quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

A Passagem não tem nada a ver com A Cabana (Renata Lima)


Esse fim de ano de 2013 me trouxe uma surpresa muito grata, mas preciso explicar o que aconteceu para ver se além da Carla alguém mais concorda comigo!

Eu sempre corri do livro "A Passagem" de Justin Cronin por causa da capa. Convenhamos que a capa é muito parecida com a capa do livro "A Cabana" de William P. Young que eu abandonei na metade, até a fonte é a mesma, o layout, tudo, então que atire a primeira pedra quem nunca julgou um livro pela capa!

O que me fez ler "A Passagem" foi um amigo meu ter insistido que era um livro de vampiros e ter me passado o audiobook em inglês. Eu pensei "vou ouvir um capítulo e ver se vale a pena" e quando dei por mim já estava procurando o e-book e no fim comprando a versão impressa na Black Friday do Submarino junto com o segundo volume "Os Doze" que estou lendo agora em dezembro. A minha capa é a capa logo abaixo (graças a Deus!).

O livro é dividido em seis partes, então vamos a elas!

Nossa Avaliação - 100
Na primeira conhecemos a vida pregressa da menina Amy Bellafonte, aquela que vai ser chamada ao longo do livro de vários títulos (A Garota de Lugar Nenhum, Aquela que Surgiu, A Primeira, Última e Única, a que viveu mil anos) e Os Doze, condenados à morte que receberam uma "segunda chance" e foram levados para uma instalação subterrânea no meio do nada e submetidos a uma experiência que inicialmente visava curar todo tipo de doença, mas acabou dando a esses homens poderes físicos e mentais de super-humanos. Com esses poderes, as cobaias também desenvolveram hipersensibilidade à luz solar, sede de sangue e instinto assassino. Amy, que recebeu uma dose modificada do vírus anterior, continua sendo Amy, mas também tem poderes sobrenaturais e consegue ouvir a confusão mental em que os outros vampiros se encontram.

Nessa parte conhecemos também Wolgast , em sua comovente busca por fazer o que é certo depois de fazer o errado, resgatando Amy da instalação do Governo depois que os vampiros se libertam e desenvolvendo com ela, ao longo da fuga, uma relação de pai e filha tão linda que nos faz querer que ele nunca se vá, mesmo que saibamos que Amy é imortal e Wolgast é apenas um humano, assim como Lacey Antoinette Kudoto, a freira que cuida de Amy quando a mãe a abandona no convento e que cria um laço tão estreito com a menina que acredita que ser uma enviada de Deus para proteger a criança.

Há uma série de personagens importantes que nos são apresentados nessa primeira parte: as cobaias, em especial a Número Zero, Anthony Carter, Grey, Iggy, agente Doyle, entre outros. Todos eles terão partes fundamentais no desenrolar da história e também no segundo livro.

A segunda e a terceira parte do livro são curtinhas. Na segunda parte do livro, temos o desenrolar da fuga de Amy e Wolgast e as notícias de terror veiculadas nos jornais. É uma parte relativamente pequena se considerarmos as outras, mas é uma parte bem emocionante. Na terceira parte, Titia (uma nova personagem também importante para a história) nos conta como foram os anos logo após a fuga dos "saltadores" ou "fumaças", como os vampiros são chamados. Eles se espalharam, fizeram novas crias e estão ganhando a guerra,  então começa o êxodo humano para as cidades fortificadas a partir do dia em que a Humanidade percebe que não há volta.

Na parte quatro, conhecemos a Primeira Colônia nas montanhas de San Jacinto, Califórnia, e de todas as partes, essa foi a parte que mais me prendeu, fora a primeira, claro! Somos apresentados aos personagens que seguirão conosco até o fim do livro (e além dele, claro, no segundo livro). Os moradores da Primeira Colônia acolhem e cuidam de Amy, agora uma adolescente, com ferimentos graves, sem saber que Amy e Peter Jaxon já se conheciam, pois há pouco Amy o salvou dos virais em uma excursão fora dos muros da cidade. 

A partir daí uma sequencia eletrizante de invasões, morte, ação, aventura e até sequestro se desenrola. Cada personagem nos conquista com uma característica diferente, desde Michael, o nerd, a Theo Jaxon, o corajoso; Mausami, apaixonada por Theo, mas casada com outro homem; Sara, a enfermeira, irmã de Michael; Lish, a guerreira; Caleb e posteriormente Hollis. Toda a ação dessa parte culmina numa espetacular fuga narrada em páginas e páginas de adrenalina pura que torna impossível largar o livro e nas últimas duas partes informações essenciais serão reveladas por uma fonte inesperada.

A melhor parte do livro, e acho que a maioria das pessoas que leu vai concordar comigo, é essa sensação de medo que se instala a partir do momento em que os vampiros, ainda presos na instalação governamental, começam a mostrar do que são capazes. Posteriormente a fuga deles se instaura uma sensação de caos e medo pelas descrições das cidades vazias, da falta de uma liderança organizada que ao mesmo tempo nos faz torcer por essas pessoas que são obrigadas a se adaptar com o que sobrou. A falta de água, a falta de comida, a falta de segurança, tudo nos atinge como se fôssemos nós lá com eles, vivendo em um tempo de medo e desolação, mas também em um tempo de união e esperança!

Uma das melhores leituras de 2013 ao lado de "Encarcerados" de Alexander Gordon Smith!

Outras capas lindas de "A Passagem" pelo mundo. Me pergunto qual é o problema
em criar uma capa mais interessante para o Brasil em vez de pegar a mesma fonte e o mesmo layout de um outro livro.


2 comentários:

  1. Tenho um um amigo, que sempre me ótimas dicas inclusive foi ele que me indicou a Trilogia Millenium, que eu amei e A sombra do vento, ele já havia me falado desse livro mas como ele disse que o livro era sobre vampiros, eu meio que fiquei com o pé atrás e nem dei chance ao livro, mas depois de resenha e dessa noto 100 vou reconsiderar. Adorei a resenha.

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  2. Acho que vc vai AMAR, Kelly. Eu achei demais!

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