segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Consumido pela culpa (Renata Lima)



Nossa Avaliação - 8.5
Quando li "Crime e Castigo" na faculdade, achei o livro no mínimo estranho, mas anos depois, olhando o livro na estante, senti um comichão, como se o livro em convidasse a relê-lo e a achar nele situações e ideias que eu não havia descoberto na primeira leitura, quando eu tinha uns 19 anos.

De cara, notei que "Crime e Castigo" tem uma linguagem diferente dos livros de sua época, 1866. Surpreendentemente, Dostoiévski tem uma linguagem mais moderna, menos rebuscada, mas não menos bonita. Dizem que o livro, que, dependendo da edição, chega a ter mais de 500 páginas, foi escrito às pressas. Mas não parece.

Com maestria, Dostoiévski nos apresenta Raskólnikov, um rapaz que parou de estudar apesar de ser considerado quase um gênio. Raskólnikov é prato cheio para qualquer psicólogo: é o que hoje chamamos de bipolar, alternando momentos de caos e depressão com momentos de euforia e planos para sua nova vida.

Mas a história dele não é a única, Dostoiévski  introduz também Marmeladov, cuja filha foi obrigada a se prostituir para sustentar a família, e Dounia, que trabalha obrigada para os Svidrigaïlov e é assediada pelo chefe por ter pedido dinheiro emprestado para ajudar Raskólnikov.

Nessa vida medíocre, porém convicto de que é uma pessoa extraordinária (de acordo com sua teoria de que o mundo está dividido entre pessoas ordinárias, que devem seguir as leis, e as extraordinárias, que estão acima disso), Raskólnikov visita a velha usurária Alyona Ivanovna e mata a senhora a machadadas para então roubar seu dinheiro.

Mas conforme o tempo passa, ele descobre que não é uma pessoa extraordinária e a culpa pelo assassinato o toma de assalto. Raskólnikov fica doente, aos poucos louco e paranoico. Exceto o assassinato, Raskólnikov tem atitudes ingênuas e até mesmo infantis. Suas aspirações são boas, mas o sangue da velha em suas mãos não o deixa descansar. Até que aparece Sonia, a filha prostituta de Marmeladov, e Raskólnikov vê uma chance de expiar seus pecados.

Vários filmes foram feitos baseados em "Crime e Castigo", alguns bons, outros muito ruins, outros péssimos, como o que traz a história para os tempos de hoje. Não assisti todos, mas recomendo o de 1935, o de 1970 e o de 2002. Cliquem na capa do filme para maiores informações.



5 comentários:

  1. Meninas, esse livro desse ser chato.
    Você gostou, Renatinha?
    Se puder, me faz uma visitinha no blog sobretudoeartesanato.blogspot.com.br

    Bjnhs

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    Respostas
    1. Aline, quando li pela 1a vez achei um porre. Mas da segunda vez achei bem melhor. Mas não é um livro que recomendo, principalmente pra quem está começando a ler agora. Mas por ser um clássico da literatura, acho que um dia, quem sabe, vale a pena!

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    2. Já visitei seu blog!!! e me inscrevi!

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  2. Ai meu Deus, esse livro me persegue... A D. Deise (Aline sabe quem é), me emprestou uma vez, mas cara não consegui passar da metade. O troço é muito psicodélico... O cara é completamente louco, a escrita confusa...
    Por ter feito Letras, considerava um sacrilégio ainda não ter lido nada de Dostoiévski.
    Um porre. A Rê disse tudo, o cara é mesmo bipolar. Fora que os nomes dos personagens fazem uma confusão na minha cabeça...
    Sabe o que é pior, o Flavio amou o livro, gostou tanto que foi ler "Os irmãos Karamazov".

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