quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Uma viagem do Brasil ao Himalaia (Carla Cristina Ferreira)



Como a lista de leitura é grande, nem sempre dá para engatar um livro no outro como eu gostaria, por isso só agora tive oportunidade de ler o segundo volume da série infanto-juvenil de Isabel Allende, “O Reino do Dragão de Ouro”.

Nossa avaliação - 7.0
Depois da aventura que tiveram na Amazônia, no primeiro volume “A Cidade das Feras”, chegou a vez de a Águia e o Jaguar irem para o outro lado mundo, mais precisamente para as montanhas do Himalaia a fim de acompanharem a escritora Kate Cold em mais uma expedição para a International Geographic.

Após conseguir a água da vida para sua mãe e ser a sensação do colégio - após o regresso das terras tupiniquins -, Alex começa a amadurecer e a ver o mundo com outros olhos, está naquele meio termo onde não somos mais crianças, mas tampouco adultos. Sua mãe parece estar se recuperando do câncer, mas ainda existe a possibilidade de uma regressão, o que deixa o menino apavorado; em compensação, sua amizade com Nádia só aumenta, mesmo ela estando no Brasil.

Inconformada que a menina não saiba nada do mundo, Kate (avó de Alex) lhe oferece uma temporada em Nova York, só que Alex nem imagina que a amiga esteja tão perto. Kate continua tentando ser aquela avó intragável, mas no fundo no fundo não passa de um coração mole. Assim orquestra uma grande surpresa para o neto que está louco para acompanhar a avó para visitar o Reino do Dragão de Ouro: chegando no aeroporto Alex simplesmente dá de cara com a amiga que está mais que preparada para embarcar junto nesta aventura.

O Reino do Dragão de Ouro fica em algum lugar entre a Índia, o Tibet, o Nepal e a China, e é um país isolado do mundo onde a tecnologia de ponta é a de 20 anos atrás. O país mal possui uma emissora de televisão e uma companhia telefônica, não existe nenhum tipo de criminalidade e os ensinamentos de Buda regem a vida de seus habitantes. O que atrai a atenção de Kate e sua equipe para esse lugar é que reza a lenda que o rei é o único capaz de prever o futuro através de um oráculo: um dragão de ouro maciço.

O problema é que outras pessoas também estão interessadas nos segredos desse tesouro e é aí que nossos mini-heróis entram em ação.

Já no seu destino, Nádia e outras meninas são sequestradas, mas tudo não passa de uma distração para raptar o rei e roubar o valioso dragão. Caberá ao Jaguar encontrar sua amiga e juntos ajudar a resgatar o rei. Para isso, contarão com a ajuda de nada mais nada menos do que dos iétis, dos abomináveis homens da neve!

O bacana dessa aventura de Allende é que ela cria um mundo ficcional onde a realidade dura e crua surge para ensinar as crianças que nem tudo são flores. O contraste entre pobreza/riqueza, saúde/doença; morte/vida está lá, às vezes de uma forma bem brutal, mas necessária.

Apesar de a história ser previsível, ela é bem legalzinha. É claro que não é o carro chefe da autora, mas vale para exemplificar a versatilidade ao escrever para um público tão diferente. Agora só falta ler o último volume “A Floresta do Pigmeus”. \o/

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