Indubitavelmente,
percebi que me tornei uma leitora mais exigente, muito mais seletivas nas
minhas leituras, porém, mesmo selecionando “bons” livros, acabo me deparando
com alguns fiascos. Foi o caso do último livro que encarei, “Sangue e Gelo” de
Robert Masello, publicado pela Suma das Letras.
Nossa avaliação - 4.0 |
Na verdade, a
Aline escolheu este livro para eu ler no “Me indique um livro” no final do ano
passado, mas na época não consegui lê-lo. Como estou passando por uma fase que
só consigo ler e-book (infelizmente) este acabou sendo uma das minhas opções
disponíveis.
Mas vamos ao
livro... Incialmente devo dizer que o livro captou minha atenção, tanto que até
os 45% segui em um ritmo intenso, mas depois fui desanimando.
A trama tem foco
tem Michael, um fotojornalista que trabalha para uma revista tipo National Geografic que acaba de passar
por um momento traumático: sua namorada sofreu um traumatismo craniano enquanto
escalavam juntos e agora se encontra em coma sem chances de recuperação.
Pensando em
retomar sua vida e sua carreira, Michael decide aceitar um trabalho especial:
acompanhar durante um mês a rotina de cientistas em uma estação de pesquisa no
Polo Sul. Fascinado com a ideia, Michael nem pensa muito e topa na hora.
Paralelamente,
somos transportados para o ano de 1856 e acompanhamos o casal Sinclair e
Eleanor em uma viagem pelas águas no Polo Sul, porém algo dá errado durante a
viagem: a tripulação suspeita dos passageiros e após o descobrimento de uma
estranha garrafa de vinho, decidem se livrar dos amantes, acorrentando-os e
jogando-os nas águas geladas da Antártida.
Assim, a
história é intercalada pelos acontecimentos presentes e as memórias de Eleanor
e Sinclair: do momento em que se conheceram até a sua fuga de Portugal,
acabando no navio Coventry e seu gelado destino. Mas é claro que
a história esquenta, ou melhor, literalmente esfria, quando Michael, durante um
mergulho para fotografar a vida marinha do mar gelado, se depara com uma mulher
presa dentro de uma geleira.
O problema do
livro é que se perde muito tempo com as memórias de 1856, tornando a história
enfadonha e dá uma grande vontade de pular a lenga-lenga dos momentos de
Sinclair na guerra ou todo o blá-blá-blá de Eleonor como enfermeira, socorrendo
os soldados feridos.
O livro também
se perde ao tentar transportar o leitor para momentos irrelevantes como quando
Michael e seus novos amigos precisam construir um iglu ou toda a descrição
sobre uma antiga estação baleeira abandonada e todo o massacre ocorrido ali.
Ficamos à espera dos fatos mais relevantes como o que houve com o
desafortunado casal, que transformação foi essa que ocorreu e como isso vai
impactar na estação de pesquisa.
Não preciso
esconder que o livro trata de um tipo de vampirismo (esta informação está na
contracapa do livro), no qual ficamos esperando para saber porque o infortunado
casal conseguiu sobreviver durantes a passagem dos séculos, mas alguns pontos
não fizeram sentido para mim. Por exemplo: como pode pessoas diferentes serem “infectadas”
por esta doença e ao mesmo tempo reagirem de formas diferentes: Sinclair e
Eleonor são pessoas pacíficas que lutam contra a sede, mas quando dois
pesquisadores são ‘infectados” estes transformam-se em monstros.
Outro ponto:
como um vampiro precisa se aquecer e inclusive precisa se alimentar, chegando a
comer ração de cachorro para não passar fome? E mais, como roupas e livros não
se deterioraram com o passar dos anos com o sal e o gelo? Não faz muito
sentido, pelo menos para mim. Sem contar a solução para salvar Eleonor desta
doença e levá-la de volta à civilização.
Sei lá, o que
tinha para ser um ótimo livro, deixou e muito a desejar.
Nossa mãe, juro que eu nunca imaginaria que esse é um livro sobre vampiros!
ResponderExcluirO problema é que o povo quer inventar um monte de coisa e não se preocupa em deixar o livro verossímil aí vira uma bagunça e desanima mesmo. Com tanto livro na fila, que pena que você pegou logo um ruim!
Bjs
Só fui saber que era de vampiros depois que já tinha começado a leitura. O povo realmente não tem o q inventar, mas acho q tb sou culpa por não ter gostado; tô ficando seletiva demais.
ExcluirPoxa, eu tenho esse livro aqui em PDF e tava até que interessada, mas agora, acho que não vou encarar não..
ResponderExcluirótima resenha, bjs