segunda-feira, 23 de julho de 2012

O poder dos símbolos (Carla Cristina Ferreira)



Há alguns anos atrás surgiu o polêmico Dan Brown trazendo ideias controversas sobre questões teológicas que deixaram muitos religiosos de cabelo em pé e loucos de raiva, incluindo aí a Santa Madre Igreja. Então mesmo sendo um tema antigo, vamos falar um pouquinho de “O Código Da Vinci”, “Anjos e Demônios” e “O Símbolo Perdido”, que foram publicados no Brasil pela Arqueiro.

Nossa Avaliação - 8.5
O que estes três livros tem em comum, além de gerar muita polêmica? Robert Langdon, o famoso simbologista de Harvard que se aventurou pelas ruas de Paris, do Vaticano e de Washington.

Para um simples acadêmico, Langdon está sempre envolvido em uma conspiração que fará que com a humanidade veja o mundo com outros olhos, uma mudança mais a nível divino e espiritual. Primeiro, em “O Código Da Vinci”, ele se vê envolvido no assassinato de Jacques Saunière, curador do museu do Louvre em Paris, como principal suspeito. Aos poucos, com a ajuda Sophie Neveu e Leigh Teabing, vão desvendando pistas e códigos deixados ao longo dos séculos pelos membros do Priorado de Sião, um grupo que protege a linhagem e herdeiros de Jesus Cristo e Maria Madalena.

É claro que no meio de toda essa confusão Langdon é perseguido pela polícia francesa e por um grupo secreto formado por membros do Vaticano (encabeçado pelo Opus Dei) que estão dispostos a fazer de tudo para que este segredo não seja revelado; enquanto há outros mais interessados em revelar toda verdade ao mundo.

Um livro cheio de referências histórias, bíblicas e turísticas que levam o leitor a entrar de cabeça na trama, se vendo no meio de um turbilhão engenhosamente construído pelo autor. É aí que reside toda a sagacidade do autor que foi capaz de bolar e sustentar de forma plausível uma história vista como absurda aos olhos de muitos. Porque seria assim tão inconcebível Cristo ter se casado e gerado um filho? E a explicação de Brown é tão convincente que nos faz pensar: isso muda a figura de Cristo aos meus olhos? Isso abala a minha fé?

Nossa Avaliação - 9.0
Depois em “Anjos e Demônios”, Langdon é ‘requisitado’ a ajudar um grupo de cientistas – CERN – a recuperar um artigo roubado, após um de seus membros ser assassinado e ter marcado a ferro o peito com um antigo símbolo – um ambigrama. Daí Langdon e Vittoria Vetra (sempre há uma mulher bonita como parceira para ajudá-lo) partem para a cidade do Vaticano a fim de impedir que os Illuminati – um grupo extremista de livre-pensadores – destrua o seu maior opositor: a Igreja Católica.

Mais uma vez Langdon percorre pontos turísticos e históricos da Cidade de Vaticano, desvendando segredos e símbolos há muito esquecidos. E Brown mais uma vez cutuca onça com vara curta ao colocar o Vaticano como palco dessa aventura.

Quem não ficou com vontade de conhecer o Caminho da Iluminação e o trabalho de Berrini? Assim como não ficou curioso de ir à França e procurar pela Linha Rósea? A mistura de ficção, história e arte nos dá vontade de colocar os livros na mochila e pegar a estrada; conhecer o lado real e concreto dessa aventura.

O estardalhaço foi tão grande com os dois primeiros livros e o carisma de Langdon tão impactante que Brown colocou logo a mão na massa e escreveu mais episódio, não tão emocionante e envolvente, com o nosso mais querido e único simbologista.

Nossa Avaliação - 7.0
É isso mesmo, “O Símbolo Perdido” não empolga tanto com os seus antecessores, deixando o leitor na expectativa de encontrar a mesma ação e o mesmo embasamento que convence nos livros anteriores.

Aqui, nosso protagonista é convocado de última hora a dar uma palestra em Washington, a pedido de seu melhor amigo Peter Solomon, mas descobre que tudo não passa de um estratagema para forçar Langdon a desvendar o segredo da Pirâmide Maçônica em troca da liberdade de seu amigo, que foi sequestrado. Surge aí várias questões/informações sobre maçonaria que fazem muito mais sentido no filme A Lenda do Tesouro Perdido do que no livro de Brown.

A ajudante de Langdon desta vez é Ketherine Solomon, irmã de Peter, e pesquisadora responsável por uma nova ciência, a noética. Juntos vão decifrando os segredos escondidos na Pirâmide e se aproximando cada vez mais do segredo dos maçons. Uma descoberta que não empolga e não leva o leitor a nenhum tipo de questionamento, que parece tão absurda que acabamos descartando logo de cara.

Apesar de utilizar a mesma fórmula, o resultado não é o mesmo: a história central parece forçada e a questão dessa tal de noética, não faz sentido como a antimatéria faz em “Anjos e Demônios”. Acho que os fundamentos de Brown dessa vez não foram tão sólidos e coerentes como nos livros anteriores, que mesmo polêmicos, faziam sentido.

Até mesmo a viagem pelos monumentos e pela história da fundação da capital americana não empolga, não desperta nossa curiosidades para pesquisar mais, saber mais. Ficamos mais que satisfeitos com as informações passadas pelo autor e fim de papo.

Quem não leu os livros, com certeza viu os filmes que foram muito bem adaptados para as telinhas com direção de Ron Howard, tendo Tom Hanks no papel principal. Claro que alterações foram feitas para adequar a trama o melhor possível, fosse suprimindo personagens ou criando outros, mas a essência está ali.

Da minha parte só fiquei um pouco decepcionada com a alteração no final de “O Código da Vinci”, mas especificamente o final de Sophie; e a pouca (quase nenhuma) participação do hassassin em “Anjos e Demônios”, assim como o corte da cena de Langdon no helicóptero.

Esperemos agora que a adaptação de “O Símbolo Perdido” seja mais convincente do que o livro em si. Porém, mais uma vez trocaram o roteirista e então ainda não há previsão do início das filmagens. A única informação concreta é que Ron Howard não dirigirá essa aventuta de Landgon, ficando responsável apenas pela produção. O jeito é esperar para ver o resultado.

5 comentários:

  1. É verdade. Não li os livros, mas assisti aos filmes. Depois dessa resenha terei que ler a trilogia e assistir novamente aos filmes, pois nem me lembrava mais da história.
    Parabéns meninas !!!

    ResponderExcluir
  2. Nine, se vc quiser te empresto os 3... A lista tá aumentando!

    ResponderExcluir
  3. Olha, adorei os dois primeiros, mas O Símbolo Perdido não desceu! Comecei a ler e parei, assim como Ponto de Impacto e Fortaleza Digital.

    Ele sumiu, né???

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Sumiu mesmo... não há nenhum boato sobre livro novo, nem nada.
      Pra mim "O Símbolo" gostou não desceu, mas como sempre só pra me contrariar, o Flavio adorou

      Excluir
  4. Li O Código Da Vinci (ameeeeiiii!) , Anjos e Demônio e Fortaleza Digital , gostei muito dos 3 ! O Fortaleza Digital é aquele tipo de livro que cansa mas no fim eu acabei gostando e as vezes até uso alguns códigos que ele cita no livro.
    Detalhe : Eu acreditei nas historias desses livros e depois fui procurar no Google ! hahaha

    ResponderExcluir