quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

O Cemitério de Gaiman (Carla Cristina Ferreira)


Nossa avaliação - 7.0
Fecho o mês de janeiro com a resenha do Desafio do Skoob cujo tema foi “Novinho em folha”, isto quer dizer o último livro que você comprou, ganhou ou baixou. Como sempre ganho livros de presente (quem manda eu ser leitora compulsiva) não foi difícil escolher o que ler, o presente de Natal caiu como uma luva.

Já falei aqui de “O Oceano no Fim do Caminho” e de “Coraline”, então falar de “O Livro do Cemitério” de Neil Gaiman vai ser fácil. Publicado em 2010 pela Rocco e voltado mais para um público jovem, este romance de Gaiman atrai também os fãs adultos do autor em uma história que traz um novo paradigma sobre fantasmas, vampiros e lobisomens.

Apresento-lhes Ninguém Owens, mas conhecido como Nin que aos 2 anos de idade consegue escapar de um destino funesto: o assassinato de toda sua família por um homem chamado Jack. Nin refugia-se no cemitério de sua cidade onde os habitantes de lá o aceitam como morador após este ser adotado pelos Owens, recebendo assim este estranho nome pelo casal.

Sabendo do perigo que o menino corre, os moradores do cemitério concedem a Nin “a liberdade do cemitério” permitindo a ele poderes que os fantasmas possuem como Sumir, Passear nos Sonhos e o Medo. Ele também pode falar e tocar nos fantasmas, assim como enxergar no escuro e atravessar paredes.

Suas aventuras entre a fronteira dos vivos e não-vivos começa aos cinco anos e aos poucos ele vai aprendendo sobre a vida com os mortos, mas sem contato com o homem; Nin cresce com uma pureza e ingenuidade sem igual, em um mundo aonde o sobrenatural se torna comum, aonde sua curiosidade se transforma em aprendizado.

A história de Nin cativa até certo ponto... Suas desventuras o levam ao amadurecimento, mas se tornam um tanto repetitivas e enfadonhas. O ponto mais tocante provavelmente é quando o menino sai escondido do cemitério para comprar uma lápide para uma bruxa que foi enterrada em solo não consagrado; um momento realmente emocionante. Mas tirando isso, o livro se arrasta um pouco e o porquê do assassinato de sua família, que é a questão mais importante, não é muito convincente, assim como a origem do “homem chamado Jack” e de algumas Ordens/Sociedades que são mencionadas no decorrer da trama.

Um livro que entretém em um momento de ociosidade, que possui um final previsível e que pouco nos envolve em uma trama que é descrita como de causar arrepios, mas que só é mesmo enriquecida pelas poucas ilustrações de Dave Mckean que entremeiam as páginas.



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