segunda-feira, 13 de abril de 2015

Um acidente, dois recém-nascidos, apenas um sobrevivente, mas qual? (Renata Lima)


Na resenha de hoje falaremos de um livro de suspense que prende o leitor do início ao fim: "O Voo da Libélula" do autor francês Michel Bussi, publicado aqui no Brasil pela Editora Arqueiro.

Nossa Avaliação - 9.0
O livro conta a história de uma queda de avião ocorrida em na década de 80 onde apenas uma bebê sobrevive sem qualquer sequelas ao ser miraculosamente ejetada por uma das janelas despedaçadas do avião. Seria um milagre e ponto se não houvesse um porém: havia duas bebês da mesma idade no avião e, como na década de 80 ainda não havia exame de DNA, as duas famílias (os Vitral e os de Carville) passam a disputar a guarda da recém-nascida.

Depois de julgamentos sem fim, perícias intermináveis na área do acidente e análise de roupas e jóias, sem que nada dê resultado, as duas famílias começam a se estranhar. Os Vitral, pobres, mas muito espertos e eloquentes, e os Carville, ricos e muito influentes, mas perdendo aos olhos da opinião pública justamente por causa dessa influência, precisam de uma definição, mas o resultado do julgamento parece não agradar nenhuma das duas famílias, que passam os anos seguinte ainda na dúvida, principalmente quando a menina começa a se desenvolver.

A família Carville decide então contratar o detetive particular Credúle Grand-Duc que terá até os 20 anos da menina para resolver o quebra-cabeças intrincado que é essa história. Credúle começa então a escrever um diário onde narra suas viagens ao local da queda, sua interação com a família Vitral e com a família Carville. Cabe dizer aqui que nenhuma das duas famílias é muito certa da cabeça. Em uma delas uma jovem perdeu a irmã e enlouqueceu, na outra um jovem ganhou a irmã através de um milagre, mas não tem certeza de que essa é realmente sua irmã, e passa a desenvolver sentimentos amorosos proibidos por ela.

Em meio aos capítulos do diário de Grand-Duque, temos narrações em terceira pessoa que revelam como foram os últimos anos das duas famílias, da irmã enlouquecida e principalmente da menina-milagre que vira uma jovem linda e carismática, mas que também vive sem saber quem realmente é e porque é tão diferente dos outros membros de sua família.

A tragédia que devastou essas famílias vai muito além da morte dos parentes e de uma das bebês, é uma tragédia que se desenrola no dia a dia por anos e anos, afeta a mente, desafia a noção de certo e errado. Quanto mais as coisas parecem se ajeitar, piores elas vão ficando e o leitor, apesar de tender para o lado dos protagonistas da história, dos amantes desafortunados, começa a duvidar de cada resquício de informação porque nada é exatamente o que parece ser.

Se o início do livro pode ser um tanto lento e confuso, a partir dos 25% de leitura, a história toma forma e engata de uma forma que não dá vontade de largar. É um desses livros em que nem sempre o mocinho é o mocinho, nem sempre o bandido é o bandido e nem sempre aquilo que você acha que é realmente é!

Recomendo!

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