quarta-feira, 29 de abril de 2015

O que o amanhã nos reserva? (Lucyclenia)


Acho que a maioria das pessoas entra nas livrarias sem a menor ideia do que comprar. De algum modo, os livros ficam ali, quase que por magia, desejosos que as pessoas os escolham. A pessoa certa para o livro certo. Parece que já sabem de qual vida precisam fazer parte, em qual delas podem fazer diferença ou podem ensinar uma lição, pôr um sorriso no rosto no momento preciso. Penso em livros de forma muito diferente agora.

Nossa avaliação: 10.0
Tamara Goodwin, de 16 anos, é uma garota rica, muito mimada e extremamente malcriada, acostumada a ter tudo e todos na palma da mão. Ela vivia na maior mordomia até que um dia encontrou o pai, George, um empresário conceituado, no chão do escritório de de casa onde cometera suicídio. E aí tudo vem à tona: a família estava afundada em dívidas e precisa vender tudo que tem, inclusive a casa onde moram. 

Sem teto, Tamara e sua mãe Jennifer têm que se mudar para uma casa no campo, de seu tio Arthur e Rosaleen (sua esposa), lugar esse que ela odeia desde que chega lá. Já sua mãe, em luto profundo pouco se importa com toda a situação. 
A ideia de que o luto sobrecarrega a pessoa com dor e todas as outras emoções. Me sinto assim: mais pesada, como se tivesse que me arrastar por aí, tudo é um esforço, é sombrio e é uma merda. Como se tivesse a mente continuamente cheia de pensamentos que nunca me ocorreram antes, o que me causa dor de cabeça. Mas mamãe...?
"Mamãe parece mais leve. O luto não parece nem sequer oprimi-la. Em vez disso, me dá a impressão de que se afasta e alça voo, como se a meio caminho do ar, e ninguém mais liga nem nota, e sou a única que me mantenho embaixo, segurando-a na altura dos tornozelos, e tento puxá-la de volta à terra.
Arthur, um homem de poucas palavras, trabalha o dia inteiro, quase nunca está em casa, e quando está quase não abre a boca. Rosaleen é uma maníaca por limpeza, extremamente dedicada, cozinha como se fosse alimentar um batalhão e está sempre preocupada com os outros. Mas algumas coisas estranhas acontecem, o que nos faz desconfiar desde o início que ambos escondem muitos segredos.

Tamara passa a conhecer melhor aqueles que diziam ser seus amigos e que agora lhe viram as costas e, se sentindo sozinha, ela vaga pelos arredores da casa, onde conhece Irmã Ignatius, uma freira que se tornará sua melhor amiga, e Marcus e sua biblioteca itinerante (dentro de um ônibus), o que praticamente a fará esquecer do caos que está se formando em seu redor. Mas é claro, que Tamara não estava interessada nos livros, mas no bibliotecário gatinho, atencioso e amável.
— Muito bem. — Ele riu e desligou o motor. — Vamos a outro lugar.
— Não precisa do motor ligado para ir a outro lugar?
— Não vamos dirigindo — ele disse. Transpôs o banco do motorista por cima do encosto e entrou no ônibus. — Então, vejamos... para onde iremos? — Passou o dedo pelas lombadas dos livros na seção de viagens, caminhou ao longo deles e leu em voz alta: — Paris, Chile, Roma, Argentina, México...
— México. — Escolhi, decidida, e me ajoelhei no banco para observá-lo.
— México — assentiu Marcus. — Boa escolha! — Retirou o livro da prateleira e me olhou. — E aí? Você vem? O voo já vai partir.
Sorri e saltei por cima do assento do banco. Nos sentamos no chão, lado a lado, nos fundos do ônibus, e, naquele dia, fomos ao México.
Nesta biblioteca, Tamara encontra um livro que lhe chama atenção. Era um livro fechado com um cadeado que ela só consegue abrir com a ajuda da Irmã Ignatius em que todas as páginas estão em branco, mas escondem segredos que podem ajudá-la a descobrir quem realmente é.

Sinceramente, no início o livro é bem tedioso. Tem uma leitura arrastada e desinteressante, mas com o passar das páginas a história vai te envolvendo e sem você perceber já está roendo as unhas de curiosidade. Do meio para o fim, Cecelia Ahern manteve um narrativa leve e agradável até o fim do livro.

Arriscaria dizer que esse não é somente um livro adolescente, mas também tem uma pincelada de magia que é o que te deixa vidrado, ansioso e fascinado pelo final. É o típico livro que você tem que pagar pra ver, ou, nesse caso, pra ler!

Até a próxima. 


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