Distopia em terras tupiniquins! (Kelly Santos)

Nossa Avaliação - 8.5

Rio de Janeiro, 2054.

Essa história se inicia três décadas após uma guerra civil que começou com a disputa pelos royalties do petróleo e terminou com a destruição de parte da cidade de Rio de Janeiro, que é separada em duas:  o Rio Alfa, onde vivem os ricos, e o Rio Beta, onde vivem os pobres e a cidade é governada por três multinacionais que só reforçam essa separação.

Já com início tenso e um prólogo muito assustador, o autor nos joga em um mundo distópico onde dois ladrões, cargas milionárias, muitas mortes e uma garota “inocente” são os ingredientes perfeitos para atiçar nossa curiosidade.

Somos apresentados a Miguel, um garoto normal que vive na parte pobre, apelidada de Escombros. Miguel sobrevive do jeito que pode, sem muita ambição, levando uma vida simples. Conhecemos seu esconderijo, o antigo centro da cidade que agora está abandonado e seguimos Miguel através dos Escombros, visualizando a real situação do lugar e de sua própria vida, que, assim como os Escombros, se encontra bagunçada e foi destruída pela sua ex-namorada.

A história aborda vários assuntos, desde o romance do Miguel e sua ex-namorada, até o crime organizado dentro dos Escombros, passando por gangues de motoqueiros, pessoas com habilidades paranormais e inteligências artificiais, mas apesar dos assuntos diferentes o autor soube exatamente como encaixar tudo de modo a fazer sentido no todo. 

A única coisa que eu não gostei muito foi a apatia de Miguel diante de algumas situações, mas mesmo assim eu recomendo o livro e digo mais, esse é um dos melhores livros nacionais que já li.

Rio 2054 foi escrito pelo jornalista Jorge Lourenço e lançado em 2013 pelo selo nacional da Novo Século e tem 374 páginas Não é muito grande e a escrita do Jorge torna ainda mais fácil de se ler.

Ouvi rumores de que em 2015 vai ser lançada a continuação e espero que seja mesmo, pois acho que ainda tem muita coisa a ser contada sobre essa historia e seus personagens.