segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Thriller policial com cara de filme de ação dos anos 90 (Kelly Santos)

Nossa nota: 9.0
“Quando você pisa no pé de alguém acidentalmente, você oferece o próprio pé para que a outra pessoa pise nele também”.

                                                              Ditado popular ucraniano.


E se esse ditado fosse universal? E se você, pessoa de boa fé que é, visse uma pessoa sendo roubada, fosse lá tentar ajudar, deixasse o ladrão fugir e antes de ele sair correndo ele te dissesse: “Você vai pagar pelo que fez.”?

É assim que Nate, um ex-militar que voltou para casa depois de um atentado onde seu melhor amigo e toda a sua equipe morrem enquanto estava em missão no Iraque, se envolve em uma confusão de proporções épicas.

Apesar de voltar para a família, mulher e filha, os dias turbulentos no Exército fazem com que ele não consiga ter uma vida normal e o estresse pós traumático faz com que a família perfeita se desintegre. E se você acha que isso é o pior que pode acontecer, não! Nate descobre, após cinco anos, que tem uma doença terminal e acaba desistindo de viver. E é nesse estágio que encontramos pela primeira vez o personagem, no alto de um prédio a poucos minutos de pular. 

Mas a atenção de Nate é desviada quando descobre que o banco perto dele está sendo assaltado. É ai então que Nate pisa no pé de alguém. Ele dá uma de herói e usa seu treinamento militar e um pouco de sorte para matar cinco integrantes do grupo de ladrões de banco, mas deixa escapar o sexto. O problema é que Nate pisa no pé de uma quadrilha ucraniana barra pesada e apesar de não oferecer o seu pé, o próprio chefão vai atrás de Nate e puxa seu pé para ser esmagado. 

Preso dentro do quartel da quadrilha, o chefão lhe dá uma ordem: voltar no mesmo banco em que foi o herói e roubar aquilo que ele atrapalhou a quadrilha de pegar senão os ucranianos irão atrás de sua filha.

Sabe aquela receita de bolo de romance policial? Um agente aqui, dois assassinos ali, bate tudo com um toque de mistério e voilà, você tem um livro! 

Pois é, mas isso não acontece com "O Sobrevivente". 

Hurwitz não segue a tal receita de bolo e a história não se torna envolvente por causa do mistério e sim por ser narrada de forma ativa para o leitor, transformando os medos e sustos dos personagens em nossos medos e nossos sustos. Eu fiquei tensa o tempo todo em que lia o livro. A mesma coisa que acontecia quando assistia filmes de ação tipo: Duro de Matar, Velocidade Máxima, Máquina Mortífera e tantos outros.

Sempre com uma pitada de humor negro, por parte de Nate, esse thriller não tem só ação e cenas mirabolantes não, tem o drama familiar de Nate, o drama da doença, que vai enfraquecendo-o e como não poderia deixar de citar, acho que esse livro nós ensina um pouco sobre como é importante ter esperança sempre.

Gregg Hurwitz já escreveu roteiros para Jerry Bruckheimer Films, Paramount Studios, MGM, e além disso já escreveu Punisher e Foolkiller para a Marvel. Acredito que esse seja o motivo pelo qual ele incorporou um pouco de sua experiência com roteiros de ação ao livro e o resultado é termos essa sensação de estar assistindo a um filme de ação.

Lançado no Brasil em 2014 pela editora Arqueiro, as 368 páginas do livro fazem com que nós, leitores, entremos na ação! Indico até para aqueles que não curtem muito romance policial, porque acho que essa história agradará a todos!

E quando ler "O Sobrevivente" de Gregg Hurwitz não esqueça da pipoca!

Outras obras do autor também publicadas no Brasil pela Arqueiro
Aqui, temos a resenha de "Você está sendo vigiado"!

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