Sim!
Estamos de volta! E, apesar de feliz, estou receosa também, pois a minha vida
(e da Renata) mudou completamente nos últimos anos e espero conseguir dar conta
do recado. Afinal, o blog surgiu para falar de uma grande paixão, os livros.
Mas como faz quando surge uma paixão ainda maior e que consome 90% do seu
tempo? Os filhos!
Tentando
colocar a leitura em dia (o que não tem sido fácil), li recentemente "O Homem de Giz", de C.J. Tudor, romance
de estreia da autora e publicado aqui pela Editora Intrínseca, que conta a história de Eddie e seus amigos na pacata
cidade de Anderbury no ano de 1986.
O
grupo de crianças cria uma forma secreta de se comunicarem: desenhando homens
de palito feitos de giz, cada um usando uma cor específica, até que bonecos feitos
com giz branco (cor que nenhum deles usava) começam a aparecer, levando as
crianças a descobrirem um corpo desmembrado no meio do bosque.
Nossa avaliação - 7.0 |
Alternando
passado e presente, Tudor nos leva para o ano de 2016, onde Eddie encara suas
frustrações e o caminho que sua vida tomou, morando em uma casa caindo aos
pedaços, com um problema de bebida, solteiro aos 40 anos, cheio de manias e
sendo um professor mediano.
O
grupo e a época podem até levar o leitor a pensar em uma ambientação a la Stephen King (e em alguns momentos até sente-se um gostinho de "Conta Comigo"), mas podem ter certeza de que, apesar de se tratar de um suspense, Tudor (em minha opinião) não tenta chegar
aos pés do mestre do terror e do suspense.
A
história possui certo suspense, mas nada que lhe faça perder o sono ou que lhe
impeça de fechar o livro e terminar a leitura no dia seguinte (apesar de ser um
livro pequeno). Existem alguns pontos soltos (quem desenhou o homem de giz na igreja,
por exemplo) e o livro é previsível desde o verdadeiro vilão, até a revelação
final de Eddie.
Em
alguns momentos, a autora tenta adicionar uma pitada de sobrenatural que não
tem exatamente o objetivo de assustar o leitor, mas talvez de apenas pô-lo em
dúvida sobre até que ponto nosso subconsciente nos prega peças ou está tentando
abrir nossos olhos para algo que está bem na nossa frente, mas não conseguimos
ver.
Sente-se
também a presença constate do medo, não do medo no sentido de levar sustos, mas
medo do destino, do incontrolável e do esquecimento. Talvez este seja o aspecto
mais interessante de todo o livro, o medo que há de esquecermos os pequenos
detalhes, no início, insignificantes, mas que depois acabam se tornando de grande
importância. O medo, não apenas de esquecermos algo, mas de esquecermos alguém
e nos tornarmos nada.
Enfim,
um bom passatempo para quem quer intercalar uma leitura mais densa, com algo
mais “leve” e rápido de ler; até para mim!
Eu gostei bastante desse livro. O final que me deixou meio #xatiada!
ResponderExcluirMas no geral achei muito bom!
Ótima resenha, Carlinha!
bjs
:-*
Excluir