quarta-feira, 11 de julho de 2012

“Elementar, meu caro Watson” (Carla Cristina Ferreira)


Uma das frases mais conhecidas da literatura mundial “Elementar, meu caro Watson” retrata perfeitamente o personagem sagaz, frio e, algumas vezes, esnobe de Sherlock Holmes. O famoso detetive nasceu em 1887 pelas mãos de Sir. Arthur Conan Doyle no romance “Um Estudo em Vermelho” e de lá pra cá permanece conquistando fãs ao redor do mundo.

Nossa Avaliação - 7.0
Um dos primeiros personagens a empregar o raciocínio lógico e dedutivo, além do método científico, para elucidar crimes e mistérios que aos olhos de reles mortais parecem insolúveis, inclusive para a prestigiada Scotland Yard. Suas aventuras se passam na Inglaterra vitoriana, em uma época que era considerado muito perigoso transitar pelas ruas de Londres à noite, o que ajudou bastante a Conan Doyle criar um clima misterioso para suas aventuras.

Além de ser o primeiro livro em que surge a figura de Holmes é também onde começa sua amizade com o Dr. Watson e o fascínio deste pelas técnicas investigativas que o companheiro emprega. Tudo começa quando os dois amigos, passando por um momento econômico difícil, resolvem dividir um apartamento.

Watson fica logo intrigado com o comportamento do amigo, que em alguns momentos fica recluso em outros agitados (graças ao uso da cocaína), e com seu vasto conhecimento de cultura em geral, além de química e anatomia. Mas o momento de maior deslumbramento acontece quando Holmes convida o amigo a participar das investigações de um estranho assassinato.

Em “Um Estudo em Vermelho”, a polícia se vê perdida e pede auxílio a Holmes para desvendar um enigma: um homem é encontrado morto, sem ferimentos e cercado de manchas de sangue e seu rosto contém uma expressão de pavor. O livro, divido em duas parte, conta com uma pequena participação do detetive no presente, e volta ao passado para explicar ao leitor as circusntâncias que levaram o assassino a cometer tal crime.

É interessante ver o clima de competição entre os agentes, Lestrade e Gregson, e Holmes. Parece óbvio desde o início que o detetive já montou todas as peças do quebra-cabeça e já conhece o culpado, mas prefere ver como a Scotland Yard irá solucionar o mistério, mostrando na verdade o quanto são incompetentes para o trabalho.

Holmes e Watson viveram muitas aventuras juntos, principalmente nos romances “O Signo dos Quatro” (1890), “O Cão dos Baskervilles” (1902) e “O Vale do Terror” (1915), além de em inúmeros contos.

Nossa Avaliação - 7.0
“O Signo dos Quatro” e “O Vale do Terror” possuem uma trama e estrutura bem parecida com a de “Um Estudo em Vermelho” - uma situação problemática no presente e sua explicação no passado. No primeiro, uma jovem procura pelo serviço do detetive para desvendar o que aconteceu ao seu pai, pois desde sua morte a jovem vem recebendo anualmente uma pérola de grande valor. Sem saber o motivo nem quem as mandava, a moça recebe um bilhete da mesma pessoa que lhe enviava as pérolas, marcando um encontro, deixando-a apreensiva.

Durante as investigações, para deleite de Holmes, um mistério surge : um homem é assassinado, mas o local estava completamente trancado por dentro e a última pista é um bilhete do criminoso com a frase ‘o signo dos quatro’.
Nossa Avaliação - 7.0

Já o segundo conta história do assassinato de um homem com uma arma que explodiu seu rosto. Para a polícia trata-se de um crime passional, mas Holmes analisa meticulosamente o corpo e o local do crime, e acaba descobrindo que a morte está relacionada ao passado da vítima, causando assim mais uma ruptura no enredo e voltando ao passado para explicar o mistério.

O intessante deste livro é que finalmente apresenta-se o maior inimigo de Holmes, o professor Moriaty, mas ele não surge explicitamente, apenas dá mostra do seu poder e influência dentro de organizações e até em outros países; aparecendo pela primeira vez no conto “O Problema Final”.

Nossa Avaliação - 8.0
De todos os livros, o meu favorito é “O Cão dos Baskervilles”, talvez porque esse seja o único que tenha um quê de sobrenatural e uma atmosfera mais sombria que atiça mais a curiosidade do leitor. A história conta que o Solar dos Baskerville é assombrado por um cão negro com fogo saindo dos olhos e da boca, destinado a matar cada membro da família que ousa morar no solar.

Apesar de ser um pouquinho previsível em alguns momentos é interessante ver o desenrolar da história e o temor dos personagens diante de um elemento sobrenatural. É claro, que Holmes terá uma explicação plausível para todos os acontecimentos; ele é a nossa Scully, sempre com uma explicação na ponta da língua. 

Para quem se interessou há várias edições dos livros de Conan Doyle, tanto em sebo quanto nas livrarias. Sugiro os pockets da Martin Claret, que são bem baratinhos. 

Nem preciso comentar a infinidade de filmes, livros (o nosso próprio “O Xangô the Baker Street”, que já resenhamos aqui) e séries que foram inspirados na obra de Conan Doyle e nessa dupla dinâmica imbatível, preciso?

5 comentários:

  1. Estou lendo o primeiro livro da Série "O Jovem Sherlock Holmes - Nuvem da Morte" de Andrew Lane.
    Estou na metade do livro, mas achando um pouco fraco.
    Esses da resenha parecem interessantes.

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  2. Eu já li dois livros do Conan Doyle... o que eu mais gostei foi "A volta de Sherlock Holmes com uma capa preta, que tinha uma arma no centro, mas já vi vários filmes, principalmente os pré-década de 80! Eram muito legais e passam direto no Telecine Cult!

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    1. Eu tenho esse livro, mas ainda está na minha pequena pilha de livros que ainda irei ler kkkkk

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  3. Esse blog é show !!! Adoro todas as resenhas !!!
    Estao de parabens !!!!

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  4. Sou muuuuito fã de Sherlock Holmes, se ele disser 'oi' vou me derreter toda rsrsrs.Acho a forma como ele resolve os crimes fantástica, cada dedução me surpreende.

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