segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Gregos X Troianos e um pouco mais (Carla Cristina Ferreira)



Já falei em outro post sobre “A Ilíada” de Homero, mas hoje vim falar sobre uma versão romanceada do famoso poema épico. Há várias versões para a guerra entre gregos e troianos que durou mais de 10 anos, mas a melhor de todas em minha opinião é a de Colleen McCullough, “A Canção de Tróia”, publicada em 1998 pela Bertrand Brasil.

Nossa avaliação - 9.5
Para quem não sabe McCullough é também autora de “Pássaros Feridos”, uma de suas obras mais aclamada.

Neste livro a autora recria a saga da Guerra de Tróia de uma forma mais histórica do que mitológica, trazendo os personagens para um plano humano, deixando de lado todas as interferências dos deuses narradas por Homero, nas quais todos os fatos “inexplicáveis” passam a ter uma explicação lógica.

O interessante deste livro é que conhecemos os fatores que levaram a guerra muito antes de os seus protagonistas nascerem. Conhecemos a história de Peleu e Tétis, pais de Aquiles; conhecemos os erros de Príamo e Hécuba, pais de Páris; conhecemos detalhes que apenas os mitos contam e que Homero não narrou por já serem fatos conhecidos para os seus ouvintes.

Um livro que a cada capítulo é narrado por um personagem diferente, alguns até secundários, mas não menos importantes, no qual o seu ponto de vista será fundamental para ligar os pontos entre os personagens gregos e troianos que narram a história. Temos Peleu, Príamo, Helena, Aquiles, Agamêmnon, Heitor, Ulisses... uma variedade.

Conhecemos facetas desconhecidas e inimagináveis como de Helena como uma puta que vai para cama com qualquer um, e Páris como um homem fútil e mesquinho. Aquele amor todo que levou à guerra não passou de um capricho momentâneo de ambas as partes que levou a atos catastróficos.

Assim como a autora nos mostra o antes, também nos dá um vislumbre do que vem depois, bem diferente de Homero. Conhecemos por exemplo o destino de Enéas, Ulisses e de Agamêmnon.

Apesar de abdicar do fator divino da história, McCullough não deixa de lado a faceta heroica e semidivina dos personagens, levando o autor a ficar em dúvida quanto ao seu favoritismo ora para os gregos ora para os troianos.

Eu sou suspeita, porque se Ulisses fosse troiano com certeza torceria para eles, então não já ficou claro que torço para os gregos só por causa dele, e por ele ser “tocado” por Atena, a deusa da sabedoria, e a minha predileta! Kkk

Se você curte mitologia grega como eu, saiba que também há a versão de Marion Zimmer Bradley, autora de “As Brumas de Avalon”, para essa guerra. O livro se chama “O Incêndio de Tróia” e conta a história pelo ponto de vista de Cassandra, filha de Príamo e irmã de Páris, com um foco maior na parte troiana e na participação das amazonas como aliadas para derrotar os invasores gregos. Muito bom livro, mas a McCullough ainda dá de dez à zero. hehehehe


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