Conheçam "Os Pilares da Terra" (Carla Cristina Ferreira)

Quer fazer um passeio pela idade média? Leia “Os Pilares da Terra” de Ken Follett. Publicado originalmente em 1989, Follett leva aos leitores toda a intriga e ambição de uma época onde os reis e o clero dividem o poder, um na terra e outro supostamente no céu.

Nossa Avaliação - 7.0

Divido em dois volumes, depois publicado em volume único, o livro narra o desejo de Tom Construtor de, obviamente, construir uma magnífica catedral e os empecilhos que surgirão do início até a realização do seu sonho. Muitos podem achar que esse tipo de leitura será chata, com muitos detalhes sobre construção e arquitetura, mas ao contrário a história foca nas pessoas e a catedral acaba sendo um personagem secundário, como o cortiço de Aluisio de Azevedo.

Tom, apesar das dificuldades, consegue com sua determinação convencer o prior Philip a construir uma nova igreja para o seu pobre e humilde priorado, mas o desejo dos dois será a pedra no sapato do bispo Waleran Bigod e dos Hamleighs. O jogo de interesse e poder chega ao nível mais alto, chegando até ao rei Estevão (que luta para manter o trono usurpado de Matilde – filha de Henrique I e mãe de Henrique II), que hora pende para o lado dos mocinhos, hora para o dos bandidos.

Ao mesmo tempo temos Aliena e seu irmão William que de uma hora para outra se veem desprovidos de suas posses graças aos Hamleighs e assim passam a conviver com Philip, os monges, Tom e sua família, em especial Jack, seu enteado. A princípio Jack é um garoto tímido que cresceu na floresta com a mãe, sem a presença de um homem, e não conhece muito da vida, maravilhando-se com as descobertas que faz após a união de sua mãe com o construtor, principalmente no que se refere à catedral.

A trama se desenvolve rapidamente e sempre leva o leitor a se perguntar: o que acontecerá agora? Como vão resolver isso? Mas ao chegarmos quase no final do segundo volume, somos surpreendidos por eventos que se arrastam e levam a um final trivial, pois o verdadeiro desfecho ocorre bem antes, mas isso não diminui o valor da narrativa.

Confesso que nunca compraria esse livro se não tivesse assistido a série homônima produzida por Ridley Scott estrelada por Ronald Sutherland (apenas uma participação) em 2010. É claro que foi preciso fazer uma baita adaptação para colocar todas as mais de mil páginas (juntando os dois volumes) em uma minissérie de oito fantásticos episódios. Vale a pena conferir!

E para quem já leu o livro, mas não suporta essa capinha tosca, a Rocco finalmente lançou um volume único com uma capa muito mais apropriada para o livro! Adorei! Vou correndo comprar o meu novo exemplar e vocês?

Vejam o trailer da série abaixo: