segunda-feira, 15 de julho de 2013

O pesadelo que se tornou real (Carla Cristina Ferreira)


No ano passado eu tinha lido o “O Hipnotista” de Lars Kepler, pseudônimo do casal Alexandra e Alexandre Ahndoril, e no final do ano passado a Intrínseca lançou mais um livro do casal, “O Pesadelo”, e é claro que eu tinha que ler para conferir se pelo menos seria uma leitura prazerosa como o seu antecessor.

Nossa avaliação - 4.0
Em “O Pesadelo” a dupla sueca traz de volta o detetive Joona Linna que desta vez irá investigar o estranho caso de uma jovem que é encontrada morta dentro de um barco, mas a causa da morte é afogamento, apesar de suas roupas estarem completamente secas. Simultaneamente um importante funcionário do governo comete suicido. Será que os dois acontecimentos tem alguma relação? Linna acredita que sim e isso leva a uma confusão sem pé nem cabeça sobre tráfico de armas para países do Terceiro Mundo.

Apesar do primeiro livro não ter sido perfeito, foi uma leitura descontraída que serviu ao propósito de entreter, o que não acontece no segundo... A leitura do livro realmente se tornou um pesadelo, uma confusão de acontecimentos que não fazem nenhum sentido. Infelizmente, o livro é muito ruim.

Primeiro, você compra o livro esperando um thriller, uma leitura emocionante, cheia de suspense, mas isso não acontece. A história avança, chegamos na metade do livro e nada, e muito mal ao final algumas peças tentam se encaixar, mas não fazem muito sentido. Não existe um elemento surpresa, nada que te intrigue a continuar a leitura. Cheguei ao fim por pura determinação.

Um grande problema é a quantidade de personagens e de algumas cenas que poderia ser definitivamente jogadas no lixo, como o encontro de um casal perseguido com um excêntrico apresentador de TV sueco. Sem dúvida pior cena do livro! Isso sem contar cenas de boxe feminino para encher linguiça, de um ataque a uma vila africana e um caso estranhíssimo de insônia. Ah! Sem contar a encheção de linguiça com um raio de um violino.

É tanta coisa que acontece que não faz sentindo, que se fosse para enumerar tudo, não pararia mais... Foram 448 de muito lengalenga.

Outra cena que não faz sentido: Linna tendo uma crise, sei lá de quê, e desmaiando do nada e em nenhum momento explicam o que o cara tem. Isso sem contar as cenas com seu possível par romântico. Acho que um dos problemas é Linna não ter o carisma necessário para ser o mocinho e o salvador da história.


Resumindo, acho que o problema é que os autores quiseram construir uma trama grande e intricada ao estilo Stieg Larsson e acabaram se perdendo, criando uma história sem nexo e chatíssima. Uma grande decepção. Esse exemplar vai direto para o sebo!


7 comentários:

  1. Uma pena que o livro não seja bom; também não gosto quando certos autores se preocupam mais com a quantidade do conteúdo do que com a qualidade, o que resulta em um livro como esse aí.
    Em compensação, sua resenha foi ótima!!!

    Abraços!

    http://pecasdeoito.blogspot.com.br/

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    1. É Diego, uma pena mesmo... tinha tudo pra dar certo. Fico feliz que tenha gostado da resenha e obrigada por acompanhar nossas publicações! :-)
      Beijos!

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  2. Não entendo, parece que esses autores querem fazer muitos livros, mas esquecem da qualidade.
    Aposto que se fizesse um enredo mais curto e mais cheio de fatos em um único livro, teria maior sucesso e maior número de resenhas positivas.

    Bjs!

    www.booksever.blogspot.com

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    1. Concordo com vc !! eu prefiro a qualidade do que a quantidade .

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  3. Olá, eu concordo que o livro perde um pouco o ritmo em certo ponto, mas sério, você realmente leu o primeiro livro? Porque no Hipnotista é informado que o Joona sofre de uma enxaqueca crônica, causada pelo trauma dele ter perdido mulher e filho em um acidente de carro que ele podia evitar. E que a única forma de controlar essa enxaqueca é tomando um remédio que o deixa sonolento e com o raciocínio fraco, logo ele não toma durante uma investigação, o que o leva à ter essas crises cabulosas. O violino em si não é importante, mas eu não sei se você reparou, na foto que eles analisam, o objetivo é saber quando aquele encontro ocorreu. O grupo que estava tocando violino ao fundo só se apresenta uma vez por ano, e não costuma repetir determinada música, logo, se fosse possível identificar a música tocada pela posição de dedos dos músicos, eles conseguiriam a data em que o encontro foi realizado. Não é tão absurdo assim, tendo em vista o modo como o Mikael conseguiu desvendar o caso da Hariet. Bom gosto é gosto. Espero não ter enchido muito o saco.

    Abraços.

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    1. Oi Phelps! Eu li o primeiro livro, sim, mas o foco dele não era o Joona, então não registrei essa informação, então acabou passando batido. Entretanto, como não se trata exatamente de uma sequencia, os autores poderiam ter comentando novamente o fato dele sofrer desse trauma, pois tenho certeza que muita gente não leu o Hipnotista, mas leu o Pesadelo. Quanto a questão do violino, achei descabida demais e realmente não conseguiu me convencer, mas se vc gostou ótimo. Afinal, gosto não de discute, né? ;-)

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  4. Tem umas coisas muito sem sentido mesmo, fora a parte que Penelope (sangrando e quase morrendo) pede socorro a um casal com uma moto na estrada e eles não a ajudam. Porque? Porque? Só porque as ideias deles são contrárias a dela. -_-
    Cadê solidariedade meu povo?!?!?!?!?!

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