segunda-feira, 25 de junho de 2012

O enigma sem pé nem cabeça (Carla Cristina Ferreira)


No ano passado as livrarias ficaram abarrotadas com o livro “O Enigma do Oito” de Katherine Neville. Um livro com uma capa quadriculada de preto e azul, com um tabuleiro de xadrez ao fundo com destaque para uma das peças do jogo: um cavalo.

Nossa Avaliação - 5.0
Originalmente lançado com o título The Eight (O Oito) em 1988, o livro aborda duas histórias entrelaçadas, mas separadas por dois séculos de distância. A primeira ocorre em 1972, nos Estados Unidos, quando a expert em computadores Catherine Velis é enviada à Argélia para trabalhar no ramo petrolífero, uma área que desconhece. A segunda tem lugar em 1790, França, e envolve as noviças do convento de Montglane, Mireille e sua prima Valentine.

A trama gira em torno do convento e no segredo que suas paredes guardam referente a um misterioso e amaldiçoado jogo de xadrez. Diz a lenda que o tabuleiro e suas peças feitas de ouro maciço e pedras preciosas foi dado ao imperador Carlos Magno pelos mouros e que detém a chave para um poder ilimitado. Todos que procuraram pelo ‘xadrez de Montglane’ ao longo dos anos, a fim de controlar o seu poder, pereceram de forma trágica.

Durante a conturbada Revolução Francesa, Mireille e Valentine, juntamente com as demais noviças e freias do convento, tentam a todos custo manter as peças do xadrez a salvo, separando-as; impedindo assim que caiam em mãos erradas. Entretanto o brutal a assassinato de Valentine, na Bastilha, faz com que Mireille se envolva em um jogo perigoso, no qual homens e mulheres farão de tudo para obter o poder a qualquer custo. Para evitar o pior, a própria Mireille se torna uma das peças do jogo, lutando contra oponentes poderosos como Napoleão, Robespierre e a própria Catherine, a grande.

Já em 1972, Catherine, como Mireille, também se vê envolvida em uma atmosfera de assassinato, conspiração e traição ao se envolver na negociação de uma das peças do xadrez a pedido de um amigo. Involuntariamente ‘Cat’ entra no misterioso jogo que colocará sua vida em perigo. Conforme ela vai tomando consciência da história do xadrez e dos demais jogadores, ela descobre que todos não passam de peões.

Como as duas histórias se relacionam? Boa pergunta; ainda estou procurando a resposta. Tudo leva a crer que o livro é ótimo, com uma trama envolvente e cheio de aventura e perseguição, certo? Errado. O livro é chato pacas, com personagens que parecem uma enciclopédia ambulante: sabem de tudo sobre tudo (o que é humanamente impossível).

A história de Mireille começa de forma muito interessante, mas chega uma hora que desanda: quando ela começa a juntar as peças (cada vez mais confusas e sem pé nem cabeça do jogo) e a fugir dos seus oponentes pelo mundo a fora.

Cat já é outra história: a parte que lhe cabe é tão sem nexo que a gente fica o tempo todo se perguntado o que ela está fazendo ali e qual a sua importância nisso tudo. O final? Decepcionante. Espera-se muito mais; chega uma hora que a coisa fica tão previsível que perde o pouco de emoção que se tinha.

Eu não gostei, mas como gosto não seu discute... Meu maridão ADOROU! Vai entender... De repente os amantes do xadrez vão achar a história muito mais interessante.

O pior é que em 2008, a Editora Rocco lançou a continuação “O Fogo”. Será que vale arriscar?


4 comentários:

  1. Tem gente que faz umas séries de 200 livros e não resolve nada pro primeiro. Eu fico de saco cheio. Encerramento é um mal necessário. Vc vê por exemplo as séries de TV, elas encerram um ciclo e te jogam uma interrogação para a próxima temporada. Nem tudo fica aberto, tem que fechar alguma coisa, gente.
    Vou passar longe desses livros. Se vc não gostou, eu vou gostar menos ainda. KKKK

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    1. Além da história ser chata pra que uma continuação, né? Seu comentério me lembrou Smallville que começou muito bem, mas depois da 6a temp já tinha dado tudo que tinha que dar...
      Passa longe, que esse com certeza não é a sua cara! Mas como eu disse, o Flavio amou!

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  2. Poxa vida. A história parece interessante, mas com essa resenha, desanimei. kkkkk
    Brincadeirinha. Desanimei só de saber que os livros tem 678 e 511 páginas.
    Muitas pessoas devem ter gostado pois a Editora Rocco relançou o primeiro livro em 2010 e o segundo em 2011.

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    1. O problema não é o tamanho e sim a qualidade da história, que tem que envolver o leitor e ser prazerosa!

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