Nossa avaliação - 8.0 |
Faz alguns anos
o povo não parava de falar em “Cotoco” pra lá, “Cotoco” pra cá, mas na verdade
só apresentei algum interesse pelo livro depois da bienal do ano passado,
quando o livro estava sendo vendido por R$ 5,00 pela Editora Intrínseca.
Coloquei na minha listinha de leitura e só agora peguei o dito cujo para ler e
ao mesmo tempo morrer de rir.
Escrito por John
van de Ruit, o livro conta em forma de diário o ano sabático de John Milton, um
menino de 13 anos que passa a viver em um internato, dividindo o dormitório com
os “oito loucos”, meninos da mesma idade apelidados de Rambo, Cachorro Doido,
Barril, Rain Man, Lagartixa, Esponja e o nosso Cotoco, apelidado desta forma,
pois ainda não possui pelos nas partes íntimas pouco desenvolvidas.
Ao longo do
livro nos deparamos com situações hilárias de Cotoco e seus amigos: mergulhos
noturnos, sessões espiritas, trotes de aniversário, além de situações pra lá de
constrangedoras com os pais lunáticos do menino e sua avó gagá.
É engraçado e
interessante ver a mente de um menino de 13 anos lidando com o amor, a atração,
a fidelidade e as amizades, além de desejar que os pelos de seu saquinho
apareçam logo e descobrir qual é o barato de tocar punheta. Afinal, todos os
seus amigos são mais desenvolvidos e ficam contando vantagens sobre suas experiências
sexuais.
O mais
interessante talvez seja a época na qual a história se situa: 1990, África do
Sul, libertação de Nelson Mandela. Isso é o suficiente para dar um plus na vida
de Cotoco que fica fascinado com a força desse líder que ficou 27 anos preso,
tanto que decide se tornar um guerrilheiro conta o apartheid, o que é o suficiente
para deixar seu pai mais louco do que de costume.
A vida de Cotoco
fica ainda mais interessante quando o menino começa a se relacionar com o sexo
feminino... Sereia, Amanda e Christine são o estopim para fundir a cuca do
garoto.
Mas o mais
bacana do livro é ver o quanto o moleque gosta de ler e suas reações aos
títulos que passam por suas mãos, incluindo “O Velho e o Mar”, “Ardil 22” e “O
Senhor dos Anéis”.
Tudo bem que eu
esperava um final completamente diferente, mas não menos interessante. Talvez
eu precisasse de alguns capítulos a mais, ou outro livro para conseguir fechar
esse ciclo que o jovem John Milton abriu em minha vida, mas não fechou.
Uma leitura
leve, descontraída e super-recomendada.
Quero muito ler, o livro tá rolando aqui em casa desde a Bienal!!!
ResponderExcluirBjos