sexta-feira, 17 de agosto de 2018

Brincando de forca (Carla Cristina)


Sim! Estamos de volta! E, apesar de feliz, estou receosa também, pois a minha vida (e da Renata) mudou completamente nos últimos anos e espero conseguir dar conta do recado. Afinal, o blog surgiu para falar de uma grande paixão, os livros. Mas como faz quando surge uma paixão ainda maior e que consome 90% do seu tempo? Os filhos!

Tentando colocar a leitura em dia (o que não tem sido fácil), li recentemente "O Homem de Giz", de C.J. Tudor, romance de estreia da autora e publicado aqui pela Editora Intrínseca, que conta a história de Eddie e seus amigos na pacata cidade de Anderbury no ano de 1986.

O grupo de crianças cria uma forma secreta de se comunicarem: desenhando homens de palito feitos de giz, cada um usando uma cor específica, até que bonecos feitos com giz branco (cor que nenhum deles usava) começam a aparecer, levando as crianças a descobrirem um corpo desmembrado no meio do bosque.

Nossa avaliação - 7.0
As coisas descarrilham quando ele e seus amigos recebem cartas anônimas com desenhos do homem de giz e um de seus amigos aparece morto.
Alternando passado e presente, Tudor nos leva para o ano de 2016, onde Eddie encara suas frustrações e o caminho que sua vida tomou, morando em uma casa caindo aos pedaços, com um problema de bebida, solteiro aos 40 anos, cheio de manias e sendo um professor mediano. 

O grupo e a época podem até levar o leitor a pensar em uma ambientação a la Stephen King (e em alguns momentos até sente-se um gostinho de "Conta Comigo"), mas podem ter certeza de que, apesar de se tratar de um suspense, Tudor (em minha opinião) não tenta chegar aos pés do mestre do terror e do suspense.  

A história possui certo suspense, mas nada que lhe faça perder o sono ou que lhe impeça de fechar o livro e terminar a leitura no dia seguinte (apesar de ser um livro pequeno). Existem alguns pontos soltos (quem desenhou o homem de giz na igreja, por exemplo) e o livro é previsível desde o verdadeiro vilão, até a revelação final de Eddie.

Em alguns momentos, a autora tenta adicionar uma pitada de sobrenatural que não tem exatamente o objetivo de assustar o leitor, mas talvez de apenas pô-lo em dúvida sobre até que ponto nosso subconsciente nos prega peças ou está tentando abrir nossos olhos para algo que está bem na nossa frente, mas não conseguimos ver.

Sente-se também a presença constate do medo, não do medo no sentido de levar sustos, mas medo do destino, do incontrolável e do esquecimento. Talvez este seja o aspecto mais interessante de todo o livro, o medo que há de esquecermos os pequenos detalhes, no início, insignificantes, mas que depois acabam se tornando de grande importância. O medo, não apenas de esquecermos algo, mas de esquecermos alguém e nos tornarmos nada.

Enfim, um bom passatempo para quem quer intercalar uma leitura mais densa, com algo mais “leve” e rápido de ler; até para mim!



2 comentários:

  1. Eu gostei bastante desse livro. O final que me deixou meio #xatiada!

    Mas no geral achei muito bom!

    Ótima resenha, Carlinha!

    bjs

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