quinta-feira, 4 de junho de 2015

Um livro cansativo que melhora no final! (Renata Lima)


Antes de falar sobre esse livro, é melhor eu dizer que tentei lê-lo umas três vezes e em todas elas ele foi abandonado na mesma parte, em torno de 25% do livro. A história não me prendia, os eventos demoravam a acontecer, eu já tinha visto o filme, o que geralmente não faço (ver o filme antes de ler o livro), mas aí veio a Carola do Desafio das Estrelas e fez a gente ler um livro que tinha abandonado e, apesar de ter muitos para escolher, resolvi dar uma quarta chance a esse livro porque a maioria das pessoas considerava o livro bom ou ótimo e eu tinha que entender o motivo disso.

Nossa Avaliação - 7.5
A história de "A Hospedeira" livro da Stephenie Meyer (sim, a autora de Crepúsculo) publicado aqui no Brasil pela Intrínseca é uma distopia que se passa num futuro onde alienígenas são como parasitas que tomam corpos de humanos até que um dia a consciência desse humano desapareça e fique somente a entidade alienígena ali dentro.

A protagonista do livro na verdade são duas pessoas distintas vivendo no mesmo corpo: Melanie, humana e parte da resistência terráquea que foi capturada e parasitada, e Peregrinas, a alienígena parasita que não consegue controlar a terráquea que está parasitando e que luta com unhas e dentes para não "sumir" dentro do próprio corpo. Essa é a sacada mais interessante do livro... talvez a única na verdade.

Ao resistir à presença da Peregrina em seu corpo e sua mente, Melanie faz com que a entidade alienígena comece a compreender e vivenciar características e principalmente emoções humanas tornando Peregrina um ser de sensibilidade aflorada e paixões à flor da pele, seja através do amor fraternal que ela tem pelo irmão ou pelo amor carnal que ela sente por Jared.

Ao escapar para se unir à Resistência e encontrar o irmão e o namorado, Melanie/Peregrina precisam fugir da Buscadora, uma alienígena cruel e especialista em localizar inserções problemáticas. Até aí, tudo muito interessante, cenas de ação, apesar do eterno divagar de Melanie/Peregrina, e uma história que teria tudo pra engatar.

A chegada à Resistência é cercada de desconfiança e hostilidade, juntamente com uns capítulos que parece que nunca vão acabar e com cenas completamente desnecessárias que não contribuem em nada para o desenvolver ou para as resoluções posteriores e um entra e sai de personagens que não passavam de nomes, destacando apenas um ou outro e, é claro, Ian, o príncipe encantado que forma o quadrado amoroso Melanie/Peregrina, Jared e Ian.

Obviamente Melanie/Peregrina estão sendo procuradas ininterruptamente e alguma coisa vai dar errado. Não temos como torcer por uma sem torcer pela outra e existe um "tcharam" de surpresa no final que convence e acaba deixando o livro melhor do que ele realmente é só por ter fornecido um final convincente e interessante.

Não sei se o problema do livro é a narração da Stephenie Meyer propriamente dita, como sugerido por algumas pessoas. Na minha opinião, o problema do livro está no excesso de páginas, no excesso de diálogos e cenas absolutamente descartáveis, no excesso de confiança de ter uma história muito interessante nas mãos, mas no fundo não saber exatamente o que fazer com ela. Há conflitos esmiuçados sem necessidade e outros, com carga dramática melhor, descartados sem desenvolvimento adequado.

No final, não achei o livro ruim, mas também não adorei e nem sei se leria novamente.

Apesar das mudanças, que são inevitáveis, essa é uma das raras exceções em que prefiro o filme, mas pelo menos é um livro que saiu da minha lista de abandonados, certo? Já serviu para alguma coisa!


2 comentários:

  1. Renata, tudo bem?

    Estou aqui para defender a minha lembrança de leitura de A Hospedeira. hahahaha Li-o pela primeira vez ainda na época em que Mayer era um fenômeno editorial. Foi um dos maiores também, na dita época. E eu lembro do começo extremamente cansativo, no qual Peregrina não queria aceitar que estava dentro de um corpo resistente, contava todos os sonhos e blábláblá. Até que elas vão para o deserto. E até mesmo nesse capítulo, lembro de pensar "mas gente, esse sofrimento não vai acabar nunca?"

    Apesar de não saber se teria coragem para relê-lo (assim como você), acredito que algumas passagens me marcarão para sempre, principalmente o amor entre Ian e Peregrina. "Não é a voz, é o que você diz. Não é seu corpo, mas as coisas que faz com ele" (algo do tipo. Não sei se você lembra). Enfim, nesse aspecto, gostei bastante da escrita da autora.

    Apesar de Mayer ter passado, seus livros ficaram - quem sabe ela não volta algum dia, não?
    Beijos, Iza
    http://livrosontemhojeesempre.blogspot.com.br/

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    1. Eu realmente achei que poderia ser muito melhor, Izabela.
      Bjs

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