terça-feira, 17 de novembro de 2015

Perspectiva diferente, história igualmente cansativa. (Renata Lima)


Eu sei, você já conhece essa história em que um cara milionário, dono de empresa, de carros potentes, de jatinhos e de uma cobertura de cair o queixo encontra uma jovem virgem e inexperiente e decide que vai iniciá-las na arte do sadomasoquismo.

Pelos olhos da atrapalhada Anastasia Steele, essa história foi contada em longos - e desnecessários - três volumes: "Cinquenta Tons de Cinza", "Cinquenta Tons Mais Escuros" e "Cinquenta Tons de Liberdade". Okay, okay, eu sempre achei a Anastasia uma versão mais atrapalhada e mais retardada da Bella de "Crepúsculo" e por isso não curti muito os livros narrados por ela. Já desse livro, narrado pelo todo poderoso e gatérrimo Christian Grey, eu até gostei, mas nem tanto.

Nossa Avaliação - 6.5
A história é exatamente a mesma, sem tirar nem pôr, mas agora, sob a ótica do Christian, já sabemos de primeira o que o atraiu na inocente Anastasia e tiramos do caminho a chatice da Ana que se perguntava a todo momento o que ele tinha visto nela, uma jovem tão sem graça e comum.

De resto continua um blá-blá-blá sem fim sobre o contrato, um assina-não-assina, em meio à troca de e-mails, sexo, viagens e muita enrolação.

Qual a minha crítica a esse livro? Ele é bom? Sim. Inclusive melhor do que a narração de toda a trilogia Cinquenta Tons e todos os "Meu Deus!" e "Minha Nossa!" da Ana toda vez que via o Christian. Ele era necessário? Não. Toda a história contata está nos outros livros com umas pitadas de retrospectivas da vida pregressa do Grey com a mãe viciada, depois com os novos pais e irmãos.

O que acho mesmo desnecessário é fazer três livros na visão do Grey. Um só daria conta, gente! Mas não, vamos reviver tudo que aconteceu no primeiro livro com uma única diferença: pela visão do protagonista gostosão.

Não me entendam mal, o livro não é ruim, é apenas cansativo porque a gente já leu toda essa história, já sabe o que vai acontecer, já entende que, em algum lugar no meio do caminho, talvez até no primeiro contato, Christian se apaixonou, mas não sabe dar nome ao sentimento que ele nunca teve, uma vez que todas as suas relações se baseavam em sexo, seja como submisso ou como dominador.

Eu sinceramente esperava uma abordagem diferente, esperava que a autora E L James fosse destrinchar uma outra parte do Christian, talvez o Christian em sua fase submissa, talvez o Christian criança ao lado da mãe morta por dias, talvez o Christian recém-adotado com todas as suas inadequações e seus problemas de comportamento até conhecer a Mrs. Robinson. Mas não... há pinceladas de todas essas histórias, mas o foco ainda é o Christian "Porque-eu-posso", o Christian poderoso, o Christian sedutor, o Christian possessivo. Confesso que cansei e não sei se vou dar continuidade à essa nova trilogia porque um livro de 524 páginas repetindo as 480 páginas do primeiro livro foi bem difícil de ler.

Mas como vocês sabem, muitas vezes eu digo que não vou ler alguma coisa e acabo lendo, então, vamos deixar nas mãos do acaso e quem sabe eu volto aqui para contar como será a leitura do outro volume da história de "Cinquenta Tons Mais Escuros" pelos olhos de Christian. Ou não!

Até mais!



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