fosse o plano, o tiro sai pela culatra e os irmãos Kane se veem sozinhos em um mundo onde os deuses egípcios são reais e a magia existe, sem saber em quem confiar.

Para ficar ainda melhor, Carter e Sadie descobrem que são descendentes do mais famoso de todos os faraós – Ramsés, o Grande – e que para salvar seu pai precisarão enfrentar os deuses do Antigo Egito que despertaram.

O diferencial dessa nova saga é que Riordan resolveu narrar a história em primeira pessoa, ora por Carter, ora por Sadie, o que torna a narrativa ainda mais engraçada do que caracteristicamente é nas aventuras de Percy. Os dois irmãos passam o tempo todo interrompendo a narrativa do outro para fazer algum comentário engraçado ou de zoação. Apesar de serem muito diferentes um do outro (Carter é moreno e usa mocasins, Sadie é loura e usa botas militares), eles são muito parecidos e mesmo com um clima competitivo, eles se tornam grandes companheiros.

O título do livro faz alusão a um dos mais lindos cartões postais do Egito, a verdadeira Pirâmide Vermelha, a terceira maior pirâmide, localizada em Gizé. Por ser um símbolo tão importante historicamente serviu de inspiração para o luta final dor irmãos Kane contra Seth, o deus do mal e do deserto.

Nossa avaliação - 8.0

Um fato interessante é que os Kane possuem uma espécie de base de operações no Brooklin e em determinado momento eles conseguem vislumbrar uma estranha agitação em Manhattan. O que eles veem é a luta dos semideuses da série do Percy Jackson contra os Titãs (narrado em “O Último Olimpiano”), deixando implícito que outros deuses existem.

Os acontecimentos entre um livro e outro ocorrem em um período bem curto (comparado com as aventuras de Percy, no qual cada livro corresponde a um ano), então em poucos meses Carter e Sadie já estão a voltas em mais problemas e confusões.

Em “O Trono de Fogo”, eles ainda não dominam seus poderes, mas mesmo com o pouco conhecimento que possuem já são responsáveis por treinar novos magos a fim de continuar a batalha contra o Caos. Em meio a tantas dificuldades, eles precisarão de qualquer forma impedir que Apófis (uma gigantesca cobra que tem como objetivo engolir o Sol) ressurja das profundezas do Duat.

Para isso, precisarão encontrar as três partes do Livro de Rá e despertar o deus do Sol, literalmente. O problema é que há milênios ninguém sabe onde Rá está; o deus deixou o seu trono vazio há muito tempo, mas agora precisará ocupá-lo novamente.

Encontramos aqui o mesmo clima descontraído do livro anterior, agora ainda mais divertido quando os nossos protagonistas precisam também lidar com os problemas do coração. Carter está apaixonado por Zia, que parece não dar muita bola para ele, enquanto que Sadie se vê dividida entre o magnetismo do deus Anúbis (deus dos funerais e da morte) e o chame do mortal e enfermo Walt.
 
Novos deuses, amigos e inimigos; novas locações, porque por mais que os livros sejam sobre a cultura do Egito, Riordan nos leva para um passeio ao redor do mundo, com foco em Londres e Moscow. E na minha singela opinião, o segundo livro é muito mais empolgante e envolvente, além de engraçado, do que o primeiro.

Para quem já leu os dois primeiros e está louco para ler “A Sombra da Serpente”, já aviso que o livro é o melhor de todos e deixa um gostinho de quero mais. Consegui a versão em inglês e já adianto que os dois irmãos estão cada vez mais implicantes e unidos.

Mas não fiquem aflitos, porque o lançamento do terceiro e último livro será agora em 10 de outubro. E não se preocupem, um post só para ele já está pronto.

Até lá!