sábado, 8 de setembro de 2018

Segredos sombrios nos deixam presos ao passado. (Renata Lima)


Nossa Avaliação: 9.0
Joe é um universitário que precisa contar a história de um desconhecido para um trabalho de faculdade. Ao visitar uma casa de repouso, ele se depara com uma história e tanto: o assassino e estuprador de uma menina de 14 anos está com câncer terminal e foi liberado da prisão para viver ali seus últimos meses. Agora Joe só precisa convencer Carl a contar sua história.

Essa é a premissa do livro de estreia do advogado criminalista, Allen Eskens. "A Vida que Enterramos" ganhou o Rosebud Award de Melhor Primeiro Livro de Mistério em 2014 e foi publicado no Brasil no ano passado pela editora Intrínseca.

Ao começar a ouvir a história de Carl, Joe percebe que pode mudar as coisas e, com a ajuda de sua vizinha, Lila, decide montar o quebra-cabeças do que aconteceu tantos anos atrás ao mesmo tempo em que precisa lidar com os problemas de sua própria família: a mãe manipuladora e viciada que vive maltratando seu irmão autista.

A narrativa é fascinante. Como leitor, nos identificamos com a luta de Joe e sua necessidade de autoafirmação ao deixar a casa da mãe e toda a sua carga emocional ao mesmo tempo em que ele sente pena de deixar o irmão nas garras dela. Surpreendentemente também nos identificamos com a figura de Carl, mesmo que ele seja um assassino e estuprador, indigno de pena, há nele uma humanidade, uma fragilidade, que inicialmente achei que fosse da doença, mas depois passei a entender melhor.

É muito legal quando pegamos um livro sem a menor expectativa e ele se torna um dos favoritos do ano e nos faz procurar mais livros do mesmo autor, que infelizmente ainda não teve outros trabalhos publicados no Brasil, mas já escreveu outros três livros!

Já estou ansiosa pelos próximos!


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