sexta-feira, 13 de março de 2015

Humanos reinicializados viram Reboots (Renata Lima)


Nossa Avaliação - 8.0
Em um futuro distante, um vírus conhecido como KDH matou grande parte da população. Algumas pessoas, porém, em sua maioria os jovens, tiveram uma reação diferente ao vírus e, em vez de simplesmente morrerem, elas morreram e ressuscitaram (ou foram reinicializadas, como o livro chama). 

A reinicialização torna a pessoa mais forte, mais rápida, quase indestrutível, mas também as torna mais insensíveis, sem emoções. A teoria é de que quanto mais tempo a pessoa demora para se reinicializar, menos humana e mais Reboot ela fica.

Se inicialmente os Reboots foram considerados milagres, depois que os humanos descobriram que os Reboots tinham características especiais e não eram tão humanos assim decidiram bani-los ou matá-los, iniciando assim uma guerra, até que um belo dia a CRAH, Corporação de Repovoamento e Avanço Humano, iniciou o Projeto Reboot percebendo que era mais útil colocar os Reboots para trabalhar em missões especiais do que simplesmente matar uma população já quase sem nenhum recurso para sobreviver.

Quando o Projeto Reboot começou, os Reboots faziam todo tipo de serviço dentro da CRAH, mas os humanos reclamaram da falta de empregos e a corporação criou cargos que permitiam que Reboots e humanos interagissem, apesar dessa interação não ser pacífica, muito menos amistosa. E apesar de quase serem prisioneiros e viverem trancados e vigiados na maior parte do tempo, os Reboots tinham privilégios que os humanos invejavam; banhos e roupas limpas e acima de tudo uma alimentação saudável.

Aos 12 anos, Wren Connolly, conhecida como Wren 178 porque demorou todo esse tempo para reinicializar depois de levar três tiros no peito, foi entregue à CRAH. Ela foi treinada e logo se destacou como uma das melhores Reboots que se tem notícia, virando um mito tanto dentro da CRAH como nas favelas onde ela atua cumprindo mandados de prisão. Agora, cinco anos depois, Wren é uma treinadora de Reboots e como é a mais forte e a que demorou mais tempo para se reinicializar, escolhe seus recrutas pelo número mais alto (ou os que têm menos características humanas). 

Em um dia de seleção de novatos, um número baixo chama a atenção de Wren. O número 22 tem 17 anos e é um jovem risonho e divertido que se opõe a todas as convenções pré-estabelecidas na sede. Ele se mistura com os +120 (Reboots que reinicializaram depois de 120 minutos mortos) e faz com que Wren se questione sobre as convenções, as regras, as missões, sobre o que acontece com os Reboots que desaparecem depois que fazerem 20 anos etc. É por causa de tantos questionamentos que Wren 178 escolhe um simples 22 para ser seu novato e quanto mais tempo passa com ele, mais se encanta com seu espírito jovial e humano.

Em paralelo aos treinamentos, Wren descobre através de Ever, sua colega de quarto, que a CRAH está fazendo experimentos científicos com os -60 (ou os que reinicializaram com menos de 60 minutos após a morte). Sua colega de quarto passa a ter noites conturbadas, a ficar agressiva e tenta atacar Wren mais de uma vez. Ela precisa descobrir o que está acontecendo para poder ajudar Ever e parte dessa resposta ela encontra em uma missão com Callum 22, onde descobre que Reboots rebeldes existem e estão tentando se unir para agir contra a CRAH.

Wren agora precisa decidir se vai tomar parte nesse conflito ou não como outros humanos já tomaram.

No geral, achei o livro muito bom! A narrativa é interessante, a história prende, há poucos problemas de revisão, mas o final me deixou muito decepcionada porque foi um final muito fácil, sem muita ação e poderia ter sido bem melhor desenvolvido, mesmo que houvesse (e há) uma continuação. A sensação que eu tive era que não deveria temer a CRAH porque não há necessariamente uma organização em seus domínios e portanto ela é uma instituição fácil de ser derrotada. Pelo menos essa foi a minha impressão!

Nos agradecimentos, a autora fala sobre a venda dos direitos para o cinema, mas ainda não há qualquer informação oficial sobre o assunto. Creio que seja um livro que tem realmente uma linguagem mais visual e merece uma adaptação sim, mas espero que mudem o final, porque ficou bem difícil de digerir.

Quem já leu, deixa aí a opinião, tomando cuidado com os spoilers, tá?

Até mais!

Um comentário:

  1. Nossa nunca tinha ouvido falar desse livro...achei o plot interessante e realmente tem muita cara de cinema.

    Dani Moraes
    www.asverdadesqueopinioquioconta.blogspot.com.br

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