sexta-feira, 30 de março de 2012

Romances chororô e suas adaptações (Renata Lima)


Para começar esse post, quero deixar bem claro que romance dramático (ou chick lit, como chamam por aí) não é meu gênero favorito. Não me levem a mal, mas de tragédia e lágrimas já chega a minha vida. Mas acredito que na vida a gente tem que dar chance ao novo, abrir nossos horizontes para viver novas experiências e aprender coisas novas e eu aprendi que nem todo romance chororô é igual, assim como nem todo livro de suspense é igual.


Resolvi começar o post com a mais nova das autoras de que vamos falar hoje: Cecelia Ahern. Ela nasceu na Irlanda em 30 de setembro de 1981 (sim, a menina publicou seu livro de maior sucesso com 23 anos de idade, revoltante, não?) e além de contos em antologias, já publicou cinco romances que já venderam mais de seis milhões de cópias e foram traduzidos em mais de 45 línguas.

Além de romances, Cecelia também foi roteirista e produtora da série "Samantha Who" que teve duas temporadas (2008 e 2009). Eis os livros de Cecelia, o ano de publicação e as respectivas editoras (no caso dos livros já publicados no Brasil).

P.S. Eu Te Amo - 2004 - Relume Dumará
Onde Terminam os Arco-íris - 2005 -  Relume Dumará
Se você me visse agora - 2005 - Rocco
Aqui é o melhor lugar - 2006 - Rocco
As suas lembranças são minhas - 2007 - Rocco
The Gift - 2008
The book of tomorrow - 2009
The time of my life - 2011

O único livro dela que eu li foi "P.S. Eu te amo", que conta a história de um casal que vive em pé de guerra, mas de repente a mulher perde o marido para um câncer. Como Gerry conhecia Holly como ninguém, ele antevê o luto da esposa e deixa - com a mãe de Holly - várias cartas para que ela só leia depois de sua morte.
Tentando superar a depressão, Holly, que saiu do emprego para cuidar de Gerry, volta para a casa dos pais e lá recebe as instruções de Gerry quanto à abertura das cartas. Aos poucos, Holly vai deixando sua condição de esposa enlutada e fica ansiosa pelas cartas que tem que abrir sempre no começo dos meses subsequentes.
Gerry faz com que Holly aproveite a vida, viaje e se aventure e aos poucos ela vai baixando a guarda e se permitindo ser feliz novamente. O livro é muito comovente. Quem já teve uma perda importante na vida entende o luto de Holly. É devastador.

Agora, quando falamos do filme, eu fiquei meio decepcionada, porque parecia que estava assistindo a um filme que não tinha nada a ver com o livro, a não ser a linha central do filme: Holly perde Gerry e ele deixa as cartas. Mas todo o resto é bem diferente, como as cartas são entregues, a dinâmica familiar de Holly (que no livro não é fácil) e a profissão de Holly. [SPOILER DO FILME] Mas o maior problema é que mudaram até o homem com quem ela fica no final, e achei essa mudança toda realmente desnecessária. [FIM DO SPOILER] 
Como prós do filme, eu destacaria a atuação de Gerald Butler, que faz um Gerry divertido e apaixonante e a química que ele teve com a Hillary Swank. A trilha sonora é muito boa. As locações são lindas.

Mas eu prefiro o livro, apesar da capa horrenda feita por uma criança de 10 anos (parece)!

Nicholas Sparks nasceu em 1965, cresceu na Califórnia, mas atualmente mora na Carolina do Norte, EUA, com a família. Economista formado, queria ser atleta, mas sofreu um acidente grave que o fez desistir do nho. Seu primeiro romance foi "Wokini", coescrito com Billy Mills, em 1995 e depois disso, Sparks nunca mais parou. Seus livros são:
1996 - "Diário de uma Paixão", adaptado em 2006.
1998 - "Uma carta de amor", adaptado em 1999
1999 - "Um amor para recordar", adaptado em 2002
2000 - "O Resgate"
2001 - "Uma curva na estrada"
2002 - "Noites de Tormenta", adaptado em 2008
2003 - "O casamento"
2004 - "Three weeks with my brother"
2005 - "O milagre"
2006 - "At first sight"
2007 - "The choice"
2007 - "Querido John", adaptado em 2010
2008 - "Um homem de sorte", adaptado em 2012
2009 - "A última música", adaptado em 2010
2010 - "Safe Heaven"
2011 - "O melhor de mim"

A Editora Novo Conceito publica os livros dele no Brasil e os fãs brasileiros de Nicholas Sparks fizeram um site bem legal, então, se quiser saber mais sobre o autor, clique aqui.

Confesso que não sou muito fã de romances dramáticos, mas depois de uma certa insistência de uma amiga que trabalhava comigo (e da grande quantidade de livros dele adaptados para o cinema), dei uma chance a Nicholas Sparks. Não digo que me arrependi, porque só li dois livros, mas apesar de algumas decepções, no geral gostei deles. Não há nenhum que eu tenha adorado - dizem que "A Última Música" é o melhor -, mas todos cumprem a meta de nos emocionar com histórias de amor que não podem ser aproveitadas em sua plenitude, seja por causa da guerra ("Querido John") ou por causa do tempo ou da falta dele ("Noites de Tormenta").
Além da história melosa, ambos os livros usam as cartas como instrumento de aproximação e de afastamento entre os amantes.

Nossa avaliação - 6.0
"Noites de Tormenta" tem uma história relativamente simples: Adriene, recém abandonada pelo marido, que a trocou por uma mulher mais nova, toma conta da pousada de uma amiga na baixa temporada. No final de semana de tempestade, chega ao hotel o único hóspede, o médico Paul Flanner, um homem repensando a profissão e a relação com o filho. O envolvimento dos dois é muito natural e dividem suas histórias amorosas anteriores mal resolvidas.
O problema é que Paul (depois do final de semana de amor na pousada) tem que ir para o Equador encontrar o filho e deve abandonar Adriene, marcando o reencontro para dali a um ano. As cartas de Paul para Adriene são lindas e transbordam amor e gratidão.
Sem dúvida, Nicholas Sparks soube criar uma história de derreter o coração mais duro. A tradução é boa, a revisão não deixa a desejar e a leitura é fluida e rápida. O livro tem apenas 173 páginas. Recomendado para quem gosta de romance e de drama. Em comparação ao filme, o livro é extremamente melhor.

Nossa avaliação - 6.0
Em "Querido John", John é um rapaz rebelde que, ao concluir o ensino médio, alista-se no exército. Durante uma licença de 15 dias, John volta para casa e conhece Savannah. Os dois se apaixonam, mas John logo tem que voltar ao exército e Savannah à faculdade. Eles tentam manter o namoro por cartas. Não vou escrever mais pra não ter spoiler.
O problema desse livro é que ele é dramático demais. Tem gente com câncer, o pai do John, que é meio autista, outra criança autista, a família chata da Savannah, a própria Savannah - que consegue ser mais chata que a Bella de "Crepúsculo" porque ainda por cima é intolerante e covarde - e pra completar tem o atentado terrorista de 11 de setembro.
É muita desgraça para um livro só. Parece um dramalhão mexicano. Tudo que pode dar errado dá e assim o livro fica meio inverossímil.
O melhor do livro para mim é a tensão da relação de John com o pai e todo o desenrolar dessa relação. Nisso Sparks acertou em cheio.
Para quem trabalha com revisão e quer um livro para estudar, escolha esse! Fora um dos livros do André Vianco, eu nunca vi tanto erro na minha vida.
Em comparação com o filme, o livro é mais completo, claro, mas o filme amenizou um pouco esse dramalhão todo do livro e escalou bem os atores.

Uma coisa que não gostei foi terem colocado os pôsteres dos filmes na capa dos livros e deixado os leitores sem a opção de comprar a capa original (como fizeram com a saga Crepúsculo).
No geral, Nicholas Sparks ainda não me conquistou e confesso que não tenho muita vontade de ler os outros livros, principalmente se isso implica em desembolsar dinheiro.


Sara Gruen, autora de "Água para Elefantes" é antes de tudo uma ativista. Seus livros falam sobre a interação homem-animal com um olhar crítico e muito perspicaz. Seus primeiro romance "Riding Lessons" (2004) fala sobre o poder curativo dos animais, focando a história de uma mulher e seu cavalo. O segundo livro "Flying Changes" (2005) é continuação do anterior. Infelizmente nenhum dos dois livros tem tradução. Sara mora na Carolina do Norte com o marido, três filhos, dois cachorros, quatro gatos, dois cavalos e uma cabra.

"Água para Elefantes" (2006)  é um livro muito comovente, até pra mim que não sou fã de "livro para chorar". Sara Gruen disse que fez uma pesquisa meticulosa no museu do circo e entrevistou várias pessoas que faziam parte desses circos itinerantes.
Nossa avaliação - 8.0
A história é contada em primeira pessoa pela perspectiva de Jacob, que foi um jovem estudante de veterinária, com um futuro brilhante interrompido pela morte dos pais. Fugindo das dificuldades, ele junta-se ao circo, inicialmente em trabalhos subalternos, como limpar os estábulos, mas depois, por causa de sua faculdade de veterinária, passa a trabalhar em contato direto com os animais e é assim que se apaixona por Malena, esposa de seu chefe e organizador dos espetáculos.
O romance se desenrola no ambiente do circo, e ouso dizer que o circo, com suas cores vivas, seus integrantes e espetáculos, é o personagem principal do livro, esmiuçado em detalhes arrebatadores. A autora também esmiúça as cenas de abuso dos animais em cenas fortes e muito comoventes vista e narrada pelos olhos de um veterinário apaixonado pelos bichos, imagine só! E o final do livro é surpreendentemente bom.

Quem assistir ao filme vai perceber que o final do livro é o começo do filme e tio Al, um dos vilões do livro, e dono do circo, não foi adaptado. Em vez disso, eles colocaram o marido da Malena como organizador dos espetáculos e dono do circo. Fora isso, é basicamente uma das melhores adaptações que eu já vi, apesar de também mudarem um pouquinho as características físicas dos personagens (no livro Malena é morena simplória e Jacob é ruivo) e a história de vida de Malena, nada que faça muita diferença no todo. Senti falta do macaquinho que tem no livro, mas também não foi nada muito chocante. É claro que no filme eles focaram mais o romance do que o circo - com Robert Pattinson (o eterno vampiro que brilha no sol Edward Cullen, de Crepúsculo) e Reese Witterspoon (maravilhosa atriz) não poderia ser diferente. A química funciona e acho que Pattinson atuou bem e a cena com a Rosie (a famosa elefanta) foi muito linda.

Quanto às capas, PONTO positivo pra Sextante por ter mantido a capa original e depois ter feito uma edição com a capa do filme. Assim, podemos escolher. Claro que escolhi a capa original.

"Água para elefantes" foi publicado pela Editora Sextante. O novo livro de Sara Gruen, "A casa dos macacos" foi publicado pela Editora Record.

10 comentários:

  1. Esse post me remeteu ao livro que estou lendo, por acaso da mesma editora, chamado "Para Sempre", de Kim e Krickitt Carpenter. A história é baseadas em fatos reais, é um romance dramático e não empolga em nada. Porém a leitura é rápida e fácil, tanto que comecei a ler ontem e já estou quase acabando.

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  2. Sim, mas ainda não li os outros que comprei dele. Quando quiser emprestado fala comigo ou com a Carlinha que te empresto. bjnhs

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  3. Aiiiin... desses ai eu li varios do Nicholas Sparks.. e acho meio chato! hahaha... Eu adorei True Believer, mas quando li a continuacao, me arrependi! The Notebook eh ainda o melhor, seguido pelo The Choice. Achei The Lucky One fraquinho mas legalzinho... em Dear John o filme eles deram um final totalmente diferente e menos depressivo ne? hahahaha
    Mas o True Believer me deu raiva, alias, a continuacao, At First Sight.

    Agnes Dodge

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    1. Eu não queria falar muito do final de "Querido John" e acabei não comentando a diferença. Vou ver se conserto isso amanhã, pq tá batendo o sono.
      Os outros eu não li nenhum, mas vou pesquisar pra ver se tem em português.

      Aggie, pq tá entrando como anônima. Cadê sua conta no google???

      Bjs

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  4. Acabei de ler A Última música... aff, ninguém merece.

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  5. hahahahahahahahah
    Assiste o filme com a Miley Cyrus entao q vc acaba de se matar.

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    1. Gente, olha... eu prefiro nem comentar esse filme "A Última Música", viu...

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  6. Nunca li nada do Nicholas Sparks pela expectativa de todos morrerem de algo extremamente doente no final. QUAL O PROBLEMA DESSE CARA?! Ng pode amar e sei lá, acabar no amor e bye? Um pouco de ilusão para mim, uma pobre romântica.

    OBS: Miley Cyrus já é um incentivo a não ver qualquer filme em que ela esteja inserida.

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