Já
falei em outro post sobre “A Ilíada” de Homero, mas hoje vim falar sobre uma
versão romanceada do famoso poema épico. Há várias versões para a guerra entre
gregos e troianos que durou mais de 10 anos, mas a melhor de todas em minha
opinião é a de Colleen McCullough, “A Canção de Tróia”, publicada em 1998 pela
Bertrand Brasil.
Nossa avaliação - 9.5 |
Neste
livro a autora recria a saga da Guerra de Tróia de uma forma mais histórica do
que mitológica, trazendo os personagens para um plano humano, deixando de lado
todas as interferências dos deuses narradas por Homero, nas quais todos os
fatos “inexplicáveis” passam a ter uma explicação lógica.
O
interessante deste livro é que conhecemos os fatores que levaram a guerra muito
antes de os seus protagonistas nascerem. Conhecemos a história de Peleu e
Tétis, pais de Aquiles; conhecemos os erros de Príamo e Hécuba, pais de Páris;
conhecemos detalhes que apenas os mitos contam e que Homero não narrou por já
serem fatos conhecidos para os seus ouvintes.
Um
livro que a cada capítulo é narrado por um personagem diferente, alguns até
secundários, mas não menos importantes, no qual o seu ponto de vista será
fundamental para ligar os pontos entre os personagens gregos e troianos que
narram a história. Temos Peleu, Príamo, Helena, Aquiles, Agamêmnon, Heitor,
Ulisses... uma variedade.
Conhecemos
facetas desconhecidas e inimagináveis como de Helena como uma puta que vai para
cama com qualquer um, e Páris como um homem fútil e mesquinho. Aquele amor todo
que levou à guerra não passou de um capricho momentâneo de ambas as partes que
levou a atos catastróficos.
Assim
como a autora nos mostra o antes, também nos dá um vislumbre do que vem depois,
bem diferente de Homero. Conhecemos por exemplo o destino de Enéas, Ulisses e
de Agamêmnon.
Apesar
de abdicar do fator divino da história, McCullough não deixa de lado a faceta heroica
e semidivina dos personagens, levando o autor a ficar em dúvida quanto ao seu
favoritismo ora para os gregos ora para os troianos.
Eu
sou suspeita, porque se Ulisses fosse troiano com certeza torceria para eles,
então não já ficou claro que torço para os gregos só por causa dele, e por ele
ser “tocado” por Atena, a deusa da sabedoria, e a minha predileta! Kkk
Se
você curte mitologia grega como eu, saiba que também há a versão de Marion
Zimmer Bradley, autora de “As Brumas de Avalon”, para essa guerra. O livro se
chama “O Incêndio de Tróia” e conta a história pelo ponto de vista de
Cassandra, filha de Príamo e irmã de Páris, com um foco maior na parte troiana
e na participação das amazonas como aliadas para derrotar os invasores gregos.
Muito bom livro, mas a McCullough ainda dá de dez à zero. hehehehe
Resenha show! Nossa rainha mitológica.
ResponderExcluirSempre com novas supresas.