sexta-feira, 21 de março de 2014

Investigando por instinto (Renata Lima)


O mais engraçado sobre "O Verão do Medo" é que eu não tenho a mínima ideia de como ele chegou até mim. Só sei que um belo dia eu estava separando os livros de suspense para ler no mês de março no Desafio do Skoob e de repente dei de cara com esse livro, o primeiro que eu leio da Editora Europa, com a palavra "suspense" escrita na capa. Arrisquei e não me arrependi.

Nossa Avaliação - 9.0
Como o livro conta duas histórias que inicialmente parecem não ter nada em comum, vou escrever do mesmo jeito, falando primeiro de Evelyn Meyers, jovem advogada encarregada de casos indenizatórios, em Viena, que se vê desconfiada de acidentes fatais envolvendo milionários, e depois do comissário Walter Pulaski, investigador da polícia alemã, que cuida de um caso de aparente suicídio, mas algumas evidências não fogem aos olhos experientes do comissário e parecem descartar a hipótese.

Em Viena, Evelyn desconfia das ações indenizatórias que dão como acidentais a morte de homens de alta sociedade sob circunstâncias estranhas. Um deles caiu em um bueiro, outro foi enforcado pela própria echarpe que se enrolou em uma parte do carro enquanto dirigia e o terceiro foi acertado pelo rádio do carro quando o Airbag abriu em um acidente. 

Depois que uma pessoa próxima morre nas mesmas circunstâncias, o chefe de Evelyn, e pai de Patrick, seu quase-mais-que-amigo, decide que ela precisa de um tempo longe do trabalho e lhe oferece uns dias de férias. Decidida a esclarecer os misteriosos acidentes, Evelyn parte sozinha para outras partes da Europa buscando parentes dos falecidos que possam elucidar o mistério, mas tudo que encontra é uma lista e o fato de uma mulher loira ter sido fotografada duas vezes perto das cenas dos crimes ou ter sido vista com os acidentados.

Já na Alemanha, o comissário Pulaski descobre que a jovem internada em uma clínica psiquiátrica não se matou e passa a estudar todos os crimes parecidos que aconteceram em um breve intervalo de tempo  na mesma instituição. Com a ajuda da doutora Sônia Willhalm, a terapeuta da jovem assassinada, Pulaski descobre os jovens assassinados têm um passado em comum: todos foram abusados sexualmente, eram órfãos, viviam em clínicas psiquiátricas e na infância fora atendidos pelo mesmo médico.

Entre traumas pessoais, Evelyn também passou por um problema na infância e Pulaski perdeu a esposa e teve que cuidar sozinho da filha de sete anos, histórias mal contadas, viagens sem fim e revelações escabrosas, Evelyn e Pulaski finalmente se encontram nos 30% finais do livro, cada um com uma parte do quebra-cabeça e, juntos, passam a desvendar o mistério por trás de tanta morte.

O livro tem um ritmo muito bom, a história flui rápido e poucas passagens são descartáveis. A narração é toda feita em terceira pessoa, mas alterna o ponto de vista entre Evelyn, Pulaski e até um outro personagem que passa a ser fundamental para a trama do meio para o final. Tudo caminha de forma a envolver o leitor na história e torná-lo senão um detetive, uma testemunha ocular dos acontecimentos.

No entanto, duas coisa me incomodaram um pouco:

1) Probleminhas editoriais: as excessivas notas de rodapé pra explicar até o que é o Hades e a revisão mal feita, com muitas vírgulas mal colocadas, erros de regência verbal e a repetição absolutamente desnecessária da palavra "defunto", quando eu acho que o mais normal seria "cadáver".
2)  Não posso falar porque pode ser spoiler, mas tem uma personagem que faz algumas coisas o livro todo e que no final quando você acha que ela vai se destacar, ela murcha e só dá trabalho!

Não conhecia nada do autor Andreas Gruber, a não ser que ele nasceu em Viena e ganhou vários prêmios na Áustria e na Alemanha, mas acho uma pena que esse tenha sido seu único livro publicado no Brasil, porque com certeza gostaria de ler mais coisas do autor!

4 comentários:

  1. Que legal, Re!
    Não conhecia o livro, mas vou anotar a dica. É sempre bom conhecer novos autores, ainda mais de um gênero que adoro.
    bjo

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    1. Foi uma grata surpresa para mim, Mi!!! Recomendo de verdade!
      Beijão!

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  2. Me interessei, vou procurar. Adorei a resrnha. Bjo

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    1. Acho que você vai gostar, Kelly. Ele é bem rápido, bem dinâmico, sem muita enrolação!
      Beijão!

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