quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Ótimo livro, péssima revisão (Renata Lima)


Na Bienal retrasada, Carla e eu descobrimos a Editora Underworld e ficamos encantadas com o trabalho gráfico das capas, mas decidimos não arriscar muito, apesar de termos conversado com as gêmeas que, na época, promoviam o livro "Sete Vidas" do qual eu ainda pretendo fazer uma resenha quando me der vontade.

Saímos da Bienal sem comprar nenhum livro da editora, mas pouco tempo depois eu comecei a ouvir coisas boas a respeito do livro "Os Sete Selos" da Luíza Salazar e, curiosa, fui buscar no Skoob para ver se alguém tinha o livro e queria trocar. Era quase impossível e eu fiquei quase dois anos como ele na minha lista de desejados até que uma pessoa viu que eu queria o livro e entrou em contato comigo. Fizemos uma troca pelo plus e quando o livro chegou era "Bios" e não "Os Sete Selos". Má fé à parte, não me incomodei muito porque era outro livro dela que eu queria e não encontrava em lugar algum, então coloquei lá na minha listinha gigantesca e quando pintou a maratona nacional do Desafio das Estrelas, fiz uma lista dos livros físicos para ler e tirei, finalmente, "Bios" da estante.

Nossa Avaliação - 8.0
O livro se passa em um mundo distópico onde seres humanos são gerados artificialmente (os Bios) e os humanos se tornam dispensáveis e perigosos. A concepção natural é extinta e quem não concorda com as ordens governamentais passam a ser caçadas e consequentemente exterminadas.

A história giram em torno de Liz, uma jovem que acorda em um bairro destruído e não se lembra de quem é ou do que faz ali. Ela tem apenas uma mochila com alguns itens de sobrevivência e uma arma. Resgatada por um casal de irmãos, a fofa Poppy e o simpático, porém desconfiado, Liam, Liz vai parar na Área 2, onde um grupo de pessoas se refugia do ataque dos Bios.

Liz passa a viver na Área 2 e aos poucos ela passa a conhecer e interagir com os gêmeos Adam e James, o fortão Hammer, a desconfiada e hostil Claudia e o divertido Evan. Mas é Otto, o gênio louco responsável pelo armamento que adora andar pelado, que nota que há algo estranho em Liz e a coloca sob sua supervisão, apesar de ela ter se desenvolvido muito bem na área da Enfermaria por não ter nojo de sangue.

Os exercícios com Otto e o descanso aos poucos fazem com que a memória de Liz volte e ficamos estarrecidos com os acontecimentos daí em diante porque sabemos que uma hora Liz terá que escolher entre voltar à sua vida de antes ou permanecer com os habitantes da Área 2 e assim colocar a vida precárias que eles têm em risco.   

Não tenho nada a reclamar da escrita da Luíza Salazar:  é criativa, é interessante, tem desenvoltura. Também não posso criticar essa ideia de distopia porque além de adorar o gênero acho que ela foi capaz de criar um universo novo e verossímil. No mais, vale lembrar que a autora não mora no Brasil, então acho que ela tomou como referência um ambiente estrangeiro e não nacional, principalmente pelos nomes dos personagens, mas nada impede que essa história se passe em qualquer lugar do mundo.

Mas infelizmente um livro não se faz só com uma boa ideia e um bom escritor então vamos às críticas mais pesadas:
1) A capa, apesar de ser linda, não retrata os Bios nem qualquer outro personagem do livro. Para falar a verdade, por causa da capa, eu achava que era um livro de zumbis (o que não deixa de ser - seres humanos criados geneticamente controlados pelo Instituto, ok. Mas são seres humanos, eles não têm essa aparência da capa).
2) Há descrições detalhadas de itens que depois não fazem a menor diferença na história, por exemplo os itens da mochila de Liz. Só a arma é utilizada. Depois se fala sobre um quarto todo branco que parece que vai ser muito significativo na história, mas não é. Enfim, não foi encheção de linguiça, acho que foi algo mal aproveitado mesmo.
3) Com tantos personagens, obviamente não dá tempo de desenvolver todos, mas há personagens com potencial que se apagam no decorrer da história, entre eles Otto e Hammer. Se ela quiser fazer uma sequencia, fica a dica, traga esses personagens de volta e os desenvolva. E quando eles vão buscar comida, há uma troca de nomes entre os personagens que ficam de guarda e os personagens que entrar no armazém que me deixou bastante confusa.
4) O copidesque e a revisão passaram longe desse livro e fiquei impressionada com a quantidade de erros de digitação e gramaticais. Concordância, regência, acentuação, grafia, tem de tudo, e confesso que esses erros atrapalharam demais a minha leitura.

Fora os itens acima citados, não tenho não recomendar esse livro. Gostei muito do desenvolvimento e já coloquei "Os Sete Selos", que também consegui trocar pelo Skoob, na lista de leitura desse ano. Assim que acabar, volto para contar o que achei!

PS: Parece que a Editora Underworld não existe mais e não sei como ficaram os livros da Luíza Salazar publicados por ela. Dou notícias pelo Facebook!


8 comentários:

  1. A história parece ser interessante, mas erros de português é uma coisa que não admito em livros. Isso me irrita muito e me faz desistir imediatamente do livro.
    Obrigada pela sua sinceridade!

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    1. Me incomoda demais também, Isabelle... me deu vontade de desistir várias vezes. Mas como a história do livro é muito boa, eu persisti!!! kkkkk
      Beijos!

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  2. Renatinha,
    Infelizmente isso acontece também com os Sete Selos.
    História ótima, revisão péssima.
    A falta de pontuação me fez voltar várias vezes para ver se eu tinha realmente entendido.
    Péssimo.
    Sobre a Luiza eu também tenho sérias dúvidas, vi que nem o blog, nem a página dela estão atualizados.
    Enfim, uma pena que isso aconteça porque os livros dela tem potencial.
    Ótima resenha,
    bjs
    Luana
    www.blogmundodetinta.blogspot.com

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    1. É chato, né, Lu? Mas eu soube que ela estava com outra editora, "Um Toque de Morte" saiu pela Editora Draco, e esse eu não sei como está!
      Como ela mora e estuda fora, não sei o quão dedicada à escrita ela está, né? Talvez tenha novidade chegando...
      Beijão!!!

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  3. Eu li os três livros da Luiza Salazar. Concordo com as criticas sobre os erros mas também acredito que se uma pessoa quer ser escritora, como minimo deveria ser capaz de escrever sem erros gramaticais.

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    1. Nem sempre é assim. Existem ótimos escritores que escorregam bastante no português. Acho que a editora tem que tomar cuidado com os revisores que contrata!!!
      Bjs

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  4. Tinha esquecido de falar sobre o livro " um toque de morte" : Péssimo !!! uma cópia mal feita de outros livros. Idéias copiadas, mesmos erros de gramática

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    1. E não saiu pela Underworld, certo? Esse eu ainda não li.
      Bjs

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