Nossa avaliação - 7.5 |
O encarregado
desta tarefa é Jean-Baptiste Baratte, um jovem engenheiro que vê a sua grande
chance ao ser incumbido de expurgar a cidade de Paris da fedentina que o
cemitério impõe aos cidadãos. Para Baratte será como transformar o velho em
novo, preparar a cidade e seus habitantes para um glorioso futuro. Mal sabe ele
que é verdade, pois apesar de não ser o foco do livro, este retrata as vésperas
da Revolução Francesa e seu clima de tensão entre a sociedade.
Em uma cidade
onde tudo fede graças à decomposição dos corpos (tudo possui o odor nauseabundo
da morte, inclusive a comida e o hálito das pessoas), Baratte purifica esse mal
adotando o pensamento racional e científico, as bases do Iluminismo, e acaba se
transformando em um símbolo do movimento, mesmo sem desejá-lo.
Um tema macabro,
que em alguns momentos me transporta para as mesmas catacumbas que são
descritas em “O Vampiro Lestat”, de Anne Rice, e que mexe com as convicções do
ser humano, deturpando e poluindo a alma, decompondo não apenas os mortos, mas
também os vivos pouco a pouco, atingindo inclusive o poderio do próprio rei e
de seus ministros.
Uma atmosfera
que leva à loucura, ao estupro, ao suicídio, ao amor... Apesar de tudo o livro
serve apenas pelo prazer da leitura e compre o seu propósito, pois não espere reviravoltas
ou um grande final, pois somos presenteados apenas com um pequeno pedaço da
História e das almas de seus personagens.
Nossa... meio mórbido, hein?! Realmente a capa é bem interessante.
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