terça-feira, 24 de abril de 2012

Um pouco mais do mesmo - Sobre Nicholas Sparks (Renata Lima)


Já fiz um post com dois livros do Nicholas Sparks chamado Romances chororô e suas adaptações. Disse que no geral havia gostado dos livros "Querido John" e "Noites de Tormenta" e que algumas pessoas me recomendaram ler "A Última Música" que era o melhor livro do Sparks (agora a Agnes me disse que é "O Caderno de Noah").

Como tinha uma prima que adora Nicholas Sparks, pedi o "A Última Música" emprestado e ela trouxe também "Uma carta de amor", que eu já tinha começado há muito tempo atrás, mas desisti nas primeiras 30 páginas. O meu problema com Nicholas Sparks permance o mesmo.

A linha narrativa dele é muito previsível porque quase todos os livros são iguais; ele nos faz entender as personagens, torcer por elas e logo depois ter raiva do mundo porque no fim ninguém se dá bem, ninguém vive feliz para sempre, ninguém sequer vive feliz, alguns nem sobrevivem (fica a dica).

Claro que tem uma mensagem por trás disso: aproveite os momentos de felicidade porque eles não duram para sempre. A vida não é um conto de fadas, o príncipe, apesar de chegar no cavalo branco e ser tudo que você espera em um homem, tem problemas e pode não ficar com você no final. Ninguém é perfeito, todo mundo comete erros e às vezes esses erros fazem com que elas se isolem e se fechem para algo novo. Ou o erro delas prejudica outras pessoas.

Nossa avaliação - 5.0
"A Última Música" conta a história de Verônica Miller (Ronnie), que depois do divórcio dos pais vai morar com a mãe e com o irmão. Três anos depois, a mãe decide que está na hora dos filhos passarem as férias com o pai, então eles vão para uma praia na Carolina do Norte.

O pai de Ronnie é um ex-pianista que agora trabalha com vitrais e está construindo um vitral central para igreja local, destruída após um incêndio misterioso.

A rebelde, fechada e impaciente Ronnie conhece Will, um garoto popular e de família tradicional da cidade, e Blaze, uma menina problemática. Conforme vai se relacionando com Will e Blaze, abre-se para o amor e para a amizade, e acaba deixando também o pai entrar em seu coração.

Não quero criar spoilers para quem está lendo o livro ou quer ver o filme, mas o resultado dessa adaptação é um filme mais brega e chato focado principalmente no romance de Ronnie e Will e não na relação difícil dela com o pai (foco principal do livro) e na amizade com Blaze. Fez parecer que tudo que a rebelde precisava era de um namoradinho para dar jeito na própria vida e na relação com a família.

Muita coisa foi deixada de fora, claro, mas deixaram coisas importantes de fora, como a cena do Will e da Ronnie pescando. Em vez dela, inventaram uma cena em que ele entalha o nome dos dois em uma árvore, que coisa brega! Ronnie também interage mais com o pai do Will e com Blaze no livro e os diálogos são muito interessantes. Blaze também tem um incidente trágico no livro que deixaram fora do filme.

Então é mais ou menos assim: se o livro é brega, ele consegue ser menos brega do que o filme. Miley Cirus como Ronnie não convence, na verdade o elenco todo é muito mais ou menos. O que mais convence é Greg Kinnear (quem não lembra do pai da "Pequena Miss Sunshine"?) no papel do pai (Steve).

Nesse caso então, eu sugiro o livro. Vejam o filme só pra ver o Greg Kinnear dar um show de interpretação no meio de tanta gente ruim de doer!

Mas como sofrimento pouco é bobagem e o livro já estava aqui mesmo, resolvi ler "Uma carta de amor" na sequência. Poucas vezes na minha vida eu senti tanta raiva de um livro. Se fosse meu, eu tacaria na parede e iria no sebo trocar no dia seguinte.

Nossa avaliação - 4.0
Ao caminhar pela praia, Theresa Osborne encontra uma garrafa com uma linda carta de despedida. Ela fica tão impressionada que, como jornalista em Chicago, resolve investigar a fundo para descobrir quem escreveu a carta.

Aos poucos ela descobre que aquela carta não é a única e outras cartas vão aparecendo montando um quebra-cabeças. Através das pistas nas cartas, ela chega até Garret Blake, o possível autor das mesmas, construtor de barcos da Carolina do Norte, e descobre que as cartas eram escritas para Catherine, a esposa já falecida de Garret.

Em pouco tempo surge uma atração mútua entre Theresa e Garret, mas os fantasmas que ele carrega não permitem que ele viva este novo amor por completo.

Depois de muita lenga lenga e de muita enrolação, o livro chega ao fim e dá vontade de berrar um palavrão.

Sugestão: Não leiam o livro, vejam o filme. Pelo menos tem a cara bonitinha do Kevin Costner como o sofrido Garret e as mudanças não alteram muito a história.

E mais uma vez, reclamo das capas. Quem vê as capas dos livros, já imagina Miley Cyrus como Ronnie, e a descrição da personagem é bem diferente! Não estimula a imaginação. Como as capas são iguais às capas dos filmes, achei melhor deixar só a capa do livro.

O livro "A Última música" foi publicado pela Novo Conceito e o "Uma Carta de Amor" foi publicado pela Objetiva.

4 comentários:

  1. Nossa, como vocês conseguem nso fazer rir com as resenhas.
    Parabéns!

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  2. Segredo do Nicholas: pensar no que o povo mais almeja = amor. No maior medo do amor = a morte. Pegar essa fórmula e escrever tds os livros sobre a mesma porcaria. ''Foda-se, to ficando rico''

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